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Organização em Redes

Por:   •  20/3/2018  •  2.277 Palavras (10 Páginas)  •  220 Visualizações

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Para o sociólogo Durkheim, a sociedade se transforma por meio das instituições e por seu poder de mudar os valores sociais. Tomamos como exemplo o caso dos Estados Unidos, que lideraram a revolução tecnológica, do pós Guerra Mundial, se destacando até hoje como potência Mundial em desenvolvimento. Este fato aliado ao desenvolvimento da globalização através da internet, da mídia, do entretenimento e da criação de fundos investidores, levou a uma disseminação da cultura norte-americana em países subdesenvolvidos como o Brasil. A identidade brasileira de certa forma foi fortemente moldada pelos costumes, e práticas norte-americanas. E isso representa o poder de transformação de valores das instituições norte-americanas sobre os valores brasileiros.

Conceito de Redes

Consideramos o conceito de rede, como um conjunto interligado de entidades que circulam elementos materiais ou não, e em um contexto social, estas redes estruturam relacionamentos pessoais e organizacionais de diversas naturezas, entre atores, suas posições ocupadas, ações, projetos, preferências e influências (Marques 1999). Esta estrutura organizacional é formada por um conjunto de atores que se articulam e interage com a finalidade de aliar interesses em comum, resolver problemas e atingir objetivos que isoladamente não teriam uma solução fácil.

Em sua aplicação uma rede pode ser abordada como arranjos sociais e organizacionais, que ampliam e incorporam a pluralidade de atores envolvidos, o grau de centralização e participação relativa, a natureza dos vínculos, o grau de visibilidade pública e os objetivos que propõe cumprir. Um possível resultado deste novo arranjo em rede é a predominância das relações de cooperação sobre a competição, bem como a positiva avaliação dos atores relativos à sua divisão de tarefas.

Transformação do Capitalismo Industrial em Capitalismo Informacional

Em sua crítica a economia política capitalista, Karl Marx considerava que na sociedade capitalista, a classe trabalhadora é tratada como a mercadoria capaz de agregar valor a matéria-prima através de seu trabalho. Apesar de gerar valor a mercadoria o trabalhador, recebia apenas uma parte deste valor como pagamento. A parte maior do valor agregado à mercadoria, o lucro, fica retido nas mãos dos proprietários da matéria-prima, os capitalistas donos de fábricas. O lucro era o principal gerador de capital para o capitalista industrial desde o século XVIII. Contudo a partir do século XX, outros fatores como domínio mercadológico e especulação de valor, se tornaram tão importante para a economia capitalista, quanto o lucro realizável em curto prazo por meio da venda de produção.

A imagem da corporação no mercado financeiro, e quanto se pode ganhar a longo e médio prazo com a exploração da imagem, e da credibilidade desta empresa, junto a investidores, passou a ser tão importante quanto produzir e vender. É agregada aos negócios a participação de corretoras e banqueiros em intermediações e especulação no mercado financeiro acerca das ações das empresas. O capitalismo ganha característica informacional, se diferenciando do capitalismo industrial em seu método de geração de riquezas, que depende, sobretudo da informação e do conhecimento, e da capacidade tecnológica e técnica de processar informações. Relações de investimento não visam somente o lucro, mas se preocupam também com a imagem da empresa no mercado, com o que os investidores pensam e desejam desta empresa. Esta relação entre imagem, confiança e pensamento das pessoas sobre o que valorizará, leva a compra de ações pensando no valor futuro delas, e nesta expectativa de geração de valor, é gerado o capital em dinheiro (Castells,1999).

Redes nas Políticas Públicas

Com a Constituição Federal de 1988 e a reforma do aparelho do Estado no governo FHC veio uma transformação nas praticas politicas brasileiras, que começaram a dar uma ênfase maior na democratização da gestão publica. Então foram criados mecanismos que permitem uma participação maior do cidadão nas politicas públicas, como exemplo podemos citar conselhos municipais, Controladoria Geral da União (CGU), Advocacia-Geral da União (AGU), Lei de Responsabilidade Fiscal. Outro mecanismo a ser citado é a Lei de Acesso a Informação que obriga o Estado a disponibilizar informações a todo cidadão brasileiro (Penteado, 2012). Todas essas ações podem ser resumidas em mecanismos de accountability (responsabilidade com ética), que remete à obrigação de membros de um órgão administrativo ou representativo de prestar contas a instâncias controladoras ou a seus representados (Marcos, 2007).

A sociedade civil possui várias abordagens para participar do processo de desenvolvimento de políticas públicas, dentre elas gostaríamos de citar a que emprega o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). “A tecnologia amplia a capacidade de participação social; cria nova escala de associação articuladora das redes sociais; e possibilita novas formas de organização política e da ação coletiva, além de novas formas de interação entre Estado e redes sociais e uma forma alternativa de constituição dos nós e de sua totalidade. A tecnologia tem como pressuposto a ação coletiva e direta dos seus membros, ou seja, os atores unem-se para potencializar as suas possibilidades de ação diante dos problemas sociais que os colocam como principais protagonistas. Essa possibilidade de associação vai além das formas tradicionais de representação política; trata-se de eliminar a intermediação e possibilitar formas horizontais e diretas de ação e de transformação”. (Egler, 2010, p. 232).

Uma abordagem participacionista com uso de TIC permite a formação de grupos sociais que se unem por um propósito comum, além de ser uma abordagem flexível o suficiente para permitir a participação de ONGs, bancos, sindicatos, universidades e etc. Com o aumento dos canais tecnológicos de interatividade, temos uma redução do custo de participação do cidadão, e um estímulo de uma cultura cívica, como vemos nas redes sociais, onde grupos se formam para defender certos pontos de vistas, e com isso temos um maior engajamento do cidadão (vide os protestos e caminhadas organizadas através das redes sociais). Como exemplo de abordagem participacionista com o uso de TIC, podemos citar a Rede Nossa São Paulo (RNSP), “….a Rede pretende construir uma força política, social e econômica capaz de comprometer a sociedade e sucessivos governos com uma agenda e um conjunto de metas a fim de oferecer melhor qualidade

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