Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

ANÁLISE EMERGÉTICA E ECONÔMICA DE UM SISTEMA DE MANEJO FLORESTAL NO ESTADO DO AMAZONAS

Por:   •  5/5/2018  •  6.222 Palavras (25 Páginas)  •  459 Visualizações

Página 1 de 25

...

Na execução do PMFS as árvores colhidas são apenas aquelas com um valor comercial, isto é, existe uma demanda de mercado para aquela espécie. O seu preço por m³ no mercado é definido levando em conta a demanda daquela espécie e também a dificuldade que há em se encontrar essa madeira. Para os produtores, aqueles que executam o PMFS, existe um custo monetário para venda deste produto. Dentre estes estão embutidos: o valor que foi pago pela propriedade; custo de inventário florestal; custo para elaboração do PMFS; custo na colheita do PMFS; custo de funcionários; custo de máquinas; custo de transporte; dentre outros investimentos feitos na propriedade em moeda corrente. A soma de todos esses valores monetários tem-se um custo total do m³ a ser vendido. Esta modalidade de manejo florestal se limita a produção sustentável da propriedade, não levando em conta os serviços ecossistêmicos e o bem estar da população envolvida no manejo. Existem ainda outros serviços que foram prestados até a geração daquele produto final e que não são considerados no cálculo do custo do m³, são os serviços ambientais. Segundo Constanza et al. (1997, pelo fato desses serviços não serem contabilizados eles tem um peso muito pequeno nas decisões, e essa negligência está comprometendo a sustentabilidade dos seres humanos e da vida terrestre.

Diversos são os serviços ambientais prestados de forma natural e gratuita pelos ecossistemas, entre eles os que fornecem água, nutrientes, combustíveis, alimentos, garantido o bom funcionamento dos processos naturais. A fertilidade do solo para o crescimento das árvores é um desses serviços que não é contabilizado no cálculo do custo do m³ de madeira a ser vendida. Estes serviços não possuem um preço estabelecido, e são muito difíceis de serem mensurados, aí surgem alguns questionamentos como o citado por AMAZONAS, (2010, p.06).

Quanto trabalho custaria para o agricultor fazer o serviço de polinização (que as abelhas fazem sem cobrar), levando o pólen a todas as plantas de sua horta e pomar? Quanto esforço e tempo seriam necessários para transformar toda a matéria orgânica que existe em uma floresta em nutrientes disponíveis para as plantas, se não existissem os seres da natureza (decompositores) que o fazem “de graça”? Quantas máquinas seriam necessárias para prestar o serviço de produzir o oxigênio e purificar o ar, serviço que as plantas e as algas fazem diariamente? Quanto vale todos esses serviços que a natureza faz?

A modalidade de pagamento por serviços ambientais surgiu para tentar auxiliar na valoração destes serviços e produtos da natureza. Como uma forma de avaliar a prestação dos serviços ambientais existe a análise emergética, que por meio dos componentes do sistema mensura a quantidade de energia do produto e a coloca numa mesma unidade, a emergia, quantificando o serviço prestado pelo ecossistema.

OBJETIVOS

- Avaliar o desempenho emergético de um sistema de manejo florestal;

- Avaliar o desempenho econômico de um sistema de manejo florestal;

- Comparar os dois sistemas;

METODOLOGIA DE COLETA DE DADOS

Tendo conhecimento dos dados necessários para realização da avaliação econômica e emergética, , a próxima etapa do trabalho foi a coleta dos dados em campo. Essa coleta de ocorreu por meio de um levantamento minucioso em campo, o qual foi dividido em três fases:

- Levantamento de dados com o proprietário do projeto;

- Levantamento de dados com responsável pelo inventário do projeto;

- Levantamento de dados com responsável pela colheita da madeira;

Na primeira ida a campo foram obtidas informações gerais do projeto proprietário com o proprietário, sendo essas: área manejada; volume total extraído; custos referentes à manutenção da propriedade; custos com liberação e viagens; valor de venda da madeira; ciclo do projeto, dentre outros informações pertinentes.

A segunda visita ao projeto, obtivemos os dados da fase de inventário do projeto, que foi realizada no ano de 2007, com uma duração de 61 dias. Foram levantados por meio de uma entrevista com o responsável pela realização do inventário, o qual, ainda, forneceu lista das espécies inventariadas, bem como mapas do projeto. Os dados obtidos foram: custos com Mateiro, Anotador, Emplaquetador, Medidor, Técnico, Peão de mato, alimentação e Engenheiro Florestal (APÊNCIDE A). Os custos foram ainda, discriminados pela quantidade de horas trabalhadas, para que pudessem ser utilizadas na avaliação emergética.

A próxima etapa da coleta de dados foi realizada com o responsável pela colheita da madeira. Este, forneceu as informações e custos na fase de colheita do projeto, que foi realizada nos anos de 2009 e 2010. Os dados foram divididos em materiais e serviços. Os serviços foram realizados por: Derrubador, Enpicador, Operador de skidder, Rabicheiro, Motorista de caminhão, Operador de carregadeira e Engenheiro Florestal, estes valores foram também obtidos em horas trabalhadas, bem como, o custo da hora. Os materiais utilizados foram combustíveis e desgaste de equipamento, os combustíveis foram levantados pela quantidade consumida ao longo do projeto, já o desgaste dos equipamentos foi estimado por meio da sua vida útil e a quantidade de horas trabalhadas no projeto. Com esses dados em mãos foi possível partir para o cálculo dos indicadores emergéticos e econômicos, apresentados nos itens 3.2 e 3.3.

METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO EMERGÉTICA

Na metodologia de avaliação emergética são necessárias algumas fases a serem cumpridas, primeiramente a montagem do diagrama dos sistemas, em seguida as tabelas de avaliação emergética e o cálculo dos indicadores emergéticos.

- Diagrama de Sistemas

O diagrama dos sistemas é baseado em uma linguagem, desenvolvida pelo professor H. T. ODUM onde os fluxos simples ou de menor intensidade, à esquerda, aos maiores e mais complexos, à direita. Esta é uma linguagem de símbolos, onde cada símbolo representa uma função dentro do sistema. É necessário colocar no diagrama limites para que se possam identificar as entradas importantes que passam as linhas do sistema, segundo COMAR, 1998.

Um diagrama sistêmico panorâmico é construído inicialmente para colocar em perspectiva o sistema de interesse, integrar informações de várias

...

Baixar como  txt (43.5 Kb)   pdf (116 Kb)   docx (44.3 Kb)  
Continuar por mais 24 páginas »
Disponível apenas no Essays.club