A morte como mercadoria e seu consumo pela sociedade

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pesquisa parte do fato de que a morte atinge os cidadãos de forma direta ou indireta com tal frequência que se tornou algo banal. O presente projeto faz-se necessário para que seja instigado em cada indivíduo um espírito questionador e que seja rebatida a imagem de naturalidade da mercantilização da morte, que muitas vezes passa despercebida devido a um “efeito anestésico”.

É preciso reativar a mentalidade crítica da população como um todo, de forma a tornar a sociedade atual mais seletiva com relação às informações que absorve, torná-la capaz de filtrar o conteúdo que não acrescenta o indivíduo em muito e atenuar, com isso, o que se chama de indigestão informacional. Busca-se, ainda, que essa criticidade possa contribuir para uma diminuição do consumo da morte como produto do capitalismo, corroborando para o gradual abandono dessa imagem.

A presente pesquisa faz-se necessária também para chamar a atenção dos possíveis recentes pais que se voluntariem a respondê-la, de modo que as perguntas ao final tenham seu foco redirecionado às crianças, que, como se sabe, são mais vulneráveis às informações que recebem e tendem a imitar naturalmente processos observados.

4. REVISÃO TEÓRICA

Sobre o tema da pesquisa já discorreram alguns pensadores consagrados pela história da filosofia e da sociologia. Em seu livro Os Ensaios, Montaigne afirma o seguinte:

[...] aprendamos a arrostá-la de pé firme e a combatê-la. E para começar a tirar-lhe sua grande vantagem sobre nós, tomemos um caminho totalmente oposto ao comum. Tiremos-lhe a estranheza, frequentemo-la, acostumemo-nos com ela, não tenhamos nada de tão presente na cabeça como a morte: a todo instante a representemos em nossa imaginação em todos os aspectos. (MONTAIGNE, 2010, P.68)

O trecho do ensaio Que filosofar é aprender a morrer destaca qual é a postura que, para o autor, deve ser adotada diante da morte. Por meio do combate à ideia da morte é possível vencer o medo que se tem dela e tirar-lhe a estranheza. O assunto em pauta adentra ainda o campo médico, já que com o avanço tecnológico há no imaginário coletivo de forma inconsciente a sensação de imortalidade, a crença exacerbada na medicina, nas drogas farmacêuticas, nas descobertas científicas e até mesmo nas manipulações genéticas.

Na sociedade moderna, o consumo é inerente ao sistema, e é nesse sentido que se pode então destacar:

Então é possível falarmos hoje em negócios da morte, mercado empresarial da morte, mercado funerário, etc., já que o morrer se tornou um comércio extremamente lucrativo e fez desenvolver a indústria fúnebre na sociedade de consumo como um seg¬mento altamente rentável. (ARAÚJO, 2012, p.344)

Desse modo confirma-se a justificativa do presente trabalho, assim como se evidencia o embasamento científico de tal.

5. METODOLOGIA

Para melhor entendimento do método utilizado na pesquisa, será dividido este tópico em método de pesquisa, locais para coleta de dados, participantes e análise de dados.

5.1 MÉTODO DE PESQUISA

Consistirá em abordagem de indivíduos de diversas classes sociais em diferentes pontos de coleta de dados, com objetivo de realizar três perguntas rápidas aos voluntários – já descritas no item 2.2 – e observar a anotar as respostas fornecidas.

5.2 LOCAIS PARA COLETA DE DADOS

Pontos de participação serão distribuídos em diversas localidades, a saber: um ponto por centro de ensino da Universidade Federal do Piauí (UFPI), um ponto por centro de ensino da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), um ponto na UBS do bairro Santa Bárbara, um ponto na UBS do bairro Poty Velho e um ponto na UBS do bairro Vila da Paz.

5.3 ANÁLISE DE DADOS

Será mensurada a quantidade de vezes que aparecerá cada resposta possível fornecida, sendo ao final organizada uma tabela com os números relativos à pesquisa.

6. CRONOGRAMA

ATIVIDADES Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Reformulação do projeto X

Desenvolvimento do projeto X X X

Coleta de dados X X

Análise de dados X

Redação e revisão da pesquisa X

Conclusão e entrega X

7. BIBLIOGRAFIA

ARAÚJO, Rogério Bianchi de. A mercantilização da morte na sociedade