ARQUITETURA, ERGONOMIA E O ESPAÇO URBANO PÓSMODERNO
Por: Kleber.Oliveira • 27/3/2018 • 551 Palavras (3 Páginas) • 347 Visualizações
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via da análise do comportamento, o segundo, subjetivo, que busca qualificar e validar os resultados, ambos com o intuito de elaborar um diagnóstico que vise transformar as condições de trabalho. Os estudos voltados à ergonomia visam atender dois objetivos básicos, a saber: a produção de conhecimento voltados ao trabalho, suas condições e a afinidade do homem com o trabalho; em seguida, estabelecer conhecimento e informação, instrumento e princípios suscetíveis de orientar racionalmente a ação de transformação das condições de trabalho, tendo como perspectiva melhorar a relação homemtrabalho. Sendo assim, a produção do conhecimento bem como a racionalização da ação, constitui o eixo principal da pesquisa focadas na ergonomia (Abrahão & Pinho, 2002). Na sua relação com as outras ciências, a Ergonomia não busca simplesmente uma aplicação das mesmas e, sim, uma relação de pareamento, entre conhecimentos novos e antigos. Este cotejamento à transformação dos conhecimentos oriundos destas ciências, pois o modelo de homem no trabalho nem sempre corresponde aquele estudado nas outras disciplinas. Enfim, como salienta Dejours (1996), existe o reconhecimento de que a Ergonomia atua como alavanca para estas ciências, despertandoas para a produção de conhecimentos em áreas nas quais a prática as revela lacunárias. O mesmo autor, afirma que este confronto da Ergonomia com as ciências vizinhas pode levar a emancipação da Ergonomia enquanto ciência de campo, construindo os seus próprios modelos, conceitos e teorias. 2.2 Arquitetura A arquitetura pode ser entendida sobre diversos pontos de vistas, tais como: edificação, tratamento do espaço, arte entre outros. De forma sucinta e etimologicamente falando, arquiteto significa “grande carpinteiro”, podendo ser relacionado à profissão, produção cultural ou a arte (Colin, 2000), com esse significado, fica evidente a importância dada àquele que promovia a arquitetura na antiguidade, ou seja, um detentor do conhecimento, muitas vezes com caráter de sagrado. É no conceito de arte que o presente artigo trata a arquitetura, pois desta forma podese compreendêla de forma atemporal bem como separar as obras com qualidade e representatividade das construções executadas de forma anônima (por profissionais ou não) sem uma real intenção projetual, cumprindo um papel coadjuvante na construção da paisagem urbana. Mais que uma manifestação artística a arquitetura pode ser definida como “a arte e a ciência de projetar e construir edificações ou grupos de edificações de acordo com critérios estéticos e funcionais” (Burden, 2006, p. 42). Sobre o enfoque da arte, cabe lembrar que a arquitetura está em permanente exposição, a mercê do tempo, contemplada pelos transeuntes, daí a necessidade de maior responsabilidade na elaboração e execução das obras arquitetônicas em sincronia com seu tempo, respeitando seu entorno, muitas vezes formado por obras representantes de outros períodos ou ao menos de outros modos de pensar. A questão é que, ao contrário de outras artes, a arquitetura obrigatoriamente interfere na construção da paisagem urbana e esta deve envolver de forma a representar o modo de pensar e agir de determinada cultura. Para Bonametti (2000, p. 5):
A paisagem urbana é reflexo da relação entre o homem e a natureza, podendo ser interpretada como a tentativa de ordenamento do entorno com base em uma paisagem natural, edeumacultura, apartir domodocomoéprojetadaeconstruída, como resultado da observação do ambiente e da experiência individual ou coletiva com relação ao meio. Complementando, segundo Cullen (2002), podese entender como arquitetura a edificação de forma isolada, porém, ao ser somada a outras edificações, equipamentos e estruturas urbanas, passa então a ser compreendida como paisagem urbana. A arquitetura e sua relação com os elementos formadores da cidade, é objeto carente de atenção, interesse e respeito por parte dos responsáveis pelo planejamento urbano, no entanto, quando observado os jogos de interesse promovido principalmente pelo mercado imobiliário, o que se percebe é um constante empobrecimento dos cenários urbanos. Somase a isso a baixa qualidade na formação, não de todos, mas de boa parte dos arquitetos e urbanistas contemporâneos no Brasil que, apesar de novos recursos tecnológicos para a produção de projetos, bem como as facilidades oferecidas pelos novos meios de comunicação, constantemente atemse na procura de imagens, muitas vezes vinculadas à realidades de clima e cultura distinta das brasileiras. Observase a baixa qualidade intelectual de boa parte dos novos profissionais a qual permite maior grau de discernimento, capacita a resolução de problemas e promove uma arquitetura brasileira. 2.3 Espaço urbano As transformações tecnológicas e culturais observadas nos últimos séculos contribuíram para uma sensível transformação do meio urbano. Primeiro pelo seu acelerado crescimento, segundo pelas modificações necessárias para sua implantação em função da necessidade de abrigar novos equipamentos e utensílios, a título de exemplo cabe lembrar que a pouco mais de cem anos o automóvel sequer existia, quanto mais aviões e outros sistemas de transporte e comunicação. Orgulhoso de sua soberania intelectual e com o deslumbre do que poderia ser o futuro e sua nova realidade, o homem praticamente muda toda sua forma de conceber e usar o espaço urbano, priorizando a máquina, setorizando a cidade e fracionando o convívio, dentro de um pensamento puramente racional no que se nomeia hoje como urbanismo progressista. Segundo Dias (2006), o urbanismo progressista é regido pela ciência e assim sendo, deve idealizar modelos perfeitos. Centrado na modernidade representada pela indústria e o automóvel, ignora o passado sendo esse o panorama
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