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A POLUIÇÃO SONORA

Por:   •  24/10/2018  •  9.872 Palavras (40 Páginas)  •  261 Visualizações

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Figura 8 - Zona de sombra acústica criada pela barreira acústica. 26

Figura 9 - Barreira acústica transparente coberta. 27

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- INTRODUÇÃO

O ruído, proveniente da ação humana, já faz parte do cotidiano das pessoas, que, acostumadas com este problema acabam por tornar imperceptíveis os efeitos maléficos que este pode causar em sua vida diária (CARNEIRO, 2002).

Os sons audíveis para o homem podem significar bem-estar, prazer, comunicação, como também desconforto e, eventualmente, mesmo em situações prazerosas, passíveis de causar danos à saúde; onde um mesmo tipo de som pode ser reconhecido como agradável para alguns e de forma contrária para outros (ZANNIN et al, 2002). Mesmo sons com intensidades que possam representar risco aos ouvintes podem ser compreendidos como prazerosos por alguns.

As cidades hoje, por ocasião do aumento expressivo da população, têm um uso intensivo de seus espaços, ocasionado por veículos automotores, aglomerado de pessoas em um mesmo lugar, uso contínuo da linguagem falada (seja diretamente pelo homem ou reproduzida e amplificada) e o mover nervoso de todos os trânsitos (objetos, pessoas, veículos). Consequentemente concentrou todos estes sons num mesmo ambiente. Muitas atividades, sons gerados e misturando-se numa babel de ruídos que exige dos moradores uma adaptação a este ambiente alterado (ZANNIN et al, 2001). O cidadão urbano neste processo de adaptação adequa-se e não compreende que a exposição contínua já afeta sua qualidade de vida hoje e repercutirá danosamente na velhice (GARAVELLI et al, 2001).

O incômodo dos ruídos pode acarretar efeitos nocivos à saúde, ao sossego e à segurança do homem, implicando tanto em problemas físicos como em psicológicos. Essa nocividade está relacionada à duração, repetição, horário e principalmente à intensidade do som (GIUNTA, 2013).

O ruído urbano, prejudicial à saúde da população, vem recebendo um crescente reconhecimento como um dos maiores problemas de poluição ambiental.

No contexto do cenário urbano contemporâneo, os problemas ambientais gerados pela constituição das cidades tornaram-se uma das principais preocupações na gestão e evolução dos centros urbanos. Além da poluição do ar, da água, da contaminação do solo, o ruído urbano figura como uma preocupação importante para a saúde pública. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2011), “a poluição sonora é considerada o segundo tipo de poluição que mais causa doenças no mundo”.

- REVISÃO DA LITERATURA

- Contexto Histórico

Desde que as pessoas passaram a viver em cidades, o ruído passou a ser um fator de incômodo. Na Roma antiga já existiam regras acerca do ruído emitido pelas rodas das carroças em contato com as pedras das ruas, que causavam interrupções do sono e consequentemente doenças nos cidadãos. Na Europa medieval havia proibições sobre andar a cavalo ou de carroças puxadas por cavalos durante a noite em certas cidades, com o objetivo de assegurar o sono de seus habitantes (GTZ, 2006).

Com o advento da revolução industrial, uma infinidade de novos sons foi introduzida no ambiente urbano. Posteriormente a inovação, com o uso de aparelhos eletroeletrônicos, trouxe muitas fontes de ruído para o ambiente SCHAFER (2011).

Uma observação histórica interessante está contida na introdução do artigo sobre os efeitos cardiovasculares devidos à exposição do ser humano ao ruído ambiental, em que os autores destacam a previsão do vencedor do Prêmio Nobel, Robert Koch, em 1910:

“Um dia os homens terão que lutar tão ferozmente contra o ruído como a cólera e a peste”. (MÜNZEL, et al 2014, p.1. Tradução da autora).

- Definições e Conceitos Fundamentais

- Som e Ruído

O som é definido, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 12.179 (ABNT, 1992), como toda e qualquer vibração ou onda mecânica, que se propaga, na forma de ondas, num meio dotado de forças internas (por exemplo: elástico, viscoso, etc.), capaz de produzir no homem uma sensação auditiva.

Segundo NEGRÃO (2009), os sons podem ser caracterizados por dois atributos principais: frequência e intensidade.

A frequência é a característica através da qual o ouvido distingue se um som é agudo ou grave. Esta característica está relacionada com a quantidade de ciclos completos (vibrações) de uma onda sonora, que ocorrem num período de tempo. Se o tempo é de um segundo, a unidade de medida é o Hertz (Hz) (MURGEL, 2007).

A intensidade está relacionada com a amplitude da onda sonora, a qual representa a variação de pressão do meio. Conforme AGUILERA (2007), ela é a energia transportada pela onda sonora que atravessa a unidade de área de uma superfície situada perpendicularmente à direção de propagação, por unidade de tempo. Desta forma, a unidade de intensidade no Sistema Internacional de Medidas (SI) é o watt por metro quadrado (W/m2).

O ruído é definido pela ABNT NBR 7.731 (ABNT, 1983) como uma mistura de sons cujas frequências não seguem nenhuma lei precisa ou simplesmente como todo som indesejável. Segundo BISTAFA (2011), pode ser definido como um som sem harmonia, ou ainda de acordo com BERGLUND & LINDVALL (1995) ruído é energia acústica audível que ofende ou pode afetar o bem-estar fisiológico e/ou psicológico das pessoas.

A literatura apresenta várias definições para a palavra ruído, de acordo com o contexto ao qual se aplica. Há definições bastante específicas nas áreas da física, da eletrônica e de outras áreas técnicas. Existem também definições muito subjetivas, quando se aplicam às sensações auditivas do ser humano.

Segundo SCHAFER (1977), em sua obra The Soundscape, com o crescimento do mundo moderno, o significado da palavra “ruído” ampliou-se como sinônimo de som indesejável, som dissonante, vibrações não periódicas que são diferentes da composição de arranjos musicais, ou de qualquer som alto que perturba. Para o Prof. Dr. João Cândido Fernandes, ruído é a vibração não harmônica, ou seja, que

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