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RESUMO DO LIVRO: ESTADO DE CRISE

Por:   •  12/12/2018  •  3.192 Palavras (13 Páginas)  •  323 Visualizações

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ZB diz que tem a impressão de que nenhuma escolha ou decisões são tomadas hoje pelos governos de Estado. Indecisão, prevaricação e procrastinação são hoje os nomes do jogo. Os governos são capazes no máximo do que chamamos de “arranjos” – acordos interinos, que desde o começo não são convincentes destinados a durar.

Contextualizando a questão da crise os autores recuperam o período econômico europeu e estadunidense, a partir do momento da depressão de 1929 e a conceituam como a mais significativa recessão econômica que o século 20 passou. Como conseqüência, apontam que vários países enfrentaram elevadas taxas de desemprego e diminuição da produção industrial. Atualmente, a crise instaurada é legado das histórias recentes e do próprio processo da globalização e suas mazelas são observadas na impotência dos governos no gerenciamento administrativo e nos cidadãos insatisfeitos.

Outro ponto que mercê destaque na obra é a ênfase sobre o papel que a globalização desempenha no cenário das comunicações. Bordoni esclarece que a informação, o conhecimento e a comparação com e entre outras realidades têm mais importância no desenvolvimento de processos libertários do que propriamente as novas tecnologias(t elefonia móvel, internet, redes sociais). Declara que o poder está intimamente atrelado à imaginação, cuja força é potencializada quando alimentada pelo conhecimento e pela comunicação.

ESTADO E NAÇÃO

CB: Enquanto a idéia de “nação” é um sentimento, o Estado precisa de um território no qual se enraizar. A comunidade nacional não precede a comunidade política, mas é produto dela.

Estado e nação andam juntos e sustentam um ao outro, mas algo começou a mudar nos 1970 e nas décadas subsequentes à dissolução da modernidade. A partir do momento que as comunidades começam a ver reconhecidos os seus direitos de cidadão plenamente habilitados e a exigir o reconhecimento de sua “diversidade” quanto à obrigação de se integrar, a unidade da nação começa a se desagregar.

A globalização extinguiu as fronteiras entre Estados e minou toda e qualquer reivindicação de soberania absoluta. A globalização fez com que o poder ficasse disperso num mundo global e separado da política.

A separação entre política e poder é fatal para o Estado moderno, em especial se for um Estado democrático, cuja Constituição prometeu aos cidadãos deixa-los tomar parte nas decisões comuns, que agora são tomadas por órgãos não democraticamente designados. A tragédia do Estado moderno reside em sua incapacidade de implementar no âmbito global decisões tomadas localmente. E o problema fica mais sério quando as decisões mais importantes, econômicas, financeiras são tomadas por elites, como holdings, multinacionais, com decisões voltadas a interesses particulares.

A crise do modelo pós-westfaliano (estado-nação – soberania) significou o cancelamento do Estado do bem estar social e da maioria das promessas que a modernidade tinha feito a seus cidadãos.

O Estado do bem estar social ou Estado providência ou Welfare state, o Estado assistencial surgiu em 1930, após a crise de 29 na qual o Estado é organizador da política e da economia, encarregado da promoção social. Atua ao lado de sindicatos e empresas privadas e inclusão do conceito de cidadania. Concede aos cidadãos educação, saúde, segurança, seguridade, lazer, habitação e renda. No transcurso dos anos 70 este modelo entrou em crise.

O liberalismo tem origem no século XVII, representa à defesa do estado mínimo, deixando “a mão invisível” do mercado a regulamentação das relações econômicas (Adam Smith). O neoliberalismo iniciou-se na década de 70, caracterizado pela não participação do Estado na economia, liberdade de comércio – retomada dos ideais do liberalismo.

ZB: Mesmo a mestra dos segredos e dos subterfúgios da política, Merkiavel (Angela Merkel), nome batizado por Ulrich Beck cuja teoria dispõe o poder assentado na hesitação como meio de coerção, ameaça de retirar, atrasar ou negar créditos. Estratégia de negar assistência, não fazer nada, não investir, não disponibilizar créditos nem fundos.

As táticas de Merkiavel, ou seja, a ameaça de retirada, tornou-se uma das estratégias mais empregadas e efetivas de dominação, que tem suas raízes na atual quebra unilateral da dependência antes recíproca entre o dominante e o dominado.

A relação de dependência entre patrões e mão de obra deixou de ser negociadas e passaram a ser unilaterais. Assim, a necessidade de manter possíveis trabalhadores em boas condições (bem alimentados, vestidos, abrigados, educados e treinados) já não faz “sentido econômico” para um capital agora consciente de pertencer ao “espaço de fluxos” (Castells) – um espaço eminentemente imune aos caprichos das políticas locais.

HOBBES E O LEVIATÃ

CB: A imagem de leviatã de Hobbes representa a perspectiva de composição do Estado moderno nutrida pelos habitantes do século XVII, que estavam cansados de viver num mundo governado por sorte, desordem e corrupção, as pessoas estavam ávidas por desenvolver seus negócios num clima de equidade recíproca.

A nova entidade moderna possui força sobre-humana, muito maior que a das várias autoridades tradicionais do passado – ainda mais forte porque não depende de investidura, de hereditariedade do poder nem imposição de força física, mas da vontade de todos. Ou pelo menos daquela maioria, a qual introduz outra identificação, corolário da modernidade, que é a delegação do poder pelo mecanismo de representação coletiva, em geral denotada pelo termo “democracia representativa”.

O progresso em si está nas mãos de poucos e no sacrifício de todos em nome do bem comum. A diferenciação social se estabelece assim, a princípio, na ideia de modernidade, da qual se alimenta, separando os “sacrificados”, os condenados a desempenhar funções vitais para o Leviatã, dos que contribuem de alguma maneira, privilegiados pela oportunidade de viver uma vida melhor.

Na economia e no Estado assim como na política da vida no cenário líquido moderno, a individualidade substitui a ordem e a individualização demite a ordenação da agenda dos objetivos mais elevados e da lista dos interesses suprema. É de se perguntar até que ponto a imagem hobbesiana de Leviatã versus Beemot conservou seu valor (Estado versus sociedade).

MODERNIDADE EM CRISE

Ao tratarem da crise da modernidade,

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