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As Ideias Fora do Lugar e o Lugar Fora das Ideias

Por:   •  20/6/2018  •  1.340 Palavras (6 Páginas)  •  355 Visualizações

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Anos de bom crescimento, riqueza e aumento da necessidade de conforto, proporcionaram a expansão urbana, trazendo o plano urbano, criando e ratificando os conglomerados populacionais. Isto se torna ainda mais evidente nos países do capitalismo central, nas grandes cidades destes países.

Segundo uma lógica de desenvolvimento, a produção em massa, traz em sua raiz a necessidade constante de se manter viva, visto que a expansão é contínua e crescente. Pela dinâmica intrínseca ao seu desenvolvimento, toda esta revolução torna-se a base do capitalismo moderno que vai com o tempo, determinando a ideologia política-social a ser desenvolvida. Deste momento em diante, no aumento da complexidade dos fatos, o traçado urbano passa a ganhar contornos específicos com a divisão das riquezas adquiridas e a divisão das mesmas. Por um lado, uma elite se forma, e do outro, uma periferia se espalha. Para cada núcleo elitizado, um plano oficial se desenvolve, se apresenta, se afirma; em contra partida, para a periferia que se espalha, um plano oficioso se implanta.

Em linhas gerais, temos a formulação político-ideológica e econômica que chega até os tempos de hoje. Diante e por causa de varias transformações, o capital se valida e se transforma no grande objeto do desejo das sociedades atuais. Contudo, politicamente o capital não sofre grandes mudanças e continua a servir o interesse de países centrais a sua existência. O capital se expande e cria a ideia da globalização, tornando-se o grande elemento especulativo entre as nações.

O mercado torna-se o grande regulador de si próprio. O Estado perde, a partir desse momento, o papel de gestor de igualdades sociais e a grandeza da globalização mascara a realidade das comunidades que continuam setoriais. Portanto, diante deste cenário volátil, rápido, politicamente instável pela natureza do desenho econômico, os conglomerados urbanos, principalmente as grandes cidades, que possuem um plano diretor, onde se incluem as brasileiras, chegaram claramente à exaustão.

Divididas, estas cidades (quase elevadas à máxima de estado, tal a importância das mesmas) se tornaram incapazes de responder adequadamente há um plano traçado. O capital neoliberal de hoje não promoveu a ideia do bem comum, não subsidiou um modelo de desenvolvimento sustentável, levando em conta a finitude dos recursos disponíveis. Em países do terceiro mundo, como o Brasil, o que se assiste é a presença, mais e mais forte de uma teoria pessimista do caos, que mais exclui do que inclui o ser humano, a medida que coloca-o em um amontoado urbano, sem traçado ou projeto. Este amontoado humano é bem exemplificado pelos morros e suas favelas, principalmente os da cidade do Rio de Janeiro.

Com as divisões sociais que se apresentam pelo capitalismo atual, as legislaturas tornaram-se inoperantes na promoção da moradia e seus direitos para todos os cidadãos. A complexidade político-social oriunda de um postulado capitalista complexo e elitista, especialmente no Brasil, se reflete até os acontecimentos do presente momento: protestos por toda parte, apartidários, sem bandeiras, líderes, cara, identidade, ideologia. Quase que uma catarse coletiva, com um desejo intrínseco de se romper com os velhos paradigmas, e quem sabe, alçar voos à uma dignificação maior da experiência humana, onde oficial e oficioso possam, talvez, dialogar efetivamente.

Neste primeiro momento, isto mistura a perspectiva e torna incerto o amanhã, mas pode trazer consequências absolutamente profundas na maneira como a sociedade se distribuiu no espaço, tanto político, social; quanto, realmente urbano, ético estético. Não se pode nem afirmar que todas as perguntas acima referidas possuem uma resposta clara e determinante neste momento, mas que certamente continuarão a desenhar e a mapear a busca pelas soluções frente às necessidades dos grandes centros de convívio humano: as próprias cidades.

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