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Efluentes Gerados por Cortumes

Por:   •  11/3/2018  •  2.920 Palavras (12 Páginas)  •  323 Visualizações

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As operações de acabamento molhado ou pós-curtimento geram efluentes líquidos com certo teor de cromo, sais e colorações diversas e temperaturas elevadas.

As outras operações que não apresentam efluentes líquidos ou, se apresentam, são insignificantes.

3 GERAÇÃO DE RESÍDUOS

Para a transformação da pele em couro, o uso de água é indispensável, assim como outros produtos químicos.

4 ASPECTOS DOS CURTUMES E IMPACTOS AMBIENTAIS

Água: A água é de extrema importância nos processos gerais de curtumes, o volume de água a ser usado pode variar de acordo com a Tabela 1:

Etapas do processo

Consumo de água (m³/ t pele salgada)

Ribeira(até purga)

7-25

Curtimento

1-3

Pós Curtimento ou Acabamento molhado

4-8

Acabamento

0-1

TOTAL

12-37

Tabela 1- Consumo de água em curtumes. (FONTE: “IUE” – Comissão de Meio Ambiente e de Resíduos da União Internacional das Sociedades dos Químicos e Técnicos/Tecnólogos do Couro (“IULTCS”), 2.002 [24]

Segundo o Centro Tecnológico do Couro, SENAI - Rio Grande do Sul, o consumo total médio atual do setor brasileiro está estimado em 25-30 m3 água / t pele salgada que corresponde a cerca de 630 litros água / pele salgada, em média.

Energia: A energia consumida pelos curtumes, assim como outros insumos, depende de alguns outros aspectos como exemplo, a capacidade e quantidade de produção, tipo e estado dos equipamentos, tipo de tratamento de efluentes, existência de práticas para a eficiência energética, entre outros. Assim, a faixa de variação de consumo é muito ampla, cerca de 2.600 a 11.700 kWh por tonelada de peles salgadas. É importante ressaltar também que a energia térmica é necessária para processos como secagem dos couros e obtenção de água quente ou aquecimento dos banhos de processo; energia elétrica, para equipamentos em geral e iluminação. Geralmente, os consumos mais significativos ocorrem na secagem dos couros, no aquecimento de água / banhos e nos equipamentos da estação de tratamento de efluentes.

Produtos Químicos: Na imagem de uma tabela abaixo veremos os principais produtos químicos usados em cada etapa do curtume.

[pic 5]

[pic 6]

[pic 7]

4.1 Impactos Ambientais

Efluentes Líquidos: O volume total de efluentes líquidos produzidos pelos curtumes é próximo ao total de água captada, mas, em termos de vazões efetivas de geração e de lançamento para fora dos curtumes, estas dependem dos procedimentos operacionais da estação de tratamento de efluentes (ETE) que também é denominada sistema de tratamento de águas residuárias (STAR) de cada curtume.

Vale ratificar que aproximadamente de 60 a 70% do volume dos despejos líquidos são provenientes das operações de ribeira até a etapa de purga, cabendo os outros 30 a 35% ao restante do processo. As águas das operações de ribeira são fortemente alcalinas e esbranquiçadas (usada cal em excesso) e ainda contêm sebo, pêlos, tecido muscular, gordura e sangue, em suspensão. Em solução, sais (principais ânions: sulfeto, sulfato, cloreto; principais cátions: sódio, cálcio, amônio), diversas proteínas e aminoácidos. Em um nível bem menor, em termos de quantidade, tensoativos (detergentes), aminas e casualmente alguns conservantes ou biocidas e inseticidas (produtos orgânicos).

Os efluentes líquidos gerados nas operações de píquel e curtimento apresentam uma quantia de sal (cloreto de sódio), ácidos minerais (sulfúrico, clorídrico), orgânicos (láctico e fórmico), cromo e/ou taninos (orgânicos polifenólicos), proteínas e eventualmente, alguns fungicidas (orgânicos aromáticos), em pequenas quantidades. São águas turvas, de cor verde escura (curtimento ao cromo) ou castanhas (curtimento por taninos), que apresentam pH ácido, podendo ter altas concentrações de DQO e DBO, de acordo com o curtente utilizado. Ainda é registrado que na fase de ribeira, até a etapa anterior ao curtimento, ela é responsável por quase toda parte das cargas poluentes e tóxicas dos efluentes de curtumes. O sulfeto, por exemplo, encontrado nos efluentes da ribeira, é mais tóxico para o ser humano do que o cromo do curtimento, considerando que este está na sua forma trivalente. Os efluentes líquidos dos curtumes que realizam a ribeira podem apresentar problemas de odor por causa da formação de gás sulfídrico, proveniente do sulfeto, o que gera incômodos à população no entorno.

Cumpre observar, todavia que os curtumes têm estações de tratamento desses efluentes (controlevia tratamento “fim-de-tubo”), que tem como objetivo de suavizar seus impactos ambientais e atender à legislação vigente.

Emissões Atmosféricas: É de certificar-se que as emissões dos curtumes são substâncias voláteis produzidos nas operações dos curtumes, que acaba produzindo odores detectáveis fora dos limites destas indústrias e até problemas de saúde ocupacional, dependendo das instalações e dos procedimentos operacionais destes curtumes. Na “barraca” (armazenamento de matéria-prima – peles), a principal substância emitida é a amônia, provinda da decomposição parcial da proteína das peles. Importante ressaltar que na parte molhada (ribeira até pré-acabamento), odores desagradáveis podem ser gerados por substâncias como gás sulfídrico, amônia, subprodutos aminados e outros. No acabamento, as vezes é possível ter emissões de compostos voláteis provenientes de solventes orgânicos, partículas de água em suspensão (aerossóis) e material particulado sólido (operações de rebaixamento, lixamento e desempoamento). Em algumas regiões do estado de São Paulo, o odor (mau cheiro), proveniente da formação de gás sulfídrico, derivado do sulfeto, de mercaptanas e de outros compostos orgânicos gerados por reações de decomposição de matéria orgânica, também é um problema

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