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Feira Central de Campina Grande

Por:   •  27/3/2018  •  2.965 Palavras (12 Páginas)  •  312 Visualizações

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Keywords: fair, revitalization, heritage,values​​.

- INTRODUÇÃO

Este trabalho vai abordar como uma cidade veio a valorizar um dos principais centros de comércio e cultura do nordeste, a feira central destacou-se para os moradores da cidade de Campina Grande não só como um pólo econômico, mas como um monumento vivo que transmite uma história, iniciada com a aglomeração de povos e hoje apresenta todo o seu potencial, disponibilizando para as mais diversas classes sociais e gostos a sua cultura, é desta forma que vamos apresentar nosso trabalho, vivenciar a cultura que o local representa mostrando a sua importância para a sociedade.

Pensando na importância dessa área para a história cultural da nossa cidade, a revitalização desse espaço não poderia ser esquecida, tratando de acessibilidade, abertura das vias de locomoção dentro da feira, deixando evidente a história desse local e apresentando uma solução que não deixa de lado a cultura do local, mas mostrando que podemos trabalhar com a revitalização do espaço sem deixar de mostrar sua riqueza em detalhes e a vida das pessoas que ali trabalham.

Sobre a história da feira vamos abordar desde seu inicio até os dias de hoje, mostrando o seu potencial e o que disponibiliza para a população, apresentando as suas especiarias, iremos apresentar a cultura que o local possui e representa, e encontrar um forma de melhorar o seu espaço urbano sem perder a sua importância histórica para a sociedade.

A escolha do tema se deu através de um estudo histórico e social sobre a cidade de campina grande, onde descobrimos a importância da feira central que desencadeou um avanço econômico que afetou toda a cidade, estudaremos assim como a vida dessa sociedade modificou-se ao longo dos tempos, como também o porque desse ambiente não ter sido esquecido com o passar dos anos, e o que o qualifica como patrimônio histórico, tanto material como imaterial. Trabalharemos também com o aspecto arquitetônico, visualizando as construções que compõem o ambiente, e que relatam histórias que precisam ser conhecidas e arquivadas como parte de nossa história.

O objetivo geral do nosso trabalho é compreender as dificuldades no ponto de vista da arquitetura sobre a valorização de um dos principais centros de comercio e cultura do nordeste, através da melhoria no espaço ocupado pela feira, como vias de locomoção que não possuam obstáculos que possam interferir no transitar das pessoas e criação de rotas para deficientes físicos, assim como gerar uma melhoria visual a partir de uma reestruturação nos bangalôs de uma forma que não perca sua originalidade, porém com um suave toque de modernidade e organização.

- FEIRA E ARQUITETURA: DESAFIOS DE COMPREENDER ESPAÇO E PATRIMÔNIO

A feira surgiu no aldeamento do povo Ariú, grupo pertencente à nação dos Kariris. Por se tratar de uma rota estratégica, aglomeravam-se tropeiros e boiadeiros destacando-se o comércio, e a principal troca de produto da época, a farinha de mandioca, estando situada em uma região onde havia a cultura de mandioca, milho e diversos cereais. Por ser uma zona de grande potencial econômico a localização da feira foi motivo de disputas politicas; a cada eleição o eleito direcionava o local da feira de acordo com suas convivências. (ARAÚJO, 2010)

Na feira central houve a Revolta Quebra Quilos, onde os populares queriam combater os novos impostos cobrados, já que as medidas utilizadas nas mercadorias eram cuias, copos ou litro. A feira diversificou os seus produtos com o passar dos anos a partir da estrada de ferro, que ajudou no abastecimento de novas mercadorias. Nesse período a feira se localizava na rua Maciel Pinheiro. Varias estradas da região foram criadas em função da feira, pois facilitava o acesso à mesma (ARAÚJO, 2010).

Muitos dos moradores de Campina Grande sobreviviam de atividades ligadas direta ou indiretamente à feira, pois era a principal atividade mercantil além do comercio de algodão.

Subdividida em partes distintas, cada um com seus produtos específicos criando assim uma harmoniosa confusão de cheiros, sons e cores.

Participar da feira é descobrir todo um depositário de valores culturais que se manifestam até nos mínimos detalhes: nas vestimentas, nas construções de barracas, nos apelos verbais, nos pedintes cegos ou aleijados, nos jogos criativos de brincadeiras ou de azar, nos semblantes dos sertanejos louros e dos brejeiros de olhos asiáticos (PEREIRA JUNIOR, 1977, p 31).

Pode-se dizer que existem duas feiras paralelamente, a feira de consumo propriamente dita e a outra que se faz do caráter, da presença dos próprios indivíduos, cada qual com suas experiências transmitidas muitas vezes de geração em geração.

É assim a feira um museu regional e um museu ecológico. Regional na medida em que representa as manifestações mais expressivas de cada cultura. E ecológico, quando se manifesta na presença dos produtos da natureza e do Homem, que oriundos na região, nela mesma são consumidos e que, juntamente com outras manifestações, processam trocas de energias sociais, num verdadeiro ciclo fechado e ecossistêmico, vital à sobrevivência do homem e à sua fixação ao solo da região (PEREIRA JUNIOR, 1977, p 33).

Foi também na feira que se estabeleceram os primeiros cinemas de campina grande, tais como o cine Brasil, o Cine-theatro Apolo e o Cine Fox. Em suas mediações houve também momentos de glória do Cassino El Dourado sendo o palco de grandes apresentações artísticas e exibição de riquezas entre os anos de 1937 e 1942 (ARAÚJO,2010).

Nos anos 80, os pequenos mercadinhos instalados em suas mediações geraram concorrência para com a feira e, mais tarde, com a instalação do supermercado Bompreço, construído em frente a Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Mesmo com essas ameaças iminentes, a feira ainda é considerada como o espaço mais democrático de comercio a céu aberto da região, além de conter grande variedade de produtos da cultura nordestina (ARAÚJO, 2010).

Hoje incorporada ao centro da cidade como “feira central”, já foi o famoso bairro das Piabas, ou os “Currais”. Embora tenha um importante papel na vida cultural e econômica da cidade, vem aos poucos perdendo suas características onde seu principal problema não é o aumento da concorrência, mas sim, a falta de infraestrutura (ARAÚJO, 2010).[pic 1]

O patrimônio histórico ali situado, fora na atualidade esquecido por completo e/ou destruído no intuito

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