Artigo sobre resíduos Sólidos
Por: Carolina234 • 6/11/2018 • 4.134 Palavras (17 Páginas) • 299 Visualizações
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Como resíduo sólido é interessante destacar o chamado “resíduo tecnológico”, “lixo digital” ou “lixo eletrônico” (ou “e-lixo”, como coloca o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA). O Brasil hoje é um dos maiores consumidores de novas tecnologias em eletrônicos: celulares, computadores (desktops e notebooks), televisores, meios de armazenamento e de reprodução de mídias (visuais - DVDs, MP4 - e auditivas - Cds, MP3), consoles de videogames e eletrodomésticos no geral. E uma vez considerados com sua vida útil finda para um determinado indivíduo, esses eletrônicos são descartados, muitas vezes sem lhes ser conferidos correta destinação. Mas não apenas produtos inteiros fazem parte do e-lixo, mas também seus componentes internos e externos, sendo as baterias e as pilhas um grande problema quando descartadas inapropriadamente. Segundo dados da PNUMA, são descartadas aproximadamente 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano no mundo.
Poucos sabem, mas os computadores (para se ater a um exemplo em específico) possuem altíssimas quantidades de metais pesados - cumulativos no meio ambiente e de baixa taxa de degradação, como chumbo e mercúrio, além de outros tantos componentes químicos e também componentes orgânicos que trazem efeitos devastadores ao meio ambiente e aos seres humanos - que se alimentam do que é fornecido pelo meio ambiente e que nos grandes “lixões” tecnológicos trabalham na separação dos metais para revenda. Esses componentes afetam, principalmente, sistema nervoso, rins e sistema hormonal, e são cancerígenos. Em quantidades, no Brasil são descartados por ano cerca de 1 milhão de computadores e o maior questão está não haver nenhuma regulamentação para o descarte desses computadores e seus componentes.
As principais entidades encontradas que se voltam ao estudo do impacto do descarte inadequado do lixo tecnológico e das possibilidades de seu reaproveitamento - e que também são referências bibliográficas deste ensaio - são o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o Comitê para a Democratização da Informática.
2. METODOLOGIA
A pesquisa objetivou um aprofundamento no tema “lixo tecnológico”, sua destinação e a base legal existente. Inicialmente, a pesquisa teve maior objetivo em entender a importância e presença do assunto no dia-a-dia para então buscar a legislação que regulamenta o tratamento de tais resíduos (pois, notoriamente, a lei reflete anseios sociais, nela se baseia). Ademais, uma vez que o interesse sobre o assunto é recente, as pesquisas foram baseadas majoritariamente em publicações de cunho jornalístico. Por certo, tais fontes não são de confiabilidade segura, mas apresentam as discussões atuais sobre o assunto, bem como o posicionamento social perante ele. Em complemento, são utilizados dados fornecidos por organismos internacionais - em especial o PNUMA, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente -, programas governamentais e associações ligadas ao comércio de produtos eletroeletrônicos - como a ABINEE, Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica. Evidentemente, o presente ensaio buscou, também, fulcro em livros e estudos científicos publicados sobre o assunto em tela.
A coleta de dados e informações para as constituições deste ensaio deu-se a partir de publicações disponibilizadas, em sua maioria, por meio eletrônico. Inclui-se neste material desde artigos (científicos ou não) a vídeos disponibilizados ao público (que abarcam pesquisas “caseiras”, materiais promocionais, informativos didáticos e matérias de jornal televisivo), além da pesquisa legislativa.
“Each new generation of technical improvements in electronic products should include parallel and proportional improvements in environmental, health and safety as well as social justice attributes.” Esta frase foi adotada pela TransAtlantic Network for a Clean Production (1999) e reflete uma atitude que deveria ser tomada a cada nova fase tecnológica em que o mundo adentra. A responsabilidade sócio-ambiental está - ou deveria estar - atrelada à capacidade de inserir novidades no mercado. Isto porque as novidades tecnológicas estão imersas em grandes quantidades de toxinas, e, no geral, apenas os produtores têm conhecimentos desses números e não os consumidores. As tabelas a seguir apresentam os valores encontrados em computadores.
Tabela 1. Composição dos computadores e porcentagens de reciclabilidade
Material
% em relação ao peso total
% reciclável
Localização
Alumínio
14,172
80
Circuito integrado, solda, bateria
Chumbo
6,298
5
Semicondutor
Ferro
20,471
80
Estrutura, encaixes
Estanho
1,007
70
Circuito integrado
Cobre
6,928
90
Condutivo
Bário
0,031
0
Válvula eletrônica
Níquel
0,850
80
Estrutura, encaixes
Zinco
2,204
60
Bateria
Berílio
0,015
0
Condutivo térmico, conectores
Ouro
0,016
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