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Trabalho vidas refugiadas

Por:   •  16/4/2018  •  2.037 Palavras (9 Páginas)  •  331 Visualizações

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Alice: artista, natural do Burkina Faso, 24 anos. Fugiu do seu país de origem para escapar de um casamento arranjado por sua família. Ao se casar, em nome das regras locais, ela seria proibida de frequentar alguns espaços públicos.

[pic 8]Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/

Silvye: Advogada, nacional da República Democrática do Congo, 34 anos, casada e mãe de quatro filhos. Fugiu após a prisão do seu marido, que era militante contra a ditadura, ao saber que seria perseguida juntamente com sua família.

[pic 9]Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/

Escolhi a exposição “Vidas Refugiadas” devido ao meu interesse por assuntos tratados em tal mostra: feminismo e refúgio.

Penso que tal exposição veio em um momento extremamente propício, já que a guerra na Síria ganha um grande destaque na mídia a partir do momento em que milhares de pessoas buscam refúgio, geralmente, nos países da Europa. Durante o árduo caminho em busca da paz e da liberdade, homens, mulheres e crianças passam por enormes dificuldades e correm frequente risco de morte.

O feminismo é um assunto, também, com grande destaque na mídia e, principalmente, nas redes sociais, onde mulheres, militantes e ativistas, buscam defender seus direitos, dentre eles o direito ao próprio corpo. Como apresentado, algumas mulheres tiveram que fugir dos seus países devido à repressão somente pelo fato de serem mulheres, tal repressão se apresenta em forma de casamentos arranjados e suas demais consequências.

É inacreditável que, no século XXI, a história de vida e o sofrimento dessas mulheres sejam verdade. Concluo que o projeto Vidas Refugiadas veio, não só como forma de agregar valor cultural, mas também como forma de alerta, para que possamos perceber que histórias tão distantes em nosso imaginário realmente aconteçam, e para que as refugiadas, mais do que nunca, ganhem visibilidade e lugar na mídia e nos meios de comunicação.

Visitei a exposição pela noite e encontrei poucas pessoas. O pátio do CCBB estava cheio de pessoas, em sua maior parte com idade entre 30 e 50 anos, desfrutando do café que se encontra no local, mas pouquíssimas pareciam interessadas na exposição. Acabei percebendo, ao observar o público, que aquele era o retrato da sociedade brasileira em relação aos refugiados: são imperceptíveis à maioria da população, a não ser que choquem, e, ainda sim, a atenção geral será voltada por alguns minutos, seja na internet ou em jornais, e depois dispersada para algo mais leve. Contudo, encontrei mulheres jovens contemplando a exposição junto comigo.

[pic 10] [pic 11]Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/ Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/

O tema abordado e a exposição em si foram, juntos, o suficiente para que eu abrisse os meus olhos para uma coisa que me parecia extremamente distante: a repressão que força as pessoas a saírem de seus próprios países para tentarem uma vida livre e pacífica. Atentei-me ao fato de que, por muitas vezes, reclamei do meu país, mas jamais imaginei que tantas pessoas almejassem viver nele por coisas simples que ele proporciona: liberdade cultural, de expressão e religiosa. Sou ciente de que o Brasil tem diversas dificuldades, mas, hoje, vejo-o com outros olhos e agradeço por meu direito de manifestação.

Algo que me chocou, além da questão do refúgio, foi o fato das mulheres trabalharem em cargos inferiores à sua capacitação. Dentre o elenco feminino, temos professoras, escritoras e afins, mas que, no Brasil, trabalham como cabeleireiras, ajudantes em creches, caixas de redes de fast food e etc. Tal fato faz com que eu perceba o quanto as oportunidades são limitadas em meu país, e penso também que há um preconceito latente com os refugiados, principalmente com as mulheres refugiadas, já que estas, mesmo extremamente capacitadas, não conseguiram obter êxito em suas áreas de trabalho no Brasil.

Emociono-me, também, com a capacidade dessas mulheres de serem felizes com o que considero tão pouco: a oportunidade de serem livres. É incrível ver o sorriso no rosto e a satisfação destas, que mesmo com seus direitos, muitas vezes, negligenciados, trabalhando em cargos inferiores à sua capacitação, morando em áreas perigosas, mantêm sua felicidade, simplicidade e fé na vida.

[pic 12] [pic 13]Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/ Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/

Faço, também, uma pequena ligação da exposição com o meu curso, Publicidade e Propaganda, a partir do momento em que as fotografias são usadas para promover uma causa maior: a necessidade que as mulheres refugiadas têm de serem vistas na sociedade. O fato de ser uma mostra fotográfica também auxilia na minha aprendizagem, já que apuro meu olhar fotográfico e aprendo, agregando, assim, um valor pessoal e cultural à jornada que será a minha graduação.

[pic 14]Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/

[pic 15] Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/

[pic 16] Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/

[pic 17] Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/

É importante expor que a relação refugiado-nativo é uma via de mão-dupla. Ao saírem de seu lugar natal, os refugiados trazem consigo uma bagagem enorme de arte e cultura, podendo compartilhar conosco muitos conhecimentos, e também aprenderem com a gente. Seja com música, artes visuais, dança e as mais diversas manifestações artísticas e culturais, há uma troca riquíssima que deve ser posta em prática e incentivada.

Em grandes cidades como São Paulo, são realizados constantes eventos, as “feirinhas culturais”, para que essa troca seja realizada e para que os refugiados tenham esse momento, também, como uma forma de renda, ao venderem, por exemplo, comidas típicas de seus países.

“Refugiados e imigrantes tiveram um encontro especial com paulistanos durante o último domingo (15), no Mirante da Avenida 9 de Julho – um vibrante ponto de encontro de São Paulo atrás do Museu de Arte (MASP).

Sírios, congoleses, colombianos, senegaleses e pessoas de outras nacionalidades puderam vender e expor pratos e doces tradicionais, peças de artesanato, roupas e turbantes, além de apresentar algumas manifestações culturais típicas como a caligrafia árabe e danças

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