Criação de Plano de Manejo Florestal da Mata Ciliar do Rio dos Duendes, Penedo – RJ.
Por: Carolina234 • 31/3/2018 • 2.088 Palavras (9 Páginas) • 489 Visualizações
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floresta pode ser dividida em extratos. O extrato superior é chamado de dossel (20-30m), e é composto pelas árvores mais altas que recebem toda a intensidade da luz solar que chega na superfície. As árvores do interior da mata são o extrato arbustivo, formado por espécies que vivem sombreadas pelas árvores do dossel. O extrato herbáceo é formado por plantas de pequeno porte que vivem próximas ao solo, são plantas jovens que irão compor os outros extratos quando atingirem a fase adulta.
Sabendo isso, a área pode ser caracterizada como predominantemente de árvores altas, entre 20 e 30 metros, mata fechada, densa e muita úmida devido ao alto índice de pluviosidade, além de ser um local de clima quente já que a umidade e a mata fechada retém o calor na floresta, abaixo dos dosséis das árvores e conta com alto grau de devastação nas margens dos rios, sendo intensas, atualmente, as atividades de agricultura e pecuária nestas áreas.
A área a ser reflorestada pelo projeto é de 1,8 km², 260 hectares, sendo distribuídos 130 hectares a cada lado da margem do rio, que está situada no município de Penedo, entre sua sede e o município de Itatiaia. Penedo é um distrito e possui um Parque Ecológico, O Parque Turístico Ecológico de Penedo, com 3.014 ha, localizado na micro-bacia hidrográfica do Rio das Pedras, abrangendo altitudes que variam de 300 a 1.600 m, possuí Mata Atlântica, fauna e flora diversificada, localizado na região sul do estado do Rio de Janeiro, Brasil
O Rio dos Duendes nasce na Serra da Bocaina, em São Paulo e percorre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro até chegar a sua foz, em Atafona.
4. Metodologia:
Procurando restaurar a estrutura e dinâmica da vegetação original, resguardando a diversidade de espécies e a representatividade das populações, a metodologia empregada no reflorestamento identifica-se com uma sucessão secundária induzida, visando assegurar os mecanismos pelos quais ela se realiza. O conhecimento dos processos de sucessão e das características ecológicas das espécies arbóreas presentes em cada estágio sucessional é um dos mecanismos a ser destacado. Em uma fase inicial, as espécies pioneiras são implantadas com o propósito de favorecer o estabelecimento da dinâmica da sucessão vegetal. Nesta combinação, as espécies são identificadas em dois grupos: o das pioneiras e o das definitivas. Esses grupos possuem exigências complementares, principalmente quanto à necessidade de luz, sendo associadas de tal forma que as pioneiras possibilitem condições de sombra na fase inicial das espécies definitivas, proporcionando um desenvolvimento harmônico de ambas às espécies.
A metodologia busca ainda viabilizar os remanescentes vegetais, procurando manter e recompor o fluxo gênico nas populações envolvidas, reduzindo a endogamia e favorecendo os fenômenos de dispersão de espécies da flora e fauna. As espécies florestais empregadas no programa são escolhidas dentre aquelas identificadas em reservas remanescentes na região. A integração de tais fatores é fundamental para a auto renovação harmônica e equilibrada desses ecossistemas.
A etapa inicial do programa diz respeito à caracterização da área a ser recomposta. Nesta oportunidade, uma série de atividades é desenvolvida visando avaliar a capacidade de regeneração da área. As sementes que darão origem às mudas necessárias à implantação do programa são obtidas em coletas nas espécies vegetais que ocorrem nas matas remanescentes da região, procurando-se respeitar alguns princípios capazes de garantir a representatividade genética das populações. Assim, trabalha-se com um mínimo de doze matrizes de uma população com frutificação simultânea suficiente para representar a população e garantir uma diversidade genética razoável, minimizando o risco de endogamia e suas consequências indesejáveis. As mudas necessárias são produzidas em viveiros, por via sexuada, através da germinação de sementes, mediante as técnicas da semeadura direta, em tubetes plásticos sobre bancadas.
Destaca-se que cada viveiro produz cerca de 170 espécies identificadas como de ocorrência natural na região. O plantio realizado tanto nas margens dos rios e reservatórios como nas áreas de empréstimo de terra, é precedido de operações sequenciais:
• subsolagem em nível (somente para áreas de empréstimo);
• práticas de conservação de solo, como a construção de terraços em nível ou com gradientes, em função da particularidade de cada área;
• calagem e adubação, recomendadas conforme análise de solo;
• alinhamento e marcação de covas em nível, com espaçamentos variáveis e mantendo-se um “stand” de 2.222 mudas/ha.
A disposição das mudas no plantio determinaram o consórcio sistemático das mudas no campo da seguinte forma: 50% de espécies pioneiras (P); 50% de espécies definitivas (D). As espécies consideradas pioneiras são representadas pelas pioneiras típicas e secundárias iniciais, nas classificações ecológicas, assim como as definitivas são representadas pelas secundárias tardias e clímax.
A implantação é realizada de forma simultânea, com os dois grupos de espécies plantados de uma só vez. Pelo modelo adotado, cada espécie de estágios finais de sucessão é circundada por quatro indivíduos de estágios iniciais, ocupando posição central em relação a estes, conforme o esquema apresentado a seguir:
Esquema de plantio:
P D P
D P D
P D P
P = espécies pioneiras D = espécies definitivas
As mudas necessárias ao plantio são separadas no próprio viveiro, sendo que as de espécies pioneiras representam 50% do total produzido e são responsáveis por três cicios produtivos por ano. As de espécies definitivas são divididas nos viveiros da seguinte forma:
• espécies de rápido crescimento: 30% da produção total, 2 ciclos de produção por ano;
• espécies de crescimento lento: 20% da produção total, 1 ciclo de produção por ano
Uma vez concluído o plantio, a sua manutenção é realizada no máximo até o segundo ano, através de limpeza seletiva, eliminando principalmente gramíneas altamente concorrentes, poupando-se todas as demais espécies emergentes. Merece destaque o excelente resultado obtido no reflorestamento com espécies nativas.
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