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A ARQUITETURA E URBANISMO

Por:   •  28/6/2018  •  2.378 Palavras (10 Páginas)  •  363 Visualizações

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Segundo Rossi, a arquitetura é uma criação que deve ser pensada de forma inseparável da vida civil e da sociedade em que se manifesta. E por dar forma concreta a ela, se diferencia de todas as outras ciências.

Nos anos 70 Aldo Rossi se junta com outros arquitetos, Carlo Aymonino, Gincarlo de Carlo, Vittorio Gregotti e Giorgio Grassi, formando o grupo La Tendenza, conhecido como Escola de Veneza. Juntos, esses arquitetos tem uma ação significativa na arquitetura italiana, fazendo-a conhecida no panorama internacional. Eles começam um estudo de tipologias das cidades tradicionais, a partir disso reintroduzem conceitos que foram banidos na linguagem moderna do séc. XX, como “Tradição”, “História” e “Monumentos”, com interesses por valores de identidade e contexto.

Em 1978, viaja ao Brasil e a América Latina, onde voltará várias vezes para conferências e propostas de trabalho. A experiência americana, as grandes viagens, a observação dos países e das coisas adquirem grande importância, tanto na sua obra como na sua biografia.

Ao longo de sua vida, Rossi participou de grandes mostras, desenvolve atividades de ensino, conferências e exposições.

Rossi morreu em setembro de 1997, vítima de um acidente de carro.

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Imagem 1: Aldo Rossi. Fonte: SanatKaravani

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3. Contextualização das Ideias

3.1 Individualidades dos fatos urbanos

“Acontece igualmente que, enquanto visitamos um palácio e percorremos uma cidade, temos experiências diversas, impressões diversas. Há pessoas que detestam um lugar porque está ligado a momentos nefastos da vida delas; outros atribuem a um lugar um caráter propicio – essas experiências e a soma dessas experiências também constituem a cidade. Nesse sentido, embora seja extremamente difícil para nossa educação moderna, devemos conhecer uma qualidade ao espaço. Esse era o sentido com que os antigos consagravam um lugar (...)” (ROSSI, 2001, p.17).

Esses fatos urbanos relacionam-se principalmente a individualidade do lugar, o “locus”, o desenho, a memória e especialmente “a alma da cidade”, em outras palavras a qualidade dos fatos urbanos.

A forma concreta descreve uma cidade e leva a uma experiência concreta. Podemos entender a arquitetura da cidade através de dois aspectos: no primeiro, podemos ver a cidade como um grande artefato, uma obra de engenharia mais ou menos complexa que cresce com o tempo. No segundo, a cidade se define por fatos urbanos caracterizados por uma arquitetura própria, ou seja, uma estrutura particular ao mesmo tempo em que apresenta aspectos da realidade.

Um exemplo desses fatos urbanos são os grandes palácios da Europa, que muitas vezes não seguem a função original. Em outras palavras segue uma pluralidade de funções, independente de sua forma. A individualidade dessas obras depende mais da sua forma do que a própria matéria.

3.2 Fatos urbanos como obra de arte

“(...) na natureza dos fatos urbanos há algo que os torna muito semelhantes, e não só metaforicamente, á obra de arte (...)” (ROSSI, 2001, p.18).

O caráter artístico da cidade esta muito associada à qualidade e a sua definição. Podemos encontrá-lo nos artista de todas as épocas na vida social e religiosa, e nesse sentido está associada a um lugar, um acontecimento e uma forma de cidade. Como obra de arte é colocada de modo explícito e científico, ela está entre o elemento natural e o elemento artificial, o sujeito da cultura.

“A cidade e a região, a terra agrícola e os bosques tornam-se coisa humana porque é um imenso depósito de fadigas, são obras das nossas mãos; mas enquanto pátria artificial e coisa construída, também são testemunhos de valores, são permanência e memória. A cidade é na sua história. Logo, a relação entre o lugar e os homens, e a obra de arte que é o fato último, essencialmente decisivo, que conforma e orienta a evolução segundo uma finalidade estética, impõe-nos um modo complexo de estudar a cidade.” (ROSSI, 2001, p.22).

3.3 Questões tipológicas

A cidade é constituída por pela arquitetura e pelas obras que transformam a natureza. Sendo assim, a paisagem natura é adaptada de acordo com as necessidades sociais. No sentido das transformações surgem as primeiras formas e os primeiros tipos.

“(...) O tipo vai se constituindo, pois, de acordo com as necessidades e com as aspirações de beleza; único, mas variado em sociedades diferentes, ele está ligado à forma e o modo de vida (...)” (ROSSI, 2001, p.25).

A tipologia torna-se um modelo analítico da arquitetura, podendo ser identificada como um dos fatos urbanos. O tipo se apresenta com “características de necessidades, que reagem com a técnica, com as funções, com o estilo, com o caráter coletivo e o momento individual do fato arquitetônico.” (ROSSI, 2001, p.26).

3.4 Críticas ao funcionalismo

"Rossi, insiste na permanência da arquitetura, em sua condição atemporal, o que o leva imediatamente a descolá-la das suas obrigações funcionais." (MONEO, 2013, p.99).

Ele faz uma crítica ao valor concedido entre "forma e função". Para ele são os tipos que dão valor à forma arquitetônica, ou seja, "(...) o tipo é a própria ideia de arquitetura, aquilo que está mais próximo de sua essência. É, portanto, aquilo que, não obstante qualquer mudança, sempre se impôs 'ao sentimento e à razão, como o princípio da arquitetura” (MONEO, 2013, p.99).

Ele aborda uma posição crítica frente ao simplismo imposto pelo funcionalismo que é uma “mentira” da realidade. Ele acredita que a função tenha um aspecto secundário, já que para ele o mais importante é a individualidade, o “locus”, a memória, e o próprio desenho.

3.5 Permanências e os monumentos

“(...) Com efeito, inclino-me a crer que os fatos urbanos persistentes se identificam com os monumentos, que os monumentos são persistentes na cidade, e persistem efetivamente, inclusive no ponto de vista físico. Essa persistência e permanência é dada por seu valor construtivo, pela história, pela arte, pelo ser e pela memória.” (ROSSI, 2001, p.56).

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