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RESUMO O SUICÍDIO DURKHEIM

Por:   •  28/3/2018  •  2.427 Palavras (10 Páginas)  •  361 Visualizações

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Livro III – “Do suicídio como fenômeno social em geral” – tece considerações sobre o tema à vista de outros fenômenos sociais e sobre os remédios contra os diferentes tipos de suicídio.

Juan Carlos Portantiero: “nos três casos é a relação entre indivíduo e as normas que levam ao suicídio, tratam-se de fenômenos individuais que respondem a causas sociais. Esse ato extremo de aparente individualismo pode ser tema de sociologia.

- O conceito e anomia: relevante contribuição de Durkheim, mas pouco desenvolvida por ele.

Anomia, conceito pioneiro de Durkheim, porém de pouca dedicação dele.

Citando Dahrendorf (DARENDOF): “a anomia descreve um estado de coisas onde as violações de normas não são punidas. Este é um estado de extrema incerteza, no qual ninguém sabe qual comportamento esperar do outro, em determinadas situações.”

Durkheim assinala que o bem-estar ou a felicidade do indivíduo somente é possível se houver um equilíbrio entre suas expectativas, suas exigências e os meios socialmente acordados. A anomia seria, então, uma condição na qual tanto a eficácia social como a moralidade cultural das normas tende a zero.

- Um golpe de espada na água.

Durkheim fez um relato em carta ao sobrinho que Mauss que lhe ajudou na feitura da obra, desabafando sobre a resistência doutrinária que pensou que tinha feito recuar. Por essa razão imaginou em dado momento que seu trabalho tinha sido como uma espada na água.

Durkeheim foi decisivo para tornar possível uma ciência da sociedade. Ele tinha exata consciência de que se iniciava uma nova etapa no conhecimento humano. Acreditava no potencial das ciências sociais e indagava: “Que significava o desenvolvimento da sociologia? De onde provém o sentimento da necessidade de aplicar a reflexão às coisas sociais, se não do fato de que nosso estado social é anormal, de que a organização coletiva é instável e flutuante, de que já não funciona com a autoridade do instinto, e isso é o que exige a reflexão científica e sua extensão a uma nova ordem de coisas?

Essas perguntas mostram o valor presente da obra de Émile Durkheim.

PREFÁCIO – POR ÉMILE DURKHEIM

A sociologia estava na moda e passou a ser um vocábulo comum. Porém esse interesse e a quantidade de trabalhos publicados não são um parâmetro para se apurar os resultados obtidos.

Ele entendia que naquele momento ao invés de lançar luz sobre uma parcela restrita do campo social, os estudiosos têm preferido buscar as brilhantes generalidades em todas as questões são levantadas sem que nenhuma seja expressivamente tratada. Esse método serve para enganar um pouco a curiosidade do público, mas não pode chegar a nada objetivo. Uma ilustração não constitui demonstração. Quando se abrangem tantas coisas diversas, não se domina nenhuma.

Ele alega porém que uma ciência tão recente tem o direito de errar para evitar que tais erros se repitam. Deseja que os sociólogos ao invés de se saborear em meditações metafísicas sobre as coisas sociais, tome por objeto de suas pesquisas grupos de fatos nitidamente circunscritos, que possam, de certo modo, ser apontados com o dedo, dos quais se possa dizer onde começam e onde terminam, e atenham-se firmemente a eles! Que tenham o cuidado de interrogar as disciplinas auxiliares.

Deve-se temer que apesar de tudo, suas informações não tenham relação com a matéria que ela tenta abranger, pois por maior que seja o cuidado em delimitá-la, ela é tão rica e tão diversa que contém como que reservas inesgotáveis de imprevisto. Esse cuidado garantirá a objetividade inclusive, que as pesquisas sejam suscetíveis de transmissão e essa continuidade é a condição do progresso.

Neste espírito se concebeu O Suicídio. Com o estudo objetivo foi possível encontrar leis que provam melhor que qualquer argumentação dialética a possibilidade da sociologia.

Alega que deste estudo podem-se até extrair algumas indicações sobre as causas do mal-estar geral de que sofriam as sociedades europeias e sobre os remédios que podem atenuá-lo. Nesse contexto o suicídio, na situação em que se encontra hoje, é justamente uma das formas pelas quais se traduz a doença coletiva de que sofremos, por isso nos ajudará a compreendê-la.

Serão encontrados ao longo da obra, mais de uma forma concreta e aplicada, os principais problemas de metodologia que coloca e examina mais especialmente no livro “As Regras do Método Sociológico”.

O método sociológico baseia-se inteiramente no princípio fundamental de que os fatos sociais devem ser estudados como coisas, ou seja, como realidades exteriores ao indivíduo. O preceito mais contestado e o mais fundamental a seu ver.

Cada indivíduo é dominado por uma realidade moral que o ultrapassa: é a realidade coletiva.

Com esta obra se compreenderá melhor como a sociologia pode e deve ser objetiva, uma vez que tem diante de si realidades tão definidas e tão resistentes quanto àquelas de que trata o psicólogo ou biólogo.

Metodologia da pesquisa: Levantamento dos dossiês de cerca de 26.000 suicidas, classificando-os por idade, sexo, estado civil, presença ou ausência de filhos. Esses quadros foram elaborados com a ajuda de documentos do Ministério da Justiça.

INTRODUÇÃO

Parte I

Começa o texto destacando a necessidade de definição de conceitos, exemplificando-se tal necessidade pela definição, nesta obra, do significado de suicídio. O pesquisador não deve se guiar pela acepção genérica, sob pena de distinguir o que deve ser confundido ou de confundir o que deve ser distinguido.

Destaca que só se explica comparando, pois uma investigação científica só poderá chegar a seu fim se se referir a fatos comparáveis, e terá tanto maior possibilidade de êxito quanto maior for a certeza de que reuniu todos os que pudessem ser eficazmente comparados.

Nossa primeira tarefa, enquanto pesquisador, é determinar a ordem dos fatos que nos propomos a estudar sob o nome de suicídios. Reunir as características objetivas que caracterizam, entre os diversos tipos de morte, o que é o suicídio. Constituindo uma categoria de objetos que correspondam a uma natureza determinada de coisas.

Partindo-se deste princípio ele estabeleceu

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