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SINGERPAUL - ECONOMIA POLITICA E URBANIZAÇÃO

Por:   •  4/3/2018  •  3.355 Palavras (14 Páginas)  •  342 Visualizações

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A aglomeração urbana permite a expansão da divisão do trabalho, limitada pelo tamanho do mesmo. Ao se aglomerar num espaço limitado uma numerosa população, a proximidade entre produtores e consumidores (em um cenário que ainda não existe transporte mecanizado) reúne num mesmo mercado considerável massa. A divisão do trabalho acontece entre diferentes núcleos urbanos. Esse desdobramento permite o surgimento de atividades especializadas que suprem uma demanda mais ampla que a do mercado local, já que os núcleos passam a se desenvolver internamente, impactando, claro, na rede estrutural que pertencem. Para que isso aconteça, é necessário que a rede esteja integrada politicamente, limitando o crescimento autônomo dos núcleos e garantindo a não-expansão independente.

O caráter integrador da economia urbana torna diferentes partes do território, com características sólidas de especialização, interdependentes. É no estabelecimento da relação entre o trabalho da cidade e do campo que a cidade deixa de ser a sede da classe dominante para transformar, assim como no campo, elementos da natureza. Assim, o homem do campo passa a ser consumidor de produtos urbanos, é aqui que acontece a verdadeira troca e interdependência entre campo e cidade. A partir do momento que a cidade captura atividades exercidas no campo para desenvolver internamente e cria novas atividades mediante a produção de novas técnicas, dificulta-se a distinção entre as duas.

Em cada momento e lugar, a estrutura de classes concreta resulta da presença simultânea de diferentes modos de produção. As tensões e conflitos entre classes, necessariamente são pautadas nesta diferença, em que modos de produção se tornam conflitantes, seja na relação de dominador e dominado ou de dominadores de diferentes modos de produção. Para as classes dominantes que praticam diferentes modos de produção é interessante que não existam lutas entre dominadores e dominados, para que ela se permaneça forte sobre o dominante rival. Para as classes dominantes que praticam diferentes modos de produção é interessante que não existam lutas entre dominadores e dominados, para que ela se permaneça forte sobre o dominante rival.

A servidão do campo, corroída pela crescente comercialização do excedente alimentar, liberava mão de obra que era aproveitada para a produção de manufaturas. Com matérias primas e equipada de ferramentas, os camponeses passam a produzir em escala cada vez maior mercadorias, não sujeitos à regulamentação corporativa. É a revolução manufatureira.

Ao tempo que a revolução manufatureira se orienta contra a cidade, conquistando-a de fora pra dentro, a revolução industrial, que altera mais uma vez os modos de produção, tornando o investimento no INSTRUMENTO DE PRODUÇÃO, não mais na matéria prima e no produto acabado. Em contraponto com o modelo anterior de cidade do comércio, que acontecia na hierarquização da cidade sobre o campo politicamente dominado e explorado por uma rede de monopólios, a cidade industrial, em nome do liberalismo, retira do capital os privilégios monopolísticos e se impõe graças a superioridade produtiva.

Os instrumentos de produção eram de propriedade do produtor direto, explorado pelo mestre de ofício ou pelo comerciante. Com a expansão da manufatura, ou seja, a produção em série, mesmo que artesanal, foi-se entendido que a divisão funcional das etapas de produção entre homens sem conhecimento prévio, mas que facilmente poderiam ser introduzidos no processo produtivo desenvolvendo atividade de forma quase mecânica, poderia ser lucrativa. Surge o "fabricante", cuja meta é a valorização de seu capital, desenvolvendo e estimulando técnicas que permitem a obtenção de capital com o menor tempo de trabalho possível.

Ao tempo que algumas nações tiveram sua economia urbana industrializada, principalmente após 1875 com a descentralização do monopólio industrial inglês para outras nações, outros países não se industrializaram, permanecendo subdesenvolvidos. Para que se generalizasse a expansão das industrias para outros países, era preciso mudar a relação entre campo e cidade. A população rural, desde a cidade do comércio, já era consumidora dos produtos manufaturados da cidade, mesmo que mantendo paralelamente uma produção de seu autoconsumo. Com o surgimento da indústria e a potencialização da produção em série, transforma o camponês em agricultor especializado e inibe qualquer potencial de produção campestre.

URBANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO: O CASO DE SÃO PAULO

O papel de São Paulo no Brasil era o de concentrar em uma área urbanizada a acumulação do capital. O crescimento acelerado de metrópoles em países subdesenvolvidos: problemático, acentua desequilíbrios, principalmente de moradia e serviços urbanos, sendo essa a situação de São Paulo. Seu crescimento deveria ser desacelerado, para evitar uma problemática urbana muito maior.

O crescimento urbano desenvolve, junto com o desenvolvimento da cidade, uma série de problemas de ordem urbana, como a escassez de habitações, a saturação do tráfego, a insuficiência de serviços urbanos básicos, etc. Nesse cenário, existem duas vertentes da crítica à urbanização acelerada. De um lado, um grupo conservador e fundamentalista atribui sobre as próprias pessoas a responsabilidade sobre o aumento populacional e suas consequências. De outro lado, entende-se que o processo e suas consequências são fruto da anarquia de produção, própria do capitalismo.

Será que é o gigantismo das metrópoles em países subdesenvolvidos, de fato, a principal causa do problema? Será que existe relação entre o crescimento populacional e a expansão da economia da metrópole, ou as necessidades continuariam existindo mesmo se a população fosse menor? Durante o período colonial, existia um grande desperdício de força de trabalho e, consequentemente, escassez de mão-de-obra no mercado mundial. Por conta da dispersão da população em pequenas unidades de economia de subsistência, fazendo com que a mobilização da força de trabalho acontecesse pela escravidão e imigração.

Entre 1888 e 1930, houve importantes transformações econômicas no país, principalmente a substituição das importações advinda da constituição industrial produtora de bens de consumo no Rio de Janeiro e em São Paulo. Após 1930, a oligarquia da cafeicultura perdeu o poder, por conta de repetidas revoltas da oficialidade jovem. A partir daí, na gestão Vargas, algumas políticas reforçaram a industrialização e o trabalho industrial e a qualidade/padrão de vida do produtor rural passa a ser

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