Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

O Espaço Urbano

Por:   •  19/4/2018  •  2.013 Palavras (9 Páginas)  •  236 Visualizações

Página 1 de 9

...

- Centralização e área central – a área central se destaca na cidade pela sua verticalização e por agrupar as principais atividades da malha urbana. O processo e a forma são produtos do capitalismo, a cidade por si só, mantém uma relação com o exterior, meios de transporte são importantes para que isso aconteça; com a Revolução Industrial as relações aumentam e surgem muitas ferrovias para atender a demanda, suas estações ficam próximas a estações marítimas por ser mais viável ao comércio, várias atividades começam a se instalar no entorno desta área, surge então o transporte intra-urbano, já que aumenta o mercado de trabalho e este setor se torna importante na área central que está nascendo, sendo que a localização próxima a área central se torna decisiva na influência capitalista. Ao estabelecer a área central, a concentração divide a cidade em núcleo central e zona periférica do centro. O núcleo central tem um uso mais intensivo do solo, verticalidade, pequena extensão, concentração diurna por não ter área residencial, foco de transporte intra–urbano e é um local de decisões. A área periférica tem características opostas do núcleo e absorver-se área residencial de baixo status, bem como concentração de transporte intra–regional.

- Descentralização e os núcleos secundários – a descentralização aparece principalmente na tentativa das empresas de eliminar a falta de economia provocada pela excessiva centralização da área principal e pelo aparecimento de fatores de atração em áreas fora do centro, que seriam menor preço de terras, infraestrutura, facilidade de transporte, qualidades do ambiente (topografia e drenagem), controle do uso da terra e alguma amenidade. Este processo está associado ao crescimento da cidade e as elevadas distâncias entre a área central e a área residencial, ele se torna viável pela alternativa de meios de transporte. A descentralização pode trazer um lucro que a centralização não mais oferece, devido à proximidade da mão de obra, por exemplo. A descentralização de caracteriza por diferentes tipos de seletividade: em termos de atividades, a indústria descentraliza mais que a direção dos negócios; em termos temporais, a indústria que se descentraliza é a poluente ou a que ocupa mais espaço; em termos de divisão territorial do trabalho, atividades que comportam várias funções, com diferentes demandas de espaço; em termos de tamanho da cidade, varia conforme a peculiaridades do sítio, renda da população, meios de transporte e funções urbanas; em termos de território, enquanto as indústrias buscam bairros populares para se instalar, o comércio busca bairros com população de alta renda.

Quanto aos núcleos secundários, ligados ao setor terciário, existem os hierarquizados – uma rua comercial, por exemplo – e os especializados – como uma rua só de móveis. A industrialização gera dois padrões locacionais intra–urbanos: indústrias têxteis que dependiam da força hidráulica e por isso se localizavam em áreas periféricas, tendo em seu entorno áreas residenciais e as indústrias que não dependiam da força da água e se localizavam no espaço que hoje constitui a área central. Mas nem todas as indústrias descentralizaram-se, estas seriam as que suportavam preços altos dos imóveis que ocupavam ou as pequenas, sem muita demanda de espaço.

- Coesão e as áreas especializadas – é o movimento que leva as atividades a se localizarem juntas. Verifica-se nas seguintes atividades: lojas varejistas e ruas especializadas; shopping centers; as complementares entre si, como indústrias que juntam a mão de obra e o consumidor; as que juntas criam economias de escala, como empresas de transporte; e as que exigem contatos face a face, como sedes de empresas. A coesão cria áreas especializadas e ocorre tanto na centralização quanto na descentralização. Nas áreas centrais aparece como distritos especializados, como o varejista, de escritórios, de bancos e sedes e os de diversão e hotéis; já fora da área central, gera distritos e ruas especializadas de consultórios, móveis, autopeças e outros.

- Segregação e as áreas sociais – A segregação residencial é definida como sendo uma concentração de tipos de população dentro de um dado território. As áreas sociais seriam áreas marcadas pela tendência à uniformidade da população em termos socioeconômicos, urbanização e etnia. A origem da segregação residencial surge do aparecimento das classes e das cidades. Na cidade capitalista ela assume novas dimensões, mas existiu em cidades não capitalistas também. A segregação residencial é uma expressão espacial das classes sociais que se estruturam através da relação entre quem detém os meios de produção e quem vende a força de trabalho, da existência de uma aristocracia rural e uma camponesa, e das forças que emergem pela necessidade de preservar processos de acumulação de capital por inovações tecnológicas e controle das mudanças de organização social. O Estado tem um papel importante na segregação residencial, bem como a classe dominante.

- Dinâmica espacial da segregação – com relação à mobilidade, pode-se dizer que as áreas que antes eram chamadas de zonas de transição se tornaram locais ocupados pela população pobre, já que a descentralização fez com as atividades fossem para locais mais distantes do centro, desse modo, a demanda de espaço nas zonas de transição parou. A dinâmica espacial da segregação também gerou bairros de status, incentivados pelo interesse fundiário e imobiliário.

- Inércia e as áreas cristalizadas – através do processo de inércia certos usos permanecem em certos locais, mesmo não tendo mais causas para justificar a localização deles. Preserva a forma e o conteúdo pelas seguintes razões: custos elevados surgiriam com uma relocalização; criação de novos fatores de permanência pelo aparecimento de economias de aglomeração; inexistência de conflitos com usuários do solo urbano; e pela força de sentimentos e simbolismo que se atribui às formas espaciais e ao seu conteúdo. Quanto a isto, o estudioso Walter Firey afirma que o espaço não tem só valor econômico, mas também cultural, sendo que um valor sentimental se opõem à lógica econômica.

Após a análise do texto compreendemos que o autor nos apresenta quais são as classes de agentes modeladores do espaço urbano e qual a forma de atuação dos mesmos, porém devemos atentar que as estratégias e práticas desses agentes variam conforme o tipo e tamanho da cidade, como centros regionais ou metropolitanos, cidades industriais ou portuárias, bem como núcleos de diferentes densidades demográficas ou de renda.

...

Baixar como  txt (13.2 Kb)   pdf (52.6 Kb)   docx (15.3 Kb)  
Continuar por mais 8 páginas »
Disponível apenas no Essays.club