CCBB São Paulo Arquitetura
Por: SonSolimar • 1/11/2018 • 2.096 Palavras (9 Páginas) • 317 Visualizações
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Na década de 1930, surgiram avenidas que ligavam o centro às regiões mais afastadas, com isso a população se deslocou para a periferia, iniciando então um processo de desvalorização na região central, embora ainda continuasse sendo o ponto das atividades comerciais. Após o final da Segunda Guerra Mundial, a estrutura de Pujol não se adequava mais ao crescimento da cidade e do banco, então o edifício continuou como agência e sua sede, em 1954, mudou-se para a Avenida São João.
Com o objetivo de revalorizar o Centro Histórico, em 1990 ocorreu um restauro e uma adaptação como centro cultural, ainda mantido pelo Banco do Brasil. O arquiteto Luiz Telles apresentava em seu projeto para essa tarefa, colunas com capitéis trabalhados, adornos em dourado e as luminárias de dois braços, apenas usadas onde funcionava o banco, e a partir do segundo piso, os capitéis são retos, as lajes são simples e as luminárias apresentam um braço apenas, esses quesitos também permaneceram, porém a claraboia foi elevada para o quarto piso e passou a integrar os pavimentos, e uma estrutura metálica revestida de gesso foi executada como apoio para a claraboia, que era menos que o vazio central do quarto andar.
Imagem 2: Claraboia[pic 2]
Os cofres da agência, localizados no subsolo, tiveram as portas de aço e bronze restaurados e foram transportados para as salas de exposições, os balcões de atendimento no térreo, que rodeava o saguão central, foram cortados para obter um hall de entrada e facilitar a circulação, os trechos mantidos foram usados como recepção, bilheteria, guarda-volumes, e os trechos retirados abrigaram a bomboniére no terceiro andar.
Imagem 3: Saguão[pic 3]
Foi instalado o restaurante no mezanino e no primeiro andar, o cinema, sala de vídeo e sala para workshops, no segundo andar, o cybercafé (central de internet com ornamentação e riqueza do início do século) e um espaço para exposições, no terceiro andar foram projetadas mais salas de exposições e o teatro, que tem a plateia distribuída em dois pavimentos, além das instalações da sala administrativa, loja de souvenires, casa de máquinas e ar-condicionado, que foram encaixados entre as dimensões. Os caixilhos das janelas maiores não foram trocados, mas ganharam esquadrias internas com vidro acústico.
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Imagem 4: Sala de cinema Imagem 5: Sala de teatro
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Imagem 6: Sala de workshops Imagem 7: Sala de exposições
O intuito da reforma era adaptar o novo uso sem desonrar o original, deixando os vestígios do passado em mostra para os visitantes, até mesmo as portas sem utilidade foram deixadas. A inauguração ocorreu em 21 de abril de 2001, com o objetivo de popularizar a arte em uma área com carência de atividades culturais.
Na fachada do edifício podemos perceber o estilo neoclássico, pois os dois lados são iguais, os capitéis das colunas têm ornamentos de folhas e coloração dourada, além de obter clareza, simetria, equilíbrio e proporção, inspirados na arte greco-romana. O vitral da parte superior e as grades de ferro do mezanino e do primeiro andar apresentam características da Art Nouveau, com suas formas assimétricas e sinuosas da natureza, curvas e temas florais. O lustre no hall de entrada e as luminárias nas paredes fazem parte da Art Déco, que busca a exaltação da monumentalidade e a ênfase no valor decorativo. A fachada apresenta colunas gregas, arcos romanos, portas e janelas da Art Déco e Art Nouveau.
O edifício abriga o novo Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo, que foi restaurado e adaptado para receber as mais diversas manifestações artísticas e culturais da cidade.
O Centro Cultural pode ser caracterizado como um registro high-tech, pois os espaços são climatizados, apresentam segurança, áudio, vídeo, cenografia e comunicação de dados com padrão tecnológico, as salas de exposições possuem controle de temperatura e umidade para conservar as obras.
No espaço que ocupa a galeria, o subsolo apresenta área total de 128 m², com o pé direito aproximado em 2,10 m e a área total do cofre de 30 m²; na parte térrea, a área total de exposição apresenta 100 m²; no primeiro andar, a galeria para exposição tem área total de 50 m², com 2,5 m de pé direito; no segundo andar, a área total é de aproximadamente 172 m², com seu pé direito de 3,9 m; sobre o terceiro andar, a área total é de aproximadamente 80,5 m² e seu pé direito com 4,2 m; a área total do quarto andar é de 93,6 m² e seu pé direito tem aproximadamente 3,5m. O cinema tem capacidade para 69 pessoas, já o teatro tem capacidade para 130 pessoas e o auditório para 45 pessoas.
Segundo o ranking da publicação inglesa The Art Newspaper, em abril 2014, o CCBB São Paulo tem o título de a 5ª instituição cultural mais visitada no país e a 69ª no mundo todo. Possui 4.183 m² de área construída, e como acessibilidade, possui rampa para pessoas com deficiência física situada na entrada lateral do prédio, elevadores, telefones e banheiros adaptados no térreo. É aberto ao público de quarta a segunda (fecha nas terças), das 9h às 21h, localizado na Rua Penteado, 112, esquina com a Rua Quitanda, no centro de São Paulo.
O CCBB já abrigou importantes exposições como “ComCiência”, esculturas hiper realistas de Patricia Picciani, obras do pós-realismo de Van Gogh e Cézanne, exposições de cenários, figurinos e objetos do auge da TV brasileira “Castelo Rá-Tim-Bum”, a exposição “Bodas de Ouro” de H.Stern, com mais de 50 mil folhas de ouro suspensas, “Picasso e a modernidade espanhola” que além de famosas obras do pintor, contava com 35 outros artistas espanhóis, como Salvador Dalí e Joan Miró, “O Triunfo da Cor: O pós Impressionismo”, exposições também de Musée D’Orsay, Musée de I’Orangerie, “Mondrian e Movimento Stijl”, entre muitos outros.
As exposições, ideias e programas educativos têm acesso gratuito, as artes cênicas (dança, teatro e ópera) custam R$ 10,00 a inteira e R$ 5,00 a meia entrada por sessão. Clientes do Banco do Brasil, professores da rede pública, estudantes e maiores de 60 anos pagam meia entrada com a apresentação do documento.
Conclusão
Conclui-se que o Ecletismo no Brasil buscou uma nova forma de arquitetura, com o uso de diferentes sistemas e elementos propostos em estilos anteriores. Com a importância do café e
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