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Analise semiotica filme "Marley e eu"

Por:   •  9/12/2017  •  2.269 Palavras (10 Páginas)  •  430 Visualizações

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Por cada uma dessas segmentações compreende-se as rebeliões humanas. É uma questão puramente de incompreensão do ponto de vista de outro grupo social.

Para cada estudo, ou ainda, cada produto da cultura humana é destinada para um grupo, (amplo, com alcance em várias camadas, ou muito segmentado). Quando temos, por exemplo, um livro de ficção, ele vai ser direcionado para um padrão de consumidores em potencial. Podem ser para adolescentes, para senhoras donas de casa ou para chefes de família. Indiferente a isso, ele pode ser consumido por quem o desejar, mas as pessoas que não aceitam, (não compartilham), dos valores e dos significados da história do livro, não vão considera-lo como importante.

Códigos sociais são aqueles elementos que são compartilhados como condensadores de valores. Para uma classe financeira, identificada como classe média, entende-se como prioridade, por exemplo, ter o poder financeiro de adquirir um carro novo por ano. Logo, entre todos os membros, ativos e preocupados com esse código social, é importante que eles cumpram essa regra, e mantenham-se atentos para que os outros membros também a pratiquem. Afinal se essa regra é um dos pilares desse grupo, o não cumprimento desta, faz com que o sujeito seja excluído do grupo social.

“Quando um indivíduo chega a presença de outros, estes geralmente, procuram obter a seu respeito ou trazem à baila a que já possuem. Estarão interessados na sua situação socioeconômica geral, no que pensa de si mesmo, na atitude a respeito deles, capacidade, confiança que merece, etc.” [Goffman, “A representação do eu na vida cotidiana”: Pag. 11 - Editora Vozes: 1975]

Esses valores sociais compartilhados são formas de identificar os homens, inclusos em grupos ou desconhecidos uns aos outros. É um fenômeno natural da condição de ser humano-social, identificar-se com seus semelhantes, e essas formas de identificação, nada mais são que esses valores simbólicos que nos referimos até aqui.

Quando um indivíduo chega a um determinado ambiente ele procura por pessoas que conheça, pois estas representam uma concordância de valores. Seja a família ou um grupo de amigos. Assim como se esse indivíduo chega a um local com desconhecidos, ele busca por aqueles que pareçam se encaixar nas regras e símbolos por ele valorizados.

“Apresentam-se como valiosas e verdadeiras as realia imediatas: O homem e sua essência antropológica, a felicidade física, o trabalho, o alimento a vida encarada como determinado processo biológico. Destituídas de valor e falsas são as coisas que adquirem sentido somente em determinadas situações de signo: dinheiro, honrarias, tradições de castas e camadas sociais” [SCHNAIDERMAN, “Semiótica Russa”: pag. 39 - Editora Perspectiva: 2010]

Vale ressaltar que esses valores nada mais são do que regras sociais. Trata-se de costumes, dinheiro, pose, posse e vários outros elementos de foram estabelecidos como importantes. O homem criou esses valores - propositalmente ou organicamente, não faz muita diferença, o fato é que existe – e é através desses valores que ele sustenta a sociedade. O sistema de valorização desses símbolos sociais é uma ampla construção desde os primórdios da existência humana e que durará enquanto o homem existir em sociedade. Entretanto o homem antes de existir como ser social existe como ser humano.

Os valores sociais existem como forma de valorizar o homem membro de um determinado grupo, entretanto a moral que permeia a todas as camadas é ‘ser humano’ como condicional a existência.

Indiferente a sua posição social o homem tem um vasto pacote de necessidades que serão sempre intransponíveis a qualquer humano. A fome, a sede, as necessidades fisiológicas, a saúde, a carência afetiva. São elementos-chave que nenhuma posição social pode desapegar. Entra o paralelo da existência filosófica: porque separamo-nos uns dos outros se na realidade temos todos a mesma composição e as mesmas necessidades?

As necessidades básicas do indivíduo e os valores compartilhados por grupos faz com que a sociedade exista por si só. O homem precisa dos valores sociais para existir como único, afinal, ele sabe que sua composição e que todas as necessidades básicas são igualitárias aos humanos.

Marley e Eu

Nosso objeto de análise é a história narrada por John Grogan. O Escritor norte americano que narra uma historia vivenciada por ele próprio e sua relação com seu animal de estimação, uma cachorro da raça labrador batizado como Marley, em homenagem ao cantor Bob Marley.

Marley e Eu, foi um livro lançado em 2006 e posteriormente adaptado para o cinema em 2008 sendo um grande sucesso pelo caráter emotivo e por trazer questões como a valorização da família e a construção afetiva em torno dos animais de estimação.

“Para um cão, você não precisa de carrões, de grandes casas ou roupas de marca. Símbolos de status não significavam nada para ele. Um graveto já está ótimo. Um cachorro não se importa se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro. Um cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Dê seu coração a ele, e ele lhe dará o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não. De quantas pessoas você pode falar isso? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?” [GROGAN, “Marley e Eu”: Sinopse do livro – Canadá, 2006]

John e sua esposa, Jenny, são jornalistas, e após alguns anos de união resolvem que estão prontos para ter um filho. Permeado pelas dúvidas existenciais desse conflito, sobre se têm mesmo capacidade para isso, e como seria a vida após a chegada desse novo membro, John resolve adotar um animal de estimação.

John adota Marley, um filhote meigo e atrapalhado. Marley foi adotado pequeno e os donos não imaginavam que ele cresceria muito, logo, ele começou a dar trabalho pelo grande porte, a fazer muita bagunça, e estragar alguns bens da casa. Nesse processo Jenny acabou ficando grávida e antes que completasse três meses, ela sofre um aborto natural. Superando o trauma, tempos depois, o casal conseguiu a sonhada gestação saudável, e em outras duas vezes. Agora com três filhos o casal se via tendo muito trabalho com o bagunceiro velho cachorro.

Com quatorze anos, o cão apresenta os sinais da velhice e após problemas

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