Uma visão sobre o Pantera negra

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Dentro da narrativa em questão outras coisas também incomodam, mesmo com a intenção de fazer um personagem fora do padrão de herói que era apresentado, os autores não deixaram de cair no senso comum: apesar de controlar a nação mais evoluída e moderna do mundo, os habitantes locais e os guerreiros são representados vestindo trajes e representando danças de tribos primitivas africanas, alguns portavam armas de fogo mas não sua maioria, apresentando também guerreiros que portavam lanças e escudos tipicamente africanos: Wakanda é um pais com uma tecnologia futurística, mas todas as construções robóticas são em formatos de árvores e a central de comunicação e representada dentro de um barranco e é notável o esforço que o criador faz para mostrar como o personagem O Coisa é desagradável com todos aqueles comentários chulos em meio aos discursos de T’challa.

Por fim, acredito que a criação desse personagem, apesar de não ser o objetivo da Editora nem dos autores, serviu como ferramenta de representação para toda uma geração negra que cresceu lendo histórias de um personagem negro como protagonista e se sentiu representado nas historias em quadrinhos pela primeira vez, já que antes dele, o papel do negro nas HQ’s era meramente figurativo ou, como na maioria das vezes, aparecia somente para gerar graça na narrativa, fortalecendo estereótipos e diminuindo o papel e o espaço do negro na sociedade.

Referências:

GUERRA, Fábio Vieira. Super-heróis Marvel e os conflitos sociais e políticos nos EUA(1961/1981). 2011, 213f

O Quarteto Fantastico Nº52. Marvel, 1966

O Quarteto Fantástico Nº53. Marvel, 1966