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TÍTULO DO FILME PALETAS- A ALDRAVA- JEAN-HONORÉ FRAGONARD

Por:   •  5/7/2018  •  1.893 Palavras (8 Páginas)  •  805 Visualizações

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à de outras obras de Fragonard. São rachaduras redondas em forma de caramujo, mostram a fragilidade do suporte. Outra obra que apresenta essas características é a obra “Despida da camisa”.

Há rachaduras no drapeado amarelo do vestido, secando mais devagar a camada inferior provocou a criação de várias fendas na camada amarela. Tais defeitos sofreram vários reparos no passado.

A fotografia em fluorescência ultravioleta mostra linhas pretas que correspondem a essas restaurações.

Por fim, rachaduras devidas ao tempo são atribuídas a movimentação da obra.

Assim como o restante da tela, a maça apresenta rachaduras, portanto ela não pode ter sido pintada nem ampliada recentemente.

O desenho, colocado à venda em 1777, difere do quadro em vários detalhes: a maça está caída no chão; a jovem olha seu sedutor de esguilha, as pregas do seu vestido são bufantes.

O próprio Fragonard fez um certificado de autenticidade.

Um pequeno esboço de 26 cm por 32 cm foi pintado sobre madeira, ele também apresenta nítidas diferenças em relação ao quadro: o jovem é loiro; a jovem está de olhos abertos; e não existe maça;

Houve uma diferença muito significativa em relação aos tamanhos, passando do esboço para o quadro final ampliou bastante a composição 73cmx93cm. Ele também simplificou a cena, eliminou tudo o que pudesse distrair o olhar.

O mesmo raio de luz ilumina a porta, o casal, a cama, e a maça. Essa luz marca a diagonal do quadro. As cortinas, a cama, a toalha e as vestes são percorridas com conjuntos de pregas moduladas.

Podemos dizer que o pintor gosta de torções ascendentes. A perna direita da mulher inicia uma curva que se prolonga pelas costas e o braço direito do jovem.

Só há algumas formas geométricas mais precisas, a mesa ou a porta, contrariam esse conjunto de curvas flexíveis e ritmadas.

Em relação as cores do quadro, notamos algumas diferenças em relação ao esboço. O esboço foi tratado com tons mais frios e claros, já o quadro foi modulado em cores mais quentes e escuros.

O branco de chumbo foi usado com um pouco de preto para a roupa do jovem. O mesmo branco misturado com um pouco de vermelho serve para as carnações. As cores das cortinas são obtidas com o vermelhão misturado com o ocre nas zonas de sombra. As Almofadas têm a cor verde escuro, talvez uma mistura entre azul da Prússia e amarelo de Nápoles.

No vestido da jovem de “ A aldrava” ele utiliza amarelo de Nápoles puro, essa mesma cor está presente na mistura do resto do quadro, fornecendo uma cor dourada.

Sendo assim “ A Aldrava” é composta por uma paleta de cores bem reduzida: preto, branco, amarelo, vermelhão, ocre e verde.

Fragonard sofreu a influência da pintura veneziana. A “A Aldrava” conserva curvas do rococó e o toque suave, mas já apresenta as características mais meticulosas do estilo neoclássico, que nascia nessa época na França.

Os quadros de Fragonard raramente se situam em um contexto histórico preciso. No entanto reproduzem os costumes bastante liberais do século.

O autor conta a história natural do amor.

Os quadros de Fragonard ilustram a moda dos elegantes da época. Por volta de 1780 os homens usavam os cabelos levantados na frente num topete, crespos dos lados e presos num rabo de cavalo. Usam camisas, coletes de mangas compridas, e uma veste a francesa aberta na frente. Também usavam uma calça que ia até o joelho.

Assim em “A Aldrava” o homem veste a camisa e a ceroula, ele tirou a calça, os sapatos e as meias.

As mulheres usavam laços bufantes nos pescoços e fitas nos cabelos, o vestido aberto até a cintura deixava perceber a saia, as vezes de cor diferente. Mangas e saiotes eram fixados em um corpete com barbatanas bem apertado e trançado nas costas. Sobre o corpete as mulheres usavam uma camisa comprida, mas nenhuma roupa de baixo.

Em “A Aldrava” a mulher perdeu suas fitas, ela está despenteada, as pregas do vestido saíram dos bolsos, mas ela ainda está vestida.

As posições dos objetos e vestimentas permitem reconstituir a história contada pelo quadro: “ O rapaz levou a moça para dentro de um quarto. Ele é moreno, muito musculoso, talvez não pertença a mesma classe que ela. Ele jogou rapidamente o seu casaco sobre a cadeira. Soltou os cabelos da companheira, e a levou para a cama. As torções das cortinas mostram que ele abriu a alcova, o amassado das almofadas e dos lençóis é o indicio de seus primeiros beijos, e seus afagos, de seus abraços. Para o rapaz foi fácil se livrar dos sapatos, das meias e da calça. Desatar o vestido a saia e o corpete, ao contrário, levaria muito tempo. Nos abraços furtivos, bastava ao sedutor levantar os amplos saiotes, para logo chegar ao objeto escondido do desejo. Até então, a mulher se sentia protegida pelo risco da chegada de um estranho no cômodo, mas os carinhos foram longe demais. Seu sedutor está quase nu junto a ela, ela se sente indefesa. Pula da cama em direção a porta, seu vestido ainda está sobre a cama, a cadeira está caída, o vaso virou, o buquê foi parar do outro lado. Sempre enlaçado com sua companheira o homem passa a sua frente, ele a segura, ela está cambaleante. Ele passa o ferrolho, ela estende o braço para impedi-lo, sem muita convicção. Coloca sua mão direita sobre a boca do seu companheiro, agora um gesto mais de carinho do que de recusa. É o último segundo de resistência. Atrás dela a cama aberta, ela vai ceder, ela já cedeu. ”

Em conjunto a outras obras, “A Aldrava”, “ O Armário” e o “O Contrato”, formariam então uma espécie de romance em três capítulos.

Explicam a simbologia dos objetos presentes na tela. A maça representa o pecado original. O vaso caído tem a forma longa e estreita, na mística cristã ou na poesia erótica a palavra vaso é uma metáfora do sexo feminino. Em A Aldrava o vaso está caído, ou seja, a castidade da moça está por um fio. Mesmo simbolismo nas flores que simbolizam a virgindade das moças. Proteger sua flor deve ser a principal preocupação da jovem bem-educada. A cadeira

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