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RESENHA - A ESTÉTICA E HISTORIA DA ARTE

Por:   •  26/12/2018  •  1.662 Palavras (7 Páginas)  •  536 Visualizações

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A partir do século IV a.C., a civilização grega passa por um momento de crise intelectual, no que ficou conhecido como período helenístico. Isso leva à uma alteração na produção artística, que agora passa a ser focada na produção direcionada a um certo público, e passa a ser colecionada. Esse contexto assemelha-se muito ao contexto de produção renascentista, principalmente em relação ao patrocínio, a mercantilização e a associação entre arte e poderio econômico. Isso leva a uma competição entre os artistas e, a preocupação com a representação de uma beleza ideal, exacerba-se e mistura-se com uma dramaticidade, buscando afirmar a superioridade técnica. Aqui a arte se afasta definitivamente do caráter místico que herdara da influência egípcia ou daquela produzida pelos primeiros homens.

Quando Roma anexou a península grega, incorporou também os conceitos estéticos (antropocentrismo) e as técnicas de representação artística desse povo. A arte grega adaptada ao Império, foi usada como reafirmação do poderio econômico e militar, de certa forma, utilizada como um meio para propagar a ideologia de Roma por suas províncias, foram produzidos bustos de governantes – vale relacionar aqui, o anseio humano de ser retratado para a eternidade, que se repete com alguma frequência entre governantes dos mais diversos povos, começa a surgir o retrato como uma área especifica da escultura e da pintura, através da história e dos estilos artísticos que se sucederam, governantes e pessoas que ocupavam uma posição hegemônica na sociedade foram retratados inúmeras vezes por artistas que se especializavam cada vez mais nessa área – e suntuosas obras arquitetônicas . Pela primeira vez, a arte começa a assumir um caráter propagandístico, que futuramente se repetiria em contextos expansionistas semelhantes, como no século XVII, durante a contrarreforma, quando a igreja católica passa a patrocinar grande parte da produção artística com o objetivo de utiliza-la para propagar os dogmas e ensinamentos da instituição, ou durante o Império Napoleônico (nesse caso houve também um resgate técnico, estilístico e temático do período romano) quando foi criado o estilo Neoclássico.

No que diz respeito a técnica, Roma continua com o aperfeiçoamento de representação humana, focando na precisão e busca de uma proporção perfeita. Entretanto, após o surgimento do cristianismo e a queda do império do ocidente, o conhecimento de representação orientado por regras matemáticas, e focado na perfeição quase irreal das imagens representadas, torna-se restrito. Agora os artistas voltam à uma representação similar àquela utilizada no antigo Egito, que geometrizava e bi dimensionava as formas, a temática passa a girar em torno de temas religiosos, com um caráter quase didático para propagar a palavra da religião católica. Apenas no século XV, é feito um resgate do ideal antropocêntrico e do conhecimento técnico que orientou os povos da antiguidade clássica. Esse conhecimento foi sistematizado e estruturou-se uma academia, que cria uma espécie de julgamento para o que era ou não arte. Essa estrutura que focava em uma técnica muito precisa se manteve rígida, variando em temática, e aperfeiçoando as técnicas de representação até meados do século XIX, quando surgem as vanguardas modernistas, que iam na direção oposta à tendência perfeccionista de retratação da realidade dentro do meio artístico. Nesse momento, surgem os primeiros questionamentos do conceito de arte, sobre como a produção artística deveria ser avaliada e, a partir disso, começa uma desconstrução progressiva dos ideais que foram engessados pela academia durante tanto tempo.

Com os estudos feitos em sala de aula e baseados no livro, é possível concluir que a técnica e a temática na história da arte, apesar de serem diretamente relacionadas ao contexto de produção, possuem um lugar comum e as vezes um certo movimento pendular (de retomada constante). Muitas vezes ao longo da história, uma temática foi trabalhada de forma muito semelhante por povos distantes no tempo e no espaço e, em outras tantas vezes, retomada por povos que que interagiam de forma intensa em determinadas localidades próximas. Entretanto, também é possível perceber que os padrões socioculturais de distintos períodos históricos, também norteiam quais os pontos a serem retomados, e quais os pontos de ruptura. A proposição de análise relaciona esses aspectos e, por meio de uma cronologia progressiva feita no livro, e por meio de uma cronologia regressiva feita em sala de aula, sublinha os pontos em comum ao longo da história da arte e permite a criação e entendimento de paralelismos.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GOMBRICH, E. H. A História da Arte. 16 ed. São Paulo: LTC 2000

BRAGA, G. B. Introdução a Estética e História da Arte. Aulas expositivas ministradas no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de São João del Rei, 11 de ago. 29 de set. 2017.

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