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Resumo: Antianti-relativismo

Por:   •  16/11/2018  •  1.345 Palavras (6 Páginas)  •  396 Visualizações

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como sendo de grande importância, esse todo acaba sendo tão insignificante quando o resto. Logo, o autor ressalta que os anti-relativistas apontam que ao adjetivarmos o outro como diferente sempre, não podemos realizar analises sobre as diferentes organizações, consideram que existe algo compartilhado por todos os povos no qual possibilita que falemos do outro.

Para apresentar a perspectiva do antianti-relativismo, Geertz busca trazer as discussões sobre natureza humana e mente humana, pois a partir desses conceitos o autor pensa as diferentes culturas, de forma contraria aos relativistas e anti-relativistas. O autor destaca que para além de questões biológicas do corpo humano, ele se propõe a reflexão de como devemos entender “fatos indiscutíveis ao explicarmos rituais, analisarmos ecossistemas, interpretamos sequencias fósseis ou comparamos línguas” (p.54).

Sobre a natureza humana, considera-se que existe algo para além da cultura que une os homens, nesse sentido destaca que “a cultura é o glacê e a biologia, o bolo” (p.56), ou seja, a cultura, marcada pela diferença é superficial e a semelhança é profunda. Ao lado desse conceito existe a ideia de desvio, no conceito de uma anti-natureza humana, de como seriam explicados comportamentos que não vão de acordo a essa natureza, no entanto esse conceito não se opõe a natureza, e ele leva em consideração que é desviante em relação alguma ideia dominante, está ligada a noção de valores. A natureza e cultura para o autor não são coisas que podem ser separadas.

A mente humana se aproxima da natureza humana no sentido de que vê a diversidade como superficial e a universalidade como profunda, no entanto a ideia de natureza esteve mais ligada aos avanços da genética e a mente humana estimulada pelos avanços da linguística, psicologia cognitiva. A orientação da mente humana traz consigo a discussão de pensamento primitivo, que se refere a crenças ‘irracionais’. Segundo o Geertz, ao considerarmos a mente humana como ponto imóvel, a ameaça do relativismo se desfaz “ao desarmar a força da diversidade cultural” (p.65), do mesmo modo acontece com a natureza humana, “a desconstrução da alteridade é o preço da verdade” (p.65).

O conhecimento estático não faz a ciência avançar, logo os fenômenos instáveis, fatos que superam uma ideologia dominante fazem com que a ciência esteja sempre em movimento. A objeção ao anti-relativismo não está no fato dele rejeitar uma abordagem do conhecimento ou moral, mas por ele considerar que “tais abordagens só podem ser derrotadas se a moral for posta acima da cultura (natureza humana) e o conhecimento acima de ambas (mente humana)”, para o autor isso já não é mais possível.

Para o autor tanto a mente humana quanto a natureza humana possibilitam a comparação e interação entre as pessoas que levam a constituição de uma noção de cultura. Devemos frisar que o autor, norte americano, estava diante a um meio propicio a reflexões acerca de identidade e cultura, os Estados Unidos se constitui com povos de diferentes partes do mundo, mas compartilham de símbolos que caracterizam sua cultura, e é dele que começa a sair os novos experimentos em antropologia. Um local onde se misturam descendentes de colonizadores e colonizados, a noção de nós e eles se mostra muito mais íntima e um estudo sobre tal fenômeno precisa se inovar.

Referências:

Geertz, Clifford. 1989. “Antianti-relativismo”; “A situação atual”. In Nova Luz Sobre a Antropologia. Rio de Janeiro: Ed. Zahar. (Cap. 3 e 5)

SILVA, Anna Cruz de Araújo Pereira da. Notas sobre relativismo, universalismo, etnocentrismo e anti-anti-relativismo. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1571, 20 out. 2007. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/10545>. Acesso em: 24 nov. 2015

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