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A ARQUITETURA COMO PROMOTORA DE ESPAÇOS PUBLICOS

Por:   •  17/5/2018  •  1.332 Palavras (6 Páginas)  •  414 Visualizações

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Público não é espaço sem dono, por causa de pensamentos como esses as cidades vem a cada dia perdendo seus espaços públicos devido a falta de cuidado dos próprios usuários que pelo fato de não possuir dono, acham que não pertence a ninguém, enquanto os espaços públicos são os que mais possuem donos, afinal de contas esses espaços pertencem a toda sociedade

O espaço público deve sim ser acessado por todos, porem existem algumas regras que devem ser sempre seguidas para que exista harmonia no uso e preservação dos mesmos. Um dos pontos é utilizar o espaço da maneira para o qual foi projetado.

“Frequentemente também falamos de formas coletivas que parecem permanentes no tempo: de praças, por exemplo ou dos espaços abertos entre o casario, espaços estes que podem ser encontrados desde a Antiguidade até os dias atuais. Mas basta ver que uma mesma cidade contemporânea dispõe de diversas praças e que nem todas apresentam as mesmas dinâmicas sociais ou o mesmo conteúdo, pois a cidade é uma forma necessária a um certo gênero de associação humana, e suas mudanças morfológicas são condições para que esta associação se transforme”. (FILHO, Raphael David dos Santos, Espaço urbano contemporâneo: As recentes transformações no espaço público e suas consequentes implicações para uma crítica aos conceitos tradicionais do urbano, 2004)

[pic 1]

Vão livre do Masp

É possível encontrar exemplos na cidade de São Paulo, de locais que não são praças, mas que se pode reconhecer o conceito de praça, como o vão do MASP, Museu de Arte Moderna de São Paulo, na Avenida Paulista, que é uma grande área livre no pavimento térreo independente do museu, onde é possível o acesso de qualquer pessoa a qualquer momento.

Essa arquitetura pública pode ser encontrada em diversas categorias de uso, porém nem todos os casos, a arquitetura é tratada como um bem comum da sociedade.

Existem espaços privados que se abrem para o uso público, nesses casos, são espaços privados que se tornam público porque permitem o acesso de todas as pessoas, em alguns casos respeitando regras daquele lugar e em outros respeitando regras apenas da sociedade.

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- Lina Bo Bardi E A Construção De Espaços De Uso Coletivo

O MASP, Museu de Arte de São Paulo, projeto da arquiteta Lina Bo Bardi, foi construído em 1957 e está situado na Avenida Paulista, no terreno do antigo Belvedere do Trianon, atualmente uma região bastante movimentada de São Paulo. Esse projeto é uma representação clara do modernismo (brutalismo), movimento que defende a praticidade e a liberdade, Lina dizia que o museu era dedicado ao público em massa, era a “arquitetura como serviço social”.

[pic 2]

Museu de Arte Moderna de São Paulo

[pic 3]

Masp. Fachada Nordeste. Década de 1970.

[pic 4][pic 5]

[pic 6]

Planta Pavimentos Superiores

[pic 7]

Corte A Corte B

"O edifício do Museu de Arte de São Paulo está situado num ponto privilegiado da cidade, um cruzamento entre dois eixos viários superpostos: a Avenida Paulista e o túnel da Avenida 9 de Julho. Neste local existia um belvedere que pertencia ao parque Trianon e que havia sido doado por um particular à Prefeitura de São Paulo, com a condição de que nunca se construísse ali nenhuma obra que perturbasse a vista da cidade a partir do parque. A solução de Lina foi radical: ela organiza o edifício em duas partes. Uma, elevada, aérea e cristalina e outra semi-enterrara, rodeada de jardins e vegetação. Deste modo, o vazio constitui um terceiro elemento que intercala as duas partes. Com esta atitude, Lina não apenas preserva a vista da cidade, senão a salienta e a realça ao emoldurá-la. A cidade é acolhida neste vazio definido pelo edifício, [...] um vazio impregnado de possibilidades, que configura um lugar de encontro, de troca: praça, ágora democrática, espaço aberto a manifestações diversas (feiras de antiguidades, encontros políticos, concertos de música, exposições de arte, encenações, jogos)." (OLIVEIRA, Olívia. Lina Bo Bardi - Obra Construída. Revista 2G. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2002.)

Em seus escritos ela diz:

“Eu procurei apenas, no Museu de Arte de São Paulo, retomar certas posições. Até procurei (e espero que aconteça) recriar um „ambiente‟ no Trianon. E gostaria que lá fosse o povo, ver exposições ao ar livre e discutir, escutar música, ver fitas. Até crianças, ir brincar no sol de manhã e da tarde.” (FERRAZ, Marcelo (org.) Lina Bo Bardi. São Paulo. Instituto Lina Bo Bardi e P.M. Bardi, 2008. p. 102.)

Atualmente a bilheteria do museu está situada no térreo próximo às escadas que dão acesso ao primeiro pavimento, diminuindo a área livre e perdendo seu caráter de espaço exclusivamente público.

[pic 8]

Movimentos populares no vão livre

[pic 9]

Vão Livre. 2009.

[pic 10]

Vista do Parque Trianon para o Masp. 2009

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARDI, Lina Bo e EYCK, Aldo Van. Museu de Arte de São Paulo. São Paulo: Instituto Lina Bo Bardi e P.M. Bardi, 1997.

BARDI, Lina Bo; SANTOS, Cecília Rodrigues dos; FERRAZ, Marcelo e VAINER,

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