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O Nazismo e o fascismo foram de esquerda

Por:   •  30/11/2018  •  4.057 Palavras (17 Páginas)  •  283 Visualizações

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Assim como os nazistas eram antimarxistas declarados e sempre desprezaram as ditas “raças inferiores”, entre elas os russos, o fato é que em sua construção o regime nazista sempre foi aliado político do regime fascista e do regime socialista da URSS, só depois o Hitler se voltou contra a URSS de Stalin, na verdade esse era o seu plano desde o início: contar com a ajuda da URSS para subir e se manter no poder e depois atacá-la. Contudo, Hitler e os nazistas eram muito mais inimigos dos regimes de “direita”, que eram o oposto de seu regime, como a Inglaterra e depois os EUA, do que contra a URSS, a qual a Alemanha nazista só combateu oficialmente no final.

Hitler e os demais nazistas eram de fato revolucionários e nunca, mas nunca mesmo, conservadores. Conservador é aquele que conserva valores e costumes tradicionais. Hitler era o completo oposto de um conservador, ele queria impor novos costumes e tradições e modificar toda a estrutura social, em outras palavras, um verdadeiro revolucionário. Ou seja, ele achava que, se ele “recriasse” a sociedade alemã segundo as nefastas ideias que habitavam sua cabeça doentia, o resultado final seria um paraíso na Terra. Na cabeça dele, a morte de alguns milhões de judeus estaria justificada quando “raiasse o novo dia” em que seu projeto de "mundo perfeito" estivesse consumado. Substitua o termo "judeus" por "burgueses" na frase anterior e você terá a fórmula do “mundo perfeito” na versão marxista-leninista.

Outro argumento muito utilizado é que o nazismo foi apoiado pela burguesia local, mas os defensores desse “argumento” não se atentam para as circunstâncias. Com medo do avanço socialista que poderia destituir suas propriedades (e até mesmo matá-los!) e com o intuito de acabar com a concorrência dos judeus, a melhor alternativa para os capitalistas alemães era se submeter ao regime nazista.

Mises comprovou que as empresas alemãs não eram de fato privadas, eram apenas nominalmente, que decidia o que seria produzido, quanto, como e quando, bem como a que preço seria vendido era unicamente o governo, a despeito do mercado, os capitalistas e consumidores não ditavam nada, apenas assistiam os desmandos do governo, ou seja, a economia nazista foi planificada e de fato socializada na figura do Estado. http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=109 Para conter o avanço do mercado negro, o regime nazista investia cada vez mais em aparatos de terror. Na verdade foi Hitler que se aproveitou em maior grau dos capitalistas alemães e não o contrário, o governo nazista tinha todos na “coleira” e controlava até mesmo seus lucros. Mesmo assim é óbvio que a eliminação da concorrência judaica facilitou os negócios da classe empresarial alemã, que encontrou num estado corporativista a sua chance de se manter no poder como uma classe parasitária, mantendo assim seus lucros muito acima do que em um sistema de livre mercado, um sistema de “direita”.

Destrinchando meu argumento: o governo preserva nominal e aparentemente a propriedade privada dos meios de produção, fazendo parecer que continuam a existir mercados, preços, salários e juros. Entretanto, já não existem empreendedores, mas apenas gerentes de empresas (Betriebsführer na terminologia nazista). Esses gerentes de empresa parecem estar efetivamente no comando das empresas que lhes foram confiadas; compram e vendem, contratam e dispensam trabalhadores, fixam remunerações, contraem dívidas, pagam juros e amortizam empréstimos. Mas, ao exercer a sua atividade, são obrigados a obedecer incondicionalmente às ordens emitidas pela agência central do governo encarregada de dirigir a produção.

Essa agência (a Reichswirtschaftsministerium na Alemanha nazista) instrui os gerentes das empresas sobre o que e como produzir, de quem comprar e a que preços, e a quem vender e a que preços. Especifica o emprego de cada trabalhador e fixa o seu salário. Decreta a quem, e em que termos, os capitalistas devem confiar os seus fundos. Em tais circunstâncias, as trocas de mercado tornam-se meramente uma farsa. Os salários, preços e juros são fixados pelo governo; são salários, preços e taxas de juros apenas na aparência; na realidade, são meramente as expressões quantitativas das ordens do governo, as quais determinam o emprego, a renda, o consumo e o padrão de vida de cada cidadão.

O governo de fato dirige toda a atividade econômica. Os gerentes das empresas obedecem às ordens do governo e não à demanda dos consumidores e à estrutura de preços do mercado. Isso não é propriedade privada e sim propriedade comunal dos meios de produção, e isso é socialismo, só que disfarçado pelo uso da terminologia capitalista. Alguns rótulos da economia de mercado capitalista são mantidos, mas com um significado inteiramente diferente do que têm na economia de mercado.

Nesse sentido, a ideia de que o mercado precisa ser regulamentando é exatamente uma ideia originada da esquerda, no máximo “do máximo” de centro (vide Keynes), nunca da direita, nunca mesmo. Como já disse anteriormente, conservadores e liberais são muitas vezes antagônicos e contraditórios. Divergem fortemente em fatores culturais e sua relação com a liberdade individual (vide conservadores x libertários), mas em economia divergem fortemente “apenas” na questão do protecionismo e imperialismo (liberais condenam ambos!), embora concordem com a desregulamentação interna e a livre iniciativa, e uma vez que Hitler praticou a regulamentação de toda a economia alemã, logo ele é de esquerda. E para os que se atentam aos detalhes isso é muito óbvio!

Enquanto que o fascismo é o sistema de governo que carteliza o setor privado, planeja centralizadamente a economia subsidiando grandes empresários com boas conexões políticas, exalta o poder estatal como sendo a fonte de toda a ordem, nega direitos e liberdades fundamentais aos indivíduos e torna o poder executivo o senhor irrestrito da sociedade.

Não há dúvidas quanto às origens do fascismo. Ele está ligado à história da política italiana pós-Primeira Guerra Mundial. Em 1922, Benito Mussolini venceu uma eleição democrática e estabeleceu o fascismo como sua filosofia. Mussolini havia sido membro do Partido Socialista Italiano. Todos os maiores e mais importantes nomes do movimento fascista vieram dos socialistas. O fascismo representava uma ameaça aos socialistas simplesmente porque era uma forma mais atraente e cativante de se aplicar no mundo real as principais teorias socialistas. Exatamente por isso, os socialistas abandonaram seu partido, atravessaram o parlamento e se juntaram em massa aos fascistas.

Então qual o principal elo entre o fascismo

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