DO MOVIMENTO MODERNO AO TEAM 10: Relação com Alisson e Peter Smithson
Por: Jose.Nascimento • 6/11/2018 • 2.359 Palavras (10 Páginas) • 344 Visualizações
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Esses princípios foram adotados em quase todas vertentes modernistas. No urbanismo é possível observar a utilização e referência feita em Brasília, com blocos de apartamentos sobre pilotis, grandes aberturas nas fachadas, grandes circulações e outras referências.
Os princípios que surgiram neste período e a ideia de produzir uma arquitetura e um urbanismo racional e funcional geraram diversos encontros, os CIAMs.
2 - CIAMS
A consolidação de uma hegemonia para a Arquitetura e Urbanismo moderna é uma forte característica entre as 10 edições dos CIAM. Essa hegemonia interna legitimou-se na disputa entre o grupo francês e o alemão pela liderança. Os temas levantados como principais foram a habitação social e a cidade funcional.
A centralização da gestão interna dos congressos era composta por um comitê, contendo os arquitetos Walter Gropius, Le Corbusier, Siergfried Giedion, José Luis Sert e Cornelius Van Eesteren, que determinavam os assuntos abordados e diminuíam alguns grupos que levantassem temas que eram incompatíveis com seus interesses.
A partir da Segunda Guerra Mundial, uma nova geração passa a fazer parte do CIAM e fazem algumas críticas a respeito do sistema de organização e dos resultados finais no intuito do comitê do CIAM aceitarem abordagens de novos temas nos congressos. Com o tempo a incompatibilidade das duas gerações resultou na extinção dos congressos e na formação de um grupo menor, o TEAM 10.
Figura 1 - foto tirada na primeira reunião dos CIAM em La Sarraz
[pic 3]
Fonte 1 - www.coisasdaarquitetura.wordpress.com
3 - TEAM 10
O Team 10 surgiu devido a alguns jovens arquitetos estarem insatisfeitos com as
propostas adotadas pelos CIAM, com o intuito de buscar novos conhecimentos sobre a humanização dos espaços produzidos pela arquitetura moderna. O grupo veio à tona no 10° encontro do CIAM, que foi no ano de 1954. Suas atividades aconteceram em três fases; a primeira delas foi de 1954 a 1959, que era o início da formação do grupo, em busca de novos conceitos sobre a arquitetura moderna, mas ainda ligados ao CIAM. A segunda fase, de 1959 a 1962 veio abordando as principais obras e atividades do grupo e a terceira marcada por três vertentes distintas de posicionamento dos jovens a respeito da arquitetura moderna.
O tema Habitat foi um grande ponto de discussão que levou ao fim do CIAM e o início
do grupo Team 10. Não satisfeitos com o rumo das discussões nos congressos referente à Carta de Atenas, os jovens arquitetos propuseram a formulação de uma Carta de Habitat, que funcionaria como uma carta de princípios para a produção dos espaços de habitação modernos. A intenção era dar continuidade a produção de documentos-manifesto liderado por Le Corbusier e seu grupo, a ideia original considerava como habitat o espaço destinados
a habitação, para eles a carta habitat deveria ser um documento que tratasse de questão
referente ao espaço da moradia uma das funções especificadas na Carta de Atenas. No
entanto para o grupo Team 10, a noção de Habitat não era apenas a moradia, a unidade
residencial, mas os espaços de convivência e os espaços públicos.
O primeiro manifesto publicado pelos jovens arquitetos foi o manifesto Doorn em 1954. O grupo Team 10 queria a integração da comunidade com a cidade, o manifesto traduzia a noção ampliada de Habitat como era do interesse do grupo, mas logo eles abandonam a ideia de produzir manifestos, pois suas ideias estavam longe de poder ser sintetizadas em cartas-compromissos.
Entre 1959 a 1962 foi a fase mais importante, pois foi a afirmação do grupo Team 10,
os arquitetos do Team 10 organizavam seus próprios encontros, propondo novos parâmetros,
os temas das discussões eram feitas com as apresentações de cada participante, baseado
em seus projetos. O encontro de Otterlo de 1959 foi organizado com a intenção de observar
as obras dos participantes, se aviam desenvolvimento suficiente para indicar que os conceitos
e postulados da arquitetura moderna podiam ser considerados universais, cada membro foi
convidado a trazer um projeto que para ele, melhor representasse o papel do arquiteto na
sociedade.
O grupo Team 10 em 1963, teve seu estagio final, a partir dai só continuaria a existir
como movimento nominalmente, uma vez que já se realizara aquilo que se pretendia alcançar
por uma crítica criativa dos CIAM.
4 - Peter e Alisson Smithson (Casal Smithson)
Figura 2 - Alisson e Peter Smithson
[pic 4]
Fonte 2 - - http://www.archdaily.com
Alison e Peter Smithson se alinham com o pressuposto moderno, e seus conjuntos habitacionais propostos e construídos traziam junto consigo uma reflexão sobre a cidade. Consideravam a definição da Carta de Atenas muito simplista, queriam algo que melhor expressasse a complexidade da vida urbana.
Os temas lançados giravam sobre mobilidade, identidade individual e coletiva e estratégias para crescimento e mudança. Sua arquitetura é uma reação contra a psicologia do “melhor possível” e contra o estilo pitoresco que estava presente na arquitetura inglesa desde o período labourista. Para os Smithsons o Novo Brutalismo (estabelece de uma forma extremamente natural uma unidade entre a forma construída e os homens que a utilizam) aspirava objetivos em relação à realidade, objetivos culturais de uma sociedade, técnicas e necessidades tentando entender a sociedade da produção em massa.
No contexto da década de 50 e 60 a arquitetura dos Smithsons se destaca especialmente na relação que estes arquitetos tentam estabelecer entre o individuo e o ambiente que o cerca. Era primordial uma inter-relação entre as escalas: Casa, rua, bairro e cidade. A base do trabalho dos Smithsons era a observação e a reflexão sobre o mundo como experiência
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