Nazismo, um ponto de vista particular
Por: Evandro.2016 • 15/5/2018 • 3.574 Palavras (15 Páginas) • 374 Visualizações
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Em todos os países, os fluxos de troca reencontram a sua estrutura, em níveis do período entre as guerras. Em 1948, a reintegração da África setentrional e do Chifre da África ao processo de divisão internacional do trabalho interrompe os progressos econômicos alcançados durante a guerra.
Em todos os países, a Segunda Guerra Mundial cria tamanho turbilhão que as relações entre as metrópoles e as colônias se tornam incapazes de existir de forma similar ao vivido no pré-guerra. Este período repercute diretamente na região do Chifre da África e na Líbia, país onde a derrota italiana permite evoluções.
O Egito desempenhou um papel central na criação da Liga dos Estados Árabes. A aspiração por unidade dos países árabes remontava ao fim da Primeira Guerra Mundial e se manifestava no fim dos anos 30 e, posteriormente, uma vez mais a partir de 1942 com o apoio dos britânicos. Os anos do pré-guerra e a guerra não constituem o ponto de partida, nem do subdesenvolvimento e tampouco dos nacionalismos, cujas raízes são mais antigas e complexas mas, tanto um quanto o outro, emergem com a aceleração dos seus processos formativos.
O período dos anos de 1935 a 1945 foram os anos do triunfo e posteriormente do ocaso da ambição fascista. As colônias das quatro potências imperiais europeias foram profundamente afetadas pelas tendências fascistas que haviam se expandido em suas respectivas metrópoles.
Antes de tudo o investimento inicial realizado no âmbito educacional na África, particularmente na África britânica em fins do século XIX e nos primórdios do século XX, começara a oferecer os seus frutos criando uma elite com uma consciência política; ora, uma correlação direta estabelecera-se entre as proporções da elite e da e a população de uma colônia, por um lado, e o desenvolvimento de um movimento nacionalista eficaz, por outro lado.
A soberania política era realmente uma condição necessária para que a África pudesse realizar ou satisfazer qualquer uma das suas aspirações essenciais. Mas a soberania política por si só não era suficiente.
A luta pela soberania política na África colonial se desdobrou em quatro etapas. Antes da Segunda Guerra Mundial, produziu-se primeiramente uma fase de agitação das elites em favor de uma maior autonomia. A ela seguiu-se um período caracterizado pela participação das massas na luta contra o nazismo e o fascismo. Adveio, em seguida, após a Segunda Guerra Mundial, a luta não violenta das massas por uma total independência. Finalmente, sobreveio o combate armado pelo reino político: a guerrilha contra os governos de minoria branca, sobretudo a partir dos anos 1960.
Entretanto, a mais potente forca de oposição ao colonialismo na África era formada pelos próprios africanos, que começavam a se organizar melhor, a formular mais claramente suas exigências e, em definitivo, a se armar melhor para a luta.
Foi entre 1906 e 1908 que Mahatma Mohandas Gandhi conduziu a primeira campanha de desobediência civil lançada na África do Sul; ela dirigia-se em sentido contrário as medidas discriminatórias do Transvasa contra os indianos.
Esse movimento está na origem de uma tradição especifica de resistência que se estendeu muito além da África do Sul. Nos anos 1950, o African Nacional Congresso e o South Africana Indian Congresso esforçaram-se para coordenar a luta dos africanos, dos indianos e dos mestiços em uma campanha de massas contra a legislação relativa ao passe-livre
As mais internacionais entre todas as estratégias de descolonização aplicadas na África foram marcadas pela exigência do emprego de aperfeiçoadas e modernas armas. As lutas armadas mais modernas foram conflitos fortemente internacionalizados.
Numerosos países intrometeram-se nesses confrontos de diferentes maneiras, desde suporte financeiro ao fornecimento de armas, incluindo até uma participação com o envio de tropas.
Sem a intervenção da União Soviética e dos seus aliados nas lutas da África Austral, a libertação dessa região seria provavelmente ainda mais retardada, e ao menos uma geração. Quanto a intervenção das tropas cubanas na luta em defesa da soberania de Angola, tratou-se aqui do maior apoio externo já prestado em uma guerra de libertação africana.
Em nenhum outro lugar da África, o reino político pode receber tanto em troca quanto na África do Sul. A potente industrialização criada pela mão de África desde 1935 477 obra negra e pela técnica ocidental, as enormes reservas minerais, a disciplina forjada na longa luta dos africanos pela justiça e as novas vantagens que lhe conferem o estatuto de potência nuclear constituem, com efeito, fatores que reforçam consideravelmente o significado de um reino político sul-africano cujo futuro estaria em mãos da maioria antes do final do século.
Ao longo dos anos 1945-1948, a aspiração por uma vida melhor e distinta manifestou-se de modo por vezes explosivo, em razão do regime político- econômico imposto durante a guerra. Os excessos do “esforço de guerra”, a penúria e as vertiginosas altas nos preços criaram um mercado negro e, em combinação com bloqueios salariais e métodos autoritários da chefiaria e das autoridades coloniais, produziram em conjunto uma situação que se tornou insuportável quando a paz foi restabelecida.
No plano social, este período proporciona a criação de novas escolas primarias, enquanto colégios universitários são abertos em Ibadan, na Nigéria, e em Lego, na Costa do Ouro (atual Gana). Após a guerra, a urbanização também apresenta um grande impulso, pois os jovens desempregados, tendo deixado a escola, abandonam em número cada vez mais elevado os campos, para buscar nas cidades emprego e distração. Além disso, africanos ocidentais, tendo recebido no estrangeiro uma educação e uma formação de advogados, médicos ou engenheiros (mas, sobretudo, advogados) começam a retornar ao pais, em número cada vez maior, principalmente na África Ocidental Britânica. Todas essas transformações provocam o aumento do peso social da classe laboral formada por professores, mecânicos, motoristas, mineiros, ferroviários, comerciários e pequenos comerciantes africanos.
A liquidação do colonialismo na África Ocidental Britânica nos vinte anos seguintes a Segunda Guerra Mundial e imputável a três fatores cruciais, aplicáveis, igualmente e quase integralmente, a todas as outras colônias. O primeiro diz respeito a ascensão do nacionalismo africano durante o período considerado; o segundo se refere a natureza, aos objetivos e as atividades dos partidos políticos e dos movimentos nacionalistas
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