Projeto Sobre Construção Enxuta
Por: Lidieisa • 12/1/2018 • 3.365 Palavras (14 Páginas) • 423 Visualizações
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De acordo com Vieira (2006), a partir da filosofia da construção enxuta, foram desenvolvidas técnicas, a fim de aprimorar os recursos humanos em uma obra, promover a organização e limpeza do canteiro e diminuir o deslocamento de matérias primas. Ademais, o planejamento e logística dentro do canteiro de obras tem como finalidade reduzir os custos da produção, diminuir os desperdícios e perdas, aumentar a produtividade, agregar valor ao produto, atenuar os riscos de acidente de trabalho e aumentar a satisfação do cliente.
Neste contexto de construção enxuta aplicado no canteiro de obras, verifica-se a possibilidade de aplicar esses princípios no gerenciamento e planejamento de canteiros, visando reduzir as distâncias de transporte, minimizar o tempo de movimentação de pessoas e materiais, evitar desperdícios de matéria prima.
- Objetivo Geral
Aplicar os princípios da construção enxuta (lean construction) no planejamento do layout de um canteiro de obra, com a finalidade de melhorar o fluxo de materiais e pessoas e otimizar a logística interna, visando também a melhoria no gerenciamento de canteiros.
- Justificativa
Apesar do planejamento do canteiro ser reconhecido como um papel importante na eficiência das operações, cumprimento de prazos, custos e qualidade da construção, tem sido um dos aspectos mais negligenciados na indústria da construção. Por conseguinte, os canteiros de obras muitas vezes deixam a desejar em termos de organização e segurança, criando uma imagem negativa das empresas no mercado (Saurin e Formoso 2006).
O transporte de materiais é uma atividade que não agrega valor ao produto final, portanto, quanto maior o trajeto a ser percorrido, maior será o tempo perdido, o qual, poderia ser utilizado para fazer outras tarefas produtivas. Quanto maior a movimentação, maiores também são os riscos de acidente ou causar danos aos suprimentos. Logo, o projeto de canteiros deve conter conceitos de logística e movimentação de cargas priorizando a minimização de movimentações (Saurin 1997).
O processo de planejamento do canteiro pretende alcançar o melhor aproveitamento do espaço físico livre, de maneira a viabilizar que homens e máquinas trabalhem com segurança e eficiência, principalmente através da redução do transporte de insumos, componentes e mão de obra (Saurin e Formoso 2006).
Embora os resultados da aplicação do planejamento de canteiros de obras sejam maiores em obras de grande porte, é importante que um estudo de layout e logística do canteiro sejam as ações principais para que sejam aproveitados todos os recursos materiais e humanos empregados na obra, independente do porte da obra (SANTOS, 1995).
- Revisão Bibliográfica ou Revisão da Literatura
Este tópico irá abordar brevemente uma revisão de literatura sobre os assuntos, Sistema Toyota de Produção, construção enxuta, canteiro de obras e logística na construção civil.
- Sistema Toyota de Produção (STP)
O Sistema Toyota de Produção (STP) é o método de produção estilo toyota, que significa colocar um fluxo no processo de manufatura, ou seja, deixar o processo produtivo sequenciado e não setorizado, com isto um operário supervisiona vários processos, aumentando a produtividade (Ohno, 1997).
O STP tinha como principal objetivo produzir muitos modelos de carros em pequenas quantidades e a custos baixos. A ideia que deu origem ao atual STP foi de que os japoneses estavam desperdiçando algo e se este desperdício fosse eliminado a produtividade deveria decuplicar (aumentar dez vezes). Esta ideia surgiu quando o então presidente da Toyota, Kiichiro Toyoda estabeleceu como meta alcançar os Estados Unidos em três anos ou a indústria automobilística japonesa não sobreviveria (Ohno, 1997).
Womack, Jones e Rool (2004) batizaram o STP com o termo Produção Enxuta (Lean Manufacturing ou Lean Production) em seu livro “A máquina que mudou o mundo”. Esta obra, publicada em 1990 nos Estados Unidos com o título original “The Machine that Changed the World” é um estudo sobre a indústria automobilística mundial realizado nos anos 80 pelo Instituto de tecnologia de Massachusetts (ITM), o qual, chamou a atenção de empresas de diversos setores.
O STP busca identificar os sete desperdícios: Superprodução; Espera; Transporte; Estoque; Movimentação; Produtos Defeituosos e Processamento. (Ohno 1997; Shingo 1996).
O STP é sustentado por dois pilares: Just-in-time (JIT) e autonomação (automação com um toque humano). O JIT busca a eliminação dos estoques sendo que cada processo deve ser abastecido com a quantidade demandada e no momento exato de produzir. Já a autonomação separa os funcionários das máquinas por meio de dispositivo que conseguem detectar anormalidades de produção. (Ohno, 1997; Shingo 1996).
Além desses dois pilares, o STP utiliza em seu modelo de gestão ferramentas como: cartões Kanban, 5’S, poka-yoke, kaizen, Andon, Troca Rápida de Ferramentas (TRF), que irão garantir que todo seu sistema opere na redução dos desperdícios.
- Construção Enxuta
A construção enxuta (Lean Construction) se originou, em 1992, com o trabalho do finlandês Lauri Koskela “Application of the new production philosophy to construction” (Aplicação da nova filosofia de produção para construção), publicado pelo Center for Integrated Facility Engineering (CIFE), ligado à Universidade de Stanford. Com este trabalho o pesquisador buscou quebrar os paradigmas dos profissionais da construção e adaptar os conceitos do STP às peculiaridades da indústria da construção civil. (Koskela, 1992).
A construção enxuta difere conceitualmente do modelo de gestão tradicional de processo. Sendo que o modelo convencional consiste em conversão de insumos (materiais) em produtos (edificação), neste modelo o processo de conversão pode ser subdividido em subprocessos, que também são considerados processos de conversão. Já o modelo de processo da construção enxuta considera que o ambiente produtivo é composto por atividades de conversão e de fluxo, ou seja, desde a matéria prima até o produto final há atividades que agregam e que não agregam valor ao produto (KOSKELA, 1992; ISATTO ET AL, 2000; FOMOSO, 2002; BERNARDES, 2010).
Koskela (1992) propôs onze princípios para a gestão de processos da construção enxuta, segue breve descrição de cada um.
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