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Ergonomia e Arquitetura: Som X Espaço Construído

Por:   •  3/4/2018  •  2.070 Palavras (9 Páginas)  •  296 Visualizações

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O desenvolvimento da ação ergonômica na visão de ABRAHÃO et al. (2009) busca transformar o trabalho, agregar conhecimentos e projetar ou adaptar conforme a capacidade do homem com isso colocando em primeiro lugar o bem-estar, segurança, produtividade e qualidade. Em muitos casos a ergonomia é empregada nas questões de sons e ruídos, buscando soluções para os problemas existentes.

Conforme os autores, não são só mobiliários, espaços ou equipamentos que podem intervir no conforto do ser humano, mas também a quantidade de ruído. Nosso sistema sensorial compõe-se de receptores de estímulos sendo que estes agem nos sentidos, como por exemplo, a audição. Quando esse estímulo for de grande intensidade (níveis elevados de ruídos) podem resultar em efeitos negativos nas pessoas. (ABRAHÃO et al., 2009)

Para os autores, há dois princípios que se destacam quando tratamos de ergonomia aplicada à estímulos sonoros. Segundo o autor ABRAHÃO et al. (2009, p.124) primeiramente, é essencial isolar o homem dos efeitos danosos do ruído (apud IIDA, 2005). Ainda nos dias atuais, são vistos diversos trabalhadores expostos à elevados ruídos que podem muitas vezes se tornarem prejudiciais a saúde e bem estar.

O segundo quesito a se pensar, de acordo com ABRAHÃO et al. (2009) é a identificação de ao menos duas dimensões do ruído: enquanto fonte de informações significativas e o modo como esses elevados efeitos sonoros podem afetar o discernimento das informações significativas para o trabalhador.

Essas duas questões podem ser complementadas com informações dos autores DUL e WEERDMEESTER (1995), onde segundo eles apesar de sempre se sugerir a redução do nível de ruído ele não deve ser muito inferior, pois se o som for muito baixo qualquer barulho acaba se destacando e distraindo a atenção.

SOM X ESPAÇO CONSTRUÍDO

Para os autores GREVEN, FAGUNDES e EINSFELDT (2006) o homem está diretamente exposto aos sons e ruídos presentes no dia-a-dia sendo estes prejudiciais à saúde nos levando a buscar e propor soluções aos ambientes construídos. Sons e ruídos em excesso geram desconfortos e podem até levar à perda da audição.

“A definição mais simples é que o ruído é qualquer som indesejado. Na prática, chama-se som, quando não é desagradável, e ruído quando perturba. Esta definição é particularmente boa quando aplicada em relação ao ruído no trabalho. Geralmente, mas não sempre, ruído é alto, ou seja, de alto nível de pressão sonora.” (Kroemer, K. H. E.; GRANDJEAN, E. 2005, p. 256).

De acordo com KROEMER e GRANDJEAN (2005), a quantia de ruído de um determinado ambiente pode ser medida em unidades físicas, levando em conta elementos acústicos durante certo tempo. Não há apenas um fator que influência na intensidade de um ruído, deve-se levar em consideração a frequência em que ocorre além de outras variáveis.

Logo GREVEN, FAGUNDES e EINSFELDT (2006), apresentam que a disposição e mobiliário, quantidade de pessoas, materiais e revestimentos alteram as características acústicas dos ambientes, esses materiais ou objetos podem tanto absorver, refletir ou transmitir o som/ruído. O comportamento acústico não pode ser analisado somente pelos índices de redução acústica (absorção) dos objetos e materiais, mas sim é necessário realizar uma avalição geral do ambiente analisado.

Os ruídos podem ser divididos em interiores (conversas, telefones e máquinas) e exteriores (ruído de carros, buzinas e apitos). Existem três formas de solucionar as perturbações: tratamento da fonte de ruído, tratamento acústico do caminho do som e proteção acústica do compartimento do receptor. (GREVEN, FAGUNDES e EINSFELDT, 2006).

Os autores ainda citam que cada indivíduo possui uma percepção diferente de ruído, ou seja, tudo depende de quem o recebe. O que pode ser desagradável para uma pessoa talvez não seja para outra. Tendo como exemplo ambiente de casas noturnas, onde as pessoas presentes ali não se incomodam com o som diferentemente da vizinhança.

ESPAÇO CONSTRUÍDO: RESIDENCIAL

As residências normalmente se situam em bairros mais afastados dos centros movimentados e barulhentos, desse modo não precisam de tantos cuidados acústicos especiais. O autor expõe que diferentemente de residências os prédios de apartamentos muitas vezes estão na zona central da cidade e acabam precisando de um tratamento acústico conveniente. (SILVA, 2002)

Problemas de reverberação (eco), por exemplo, podem ser resolvidos com simples mudanças na decoração: uso de tapetes, cortinas, sofás, materiais macios que absorvem o som. As portas e janelas bem vedadas e a vegetação densa e de diferentes alturas (barreira acústica) também ajudam no isolamento acústico dos ruídos externos.

Conforme SILVA (2002), nos prédios de vários andares um dos problemas encontrados são o ruído de impacto sobre o piso entre os pavimentos que podem ser: pessoas andando de sapato, móveis arrastados, conversas, entre outros. O autor afirma que as instalações hidrossanitárias e de ar condicionado devem ter cuidados especiais nos projetos para evitar ruídos e vibrações excessivas. As lajes de pisos precisam ser isoladas para evitar essa transmissão de ruídos, essa isolação pode ser feita com um lençol de materiais maleáveis antes dos revestimentos finais.

Ainda sobre essa questão, CARVALHO (2010) relata que um erro comum ao tentar resolver esses problemas de ruídos de impacto em lajes de piso é o uso de forros sob as lajes, que praticamente não contribuem na diminuição dos ruídos e muitas vezes dependendo da distância em relação à laje acabam por realçar os níveis dos ruídos. Uma forma simples de absorver os impactos em lajes segundo o autor seria o uso de materiais macios como tapetes e pisos emborrachados. Porém, a melhor forma da redução é o uso dos pisos flutuantes sobre bases elásticas.

ESPAÇO CONSTRUÍDO: COMERCIAL

O autor Pérides relata que esses ambientes geralmente situam-se em locais com alto nível de ruídos, onde há grande fluxo de veículos e pessoas e consequentemente sons que provocam incômodos. Sendo que esses ruídos podem ser tanto internos quanto externos. (SILVA, 2002)

Os ruídos internos nesses locais podem ser causados por aparelhos eletrônicos, máquinas, conversas, falta de isolamento entre os ambientes e uso de materiais que refletem o som. Para cada um desses problemas encontrados é necessário buscar uma solução, a fim de amenizar ou acabar com o ruído.

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