Formas de morar - Favela/Condomínio

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definir favela como um conjunto de habitação popular construído precariamente e sem infraestrutura, como asfalto, rede de esgoto, água encanada, energia elétrica, coleta de lixo, correios, creches, transporte público, escolas, centros de saúde, pronto-socorro, praças, clubes, etc.

A grande maioria estão localizadas irregularmente nas encostas dos morros, margens de rios, beiras de estradas, o que não é necessariamente uma regra, já que existem favelas em áreas planas. Segundo dados do IBGE, atualmente 52,5% das favelas são construídas em áreas predominantemente planas, enquanto 26,8% são em morros ou colinas e 20,7% em encostas. O que se tem em comum são as construções de alvenaria ou madeira, essa mesma pesquisa o IBGE mostra que 92,3% dessas moradias são em alvenaria enquanto apenas 7% são em madeira. Muitas vezes acaba sendo construída pelo próprio morador, visando não ter gastos com mão de obra. Por não ter planejamento, muitas construções desafiam a lei da gravidade, sendo várias casas, ou cômodos, um em cima do outro, e não possuem muro, o que acaba não delimitando o espaço de cada morador e assim, o próximo indivíduo constrói praticamente colado a essa casa, ficando sem espaço entre uma casa e outra. E assim se forma uma imensa população nessas áreas.

Características do morador

São pessoas de baixa renda, 1/3 desses moradores recebem até um salário mínimo, a grande maioria não possui ensino médio completo, mas o número de crianças e adolescentes que frequentam creches e escolas públicas é bastante significativo. Alguns moradores possuem carros ou motocicletas, mas é uma porcentagem bem pequena. O que o IBGE mostra é que a maioria opta por ter acesso celular, televisão e máquina de lavar, depois vem computador e internet e só depois carros e motocicletas.

Relação do espaço com a cidade

As primeiras favelas nasceram após o término da 2ª Guerra Mundial. Elas eram chamadas também de bairros africanos, sendo que eram habitadas pelos os ex-escravos, sem terra ou opção de trabalho. A ideia era afastar os pobres do centro da cidade, forçando-os a irem para os subúrbios distantes, com o tempo a modernização das zonas nobres da cidade, fez com que as favelas se desenvolvessem cada vez mais, sem que o governo pensasse em melhorias para aqueles bairros que surgiam.

Um aglomerado de pessoas, que vivem em local de alta periculosidade, com sérias chances de desabamento, risco de doenças graves por conta da falta de saneamento básico, deveria ter mais atenção do que bairros que já contam com esses benefícios. Mas não é essa a realidade. O que vemos é que cada vez mais a favela é deixada de lado.

Existem bairros que possuem hospitais, centros de saúde, UPAS, shoppings centers, praças, espaços públicos em boas condições de uso, escolas públicas com um bom sistema de educação, enquanto isso, as favelas sofrem sem o mínimo de benefícios possíveis para se ter uma boa vida.

A diferença entre um lugar e outro é completamente evidente, a busca por investimentos em outros bairros da cidade é muito mais em relação a favela. Hoje em dia, o que sobra para a favela é apenas a criminalidade e a descriminação. É difícil alguém que veja potencial em investimento ou que proporcione melhorias, porque acham que tudo será perdido.

Porém, vale lembrar que a favela não é um espaço isolado e caracterizado apenas por problemas socioeconômicos e de infraestrutura. Por ser um ambiente multicultural, com pessoas vindas de diferentes lugares do país, esses espaços se tornaram fontes de cultura.

Relação do morador com a cidade

Geralmente as favelas ficam afastadas dos outros bairros da cidade e nem sempre essa distância é física, elas ficam distantes dos olhares políticos para trazerem benefícios para o local, distante do olhar de pessoas que moram em outras opções de moradia, e nessa distância cabe o preconceito. Os moradores das favelas são pré-julgados só por morarem em favelas, e muitas vezes são taxados de traficantes e bandidos.

Esse preconceito se dá por conta da concentração de marginalidade encontrada nesse ambiente. Algumas favelas contam com o apoio desses marginais para a segurança, mas, em alguns casos a violência acaba sendo maior do que qualquer tipo de ajuda que alguém possa oferecer.

O preconceito tem uma maior proporção nas escolas. As opções de escolas são bastante limitadas, e em busca de uma boa educação, longe da marginalidade e violência, alguns optam por colocarem seus filhos em escolas de bairros vizinhos a periferia, o que acarreta em mais preconceito e julgamentos indevidos.

Por sofrerem com a falta de infraestrutura, os moradores acabam buscando em outros bairros da cidade serviços que poderiam ter no seu próprio bairro, como hospitais, creches, escolas e alguns espaços de lazer. Isso faz com que esses moradores tenham que se locomover para usufruir de algumas dessas opções, e precisem mexer no orçamento familiar, que já é apertado, por conta disso, na maioria das vezes, acabam desistindo dessa busca. Isso é preocupando, porque as vezes não conseguem sequer irem a um hospital.

Condomínio fechado

Características do espaço físico

São formas de desenvolvimento imobiliário ou de comunidades residenciais onde o acesso de pessoas e veículos é restrito. Caracterizado por serem compostos de poucas ruas e murados. Os condomínios são uma forma de enclave social, portanto, contribuem de forma negativa para a cidade, dada a segregação e a alienação social que promovem. São formados próximos a escolas, hospitais e opções de lazer.

Possuem ótimas condições de infraestrutura, asfalto, rede de esgoto, água encanada energia elétrica. Ruas bem planejadas, arborizadas, boa sinalização para motociclistas e pedestres. Áreas comuns projetadas com piscinas, saunas, quadras e áreas verdes. Além disso, contam com serviço de segurança privada interna.

As casas são em sua maioria luxuosas, e ainda assim, as consideradas mais simples são bem estruturadas. Por exigirem que a construção seja acompanhada por um profissional da construção, são bem planejadas e pensadas no bem-estar dos moradores.

Características do morador

Pessoas que procuram segurança, status social, conforto e lazer. A grande maioria recebe mais de 10 salários mínimos, sendo que em alguns condomínios específicos a média chega a 30 salários mínimos. O indivíduo que escolhe morar em condômino deve ter condições