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O Espaço Urbano

Por:   •  19/4/2018  •  2.013 Palavras (9 Páginas)  •  289 Visualizações

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- Centralização e área central – a área central se destaca na cidade pela sua verticalização e por agrupar as principais atividades da malha urbana. O processo e a forma são produtos do capitalismo, a cidade por si só, mantém uma relação com o exterior, meios de transporte são importantes para que isso aconteça; com a Revolução Industrial as relações aumentam e surgem muitas ferrovias para atender a demanda, suas estações ficam próximas a estações marítimas por ser mais viável ao comércio, várias atividades começam a se instalar no entorno desta área, surge então o transporte intra-urbano, já que aumenta o mercado de trabalho e este setor se torna importante na área central que está nascendo, sendo que a localização próxima a área central se torna decisiva na influência capitalista. Ao estabelecer a área central, a concentração divide a cidade em núcleo central e zona periférica do centro. O núcleo central tem um uso mais intensivo do solo, verticalidade, pequena extensão, concentração diurna por não ter área residencial, foco de transporte intra–urbano e é um local de decisões. A área periférica tem características opostas do núcleo e absorver-se área residencial de baixo status, bem como concentração de transporte intra–regional.

- Descentralização e os núcleos secundários – a descentralização aparece principalmente na tentativa das empresas de eliminar a falta de economia provocada pela excessiva centralização da área principal e pelo aparecimento de fatores de atração em áreas fora do centro, que seriam menor preço de terras, infraestrutura, facilidade de transporte, qualidades do ambiente (topografia e drenagem), controle do uso da terra e alguma amenidade. Este processo está associado ao crescimento da cidade e as elevadas distâncias entre a área central e a área residencial, ele se torna viável pela alternativa de meios de transporte. A descentralização pode trazer um lucro que a centralização não mais oferece, devido à proximidade da mão de obra, por exemplo. A descentralização de caracteriza por diferentes tipos de seletividade: em termos de atividades, a indústria descentraliza mais que a direção dos negócios; em termos temporais, a indústria que se descentraliza é a poluente ou a que ocupa mais espaço; em termos de divisão territorial do trabalho, atividades que comportam várias funções, com diferentes demandas de espaço; em termos de tamanho da cidade, varia conforme a peculiaridades do sítio, renda da população, meios de transporte e funções urbanas; em termos de território, enquanto as indústrias buscam bairros populares para se instalar, o comércio busca bairros com população de alta renda.

Quanto aos núcleos secundários, ligados ao setor terciário, existem os hierarquizados – uma rua comercial, por exemplo – e os especializados – como uma rua só de móveis. A industrialização gera dois padrões locacionais intra–urbanos: indústrias têxteis que dependiam da força hidráulica e por isso se localizavam em áreas periféricas, tendo em seu entorno áreas residenciais e as indústrias que não dependiam da força da água e se localizavam no espaço que hoje constitui a área central. Mas nem todas as indústrias descentralizaram-se, estas seriam as que suportavam preços altos dos imóveis que ocupavam ou as pequenas, sem muita demanda de espaço.

- Coesão e as áreas especializadas – é o movimento que leva as atividades a se localizarem juntas. Verifica-se nas seguintes atividades: lojas varejistas e ruas especializadas; shopping centers; as complementares entre si, como indústrias que juntam a mão de obra e o consumidor; as que juntas criam economias de escala, como empresas de transporte; e as que exigem contatos face a face, como sedes de empresas. A coesão cria áreas especializadas e ocorre tanto na centralização quanto na descentralização. Nas áreas centrais aparece como distritos especializados, como o varejista, de escritórios, de bancos e sedes e os de diversão e hotéis; já fora da área central, gera distritos e ruas especializadas de consultórios, móveis, autopeças e outros.

- Segregação e as áreas sociais – A segregação residencial é definida como sendo uma concentração de tipos de população dentro de um dado território. As áreas sociais seriam áreas marcadas pela tendência à uniformidade da população em termos socioeconômicos, urbanização e etnia. A origem da segregação residencial surge do aparecimento das classes e das cidades. Na cidade capitalista ela assume novas dimensões, mas existiu em cidades não capitalistas também. A segregação residencial é uma expressão espacial das classes sociais que se estruturam através da relação entre quem detém os meios de produção e quem vende a força de trabalho, da existência de uma aristocracia rural e uma camponesa, e das forças que emergem pela necessidade de preservar processos de acumulação de capital por inovações tecnológicas e controle das mudanças de organização social. O Estado tem um papel importante na segregação residencial, bem como a classe dominante.

- Dinâmica espacial da segregação – com relação à mobilidade, pode-se dizer que as áreas que antes eram chamadas de zonas de transição se tornaram locais ocupados pela população pobre, já que a descentralização fez com as atividades fossem para locais mais distantes do centro, desse modo, a demanda de espaço nas zonas de transição parou. A dinâmica espacial da segregação também gerou bairros de status, incentivados pelo interesse fundiário e imobiliário.

- Inércia e as áreas cristalizadas – através do processo de inércia certos usos permanecem em certos locais, mesmo não tendo mais causas para justificar a localização deles. Preserva a forma e o conteúdo pelas seguintes razões: custos elevados surgiriam com uma relocalização; criação de novos fatores de permanência pelo aparecimento de economias de aglomeração; inexistência de conflitos com usuários do solo urbano; e pela força de sentimentos e simbolismo que se atribui às formas espaciais e ao seu conteúdo. Quanto a isto, o estudioso Walter Firey afirma que o espaço não tem só valor econômico, mas também cultural, sendo que um valor sentimental se opõem à lógica econômica.

Após a análise do texto compreendemos que o autor nos apresenta quais são as classes de agentes modeladores do espaço urbano e qual a forma de atuação dos mesmos, porém devemos atentar que as estratégias e práticas desses agentes variam conforme o tipo e tamanho da cidade, como centros regionais ou metropolitanos, cidades industriais ou portuárias, bem como núcleos de diferentes densidades demográficas ou de renda.

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