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A ARQUITETURA E URBANISMO

Por:   •  11/7/2018  •  1.263 Palavras (6 Páginas)  •  428 Visualizações

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¹ Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/784741/classicos-da-arquitetura-corpo-de-bombeiros-de-vitra-zaha-hadid-architects

[pic 3] [pic 4]

Pinturas. Fonte: Zaha Hadid Architects²

Sobre a forma pensada para o projeto, a impressão é que pedaços de concreto postos juntos no plano se deslizam e conseguem formar um perfil horizontal e comprido, estreito. Como já dito antes, há uma sensação de instabilidade, tal efeito fica mais intenso quando vemos os planos horizontais deslizando, sobre os outros, um projetado para garagem e outros moldando a forma horizontal. É uma obra que desperta a inquietação, os planos de concreto assumem traços obscuros, não se pode ter acesso as vistas do edifício, eles limitam as vistas que só são possíveis se os planos se separam um dos outros.

Ilusões de ótica são possíveis no edifício, através dos ângulos e também pelos raios de cores. O edifício é complexo também por dentro.

A questão funcional se dá pelas paredes, que são inclinadas, dobradas. O piso térreo está meio instável desconectado do segundo pavimento, criando instabilidade interna. Ainda meio ao caos, instabilidade e complexidade, o edifício ainda consegue exibir linhas simples e limpas. É um belo exemplo de instabilidade ilusória.

O segundo exemplo é o Centro Rosenthal de Arte Contemporânea, que foi construído um pouco mais tarde, abriu suas portas ao público em 2003, fazendo de Zaha Hadid a primeira mulher a projetar um museu de arte americano.

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² Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/784741/classicos-da-arquitetura-corpo-de-bombeiros-de-vitra-zaha-hadid-architects

Desse modo vejo mais um espaço se abrindo para mulheres, ainda mais falando de Zaha, uma mulher que conquistou tantos trofeis e visibilidade feminina porque como Diana Agrest dizia: “em toda a história da arquitetura, a mulher tem sido substituída/deslocada não só em um plano social geral, mas de modo mais específico no plano do corpo com a arquitetura”. O Centro Rosenthal foi, e permanece, uma das maiores e galerias de arte contemporânea dos Estados Unidos.

O centro foi fundado em 1939, mas era invisível da rua, então, começaram as discussões sobre um edifício novo, e em 1997 lançaram um concurso para isso. Zaha, foi uma das 3 finalistas do concurso. A sua proposta era organizar volumes independentes, que seriam as galerias, estes estariam suspensos em um plano torcido de concreto. Além de serem elementos funcionais, os volumes também iriam compor a estética. Com essa proposta o Contemporary Arts Center(CAC) deu a vitória a Zaha.

[pic 5][pic 6]

Croquis. Processo de criação. Zaha Hadid Architects³

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³ Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/801273/classicos-da-arquitetura-centro-rosenthal-de-arte-contemporanea-zaha-hadid-architects

[pic 7]

Pintura mostrando os volumes e o contexto da cidade onde o projeto se insere. Cortesia de Zaha Hadid Architects.⁴

O terreno escolhido era um esquina e havia muito movimento nela, situava-se no centro. A partir dessa realidade, Zaha desenvolveu o conceito de ‘’ tapete urbano’’ para mexer com a sensação das pessoas, um dos conceitos primordiais do museu. O antigo museu sofria com a falta de visibilidade e já de início Zaha mudou isso, fazendo o saguão do térreo envidraçado e aberto as pessoas. Seria um convite para quem passa por ali. Já dentro do museu, o termo que a arquiteta usou ‘’ quebra cabeças ‘’ demonstra bem o que ela queria passar sobre os volumes de concreto, que iriam variar de acordo com altura, comprimento e condições de iluminação. Uma complexidade de volumes de tamanhos distintos, vazios entre eles, resultando em arranjo complexo. O edifício é recheado de sensações, que são resultado da iluminação, forma, volume, materiais e tantas outras coisas pensadas pela arquiteta. Em ambos os projetos percebemos o quão complexo parece o projeto no início e como ele vira um mar de sensações, exemplificando novamente a linguagem fenomenológica da arquitetura, dando ênfase aos elementos básicos e trazendo a tona o interesse pelas qualidades sensoriais dos materiais, luz, cor, forma. Os projetos dela não são convencionais, e sempre há uma pintura, croqui, trabalho gráfico atrás da mente brilhante. A fenomenologia segundo Nesbitt, é definida algo como fundamental na estética: “o efeito que uma obra de arquitetura produz no observador”.

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