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Projeto Arquitetônico: Viaduto Millau

Por:   •  17/5/2018  •  2.501 Palavras (11 Páginas)  •  362 Visualizações

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A França começou a construir uma rodovia ligando Paris com o Mediterrâneo, mas na região de Millau foi encontrado um vale intransponível (pelos conhecimentos da engenharia nos anos de 1980). Sem uma ponte (ou viaduto) transpassando o vale, o único meio de chegar ao litoral no verão era transitando pelas estreitas ruas de Millau, trajeto que acrescentava horas à viagem.

A construção se tornou extremamente necessária quando o prefeito de Millau, Jacques Godfrain, começou a ver noticiários e reportagens colocando em evidencia a falta de estrutura de sua cidade sobre receber turistas e um elevado trânsito. Uma dessas manchetes dizia para os turistas evitarem o Mediterrâneo, no verão, devido ao trânsito caótico da cidade medieval.

Dos primeiros rabiscos do viaduto, em 1987, até a sua conclusão em 2004, muito foi pensado e analisado sobre qual seria a forma ideal de construírem o viaduto. E, nessa primeira etapa, foram analisados quatro projetos.

Durante o governo de François Mitterrand, os estudos preliminares para a construção foram iniciados por órgãos do governo, escritórios técnicos privados e especialistas internacionais. Durante os estudos foram analisados quatro métodos de atravessar o vale:

- Atravessar Millau pelo Leste, em duas pontes acima do Tarn e o Dourbie;

- Atravessar Millau pelo Oeste, a 12 km de distância, sendo necessárias quatro pontes;

- Seguir o trajeto da Route Nationale 09, provendo bom acesso a Millau, porém com um elevado custo, dificuldades técnicas e alta interferência dentro da cidade;

- Atravessar o meio do vale com um único viaduto.

A última opção acabou sendo a escolhida em 1989. Entretanto ainda existiam duas subdivisões: atravessar por uma opção baixa, com uma ponte estaiada cruzando o Tarn, viadutos em curva e túneis; a segunda – e mais desafiadora – um único viaduto atravessando todo o vale.

Após os estudos, apenas em 1993, o governo francês optou por deixar o projeto a encargo de oito escritórios internacionais de engenharia: (Jean Muller International, Setec, Ove Arup, Secoa, Ingerop, Sogelerg com Serf e Structures, Europe Études Gecti, Sofresid) e sete de arquitetura (Sir Norman Foster, Alain Spielmann, Jean Berlottier, Francis Soler, Denis Sloan, Jacques Hondelatte, Philippe Fraleu). A todos escritórios, foram solicitados estudos e opiniões sobre melhorias e possibilidades de construção.

Dos resultados apresentados foram escolhidos cinco projetos. Nessa fase, escritórios de engenharia e arquitetura começaram a trabalhar em paralelo, embora não tenha se tratado de um concurso, ficou decidido que a melhor solução seria escolhida por um júri de 20 membros, entre representantes da região, arquitetos, engenheiros de estruturas ou especialistas de áreas afins, além de membros dos órgãos de governo responsáveis.

Após estudos preliminares e analises do juri, em 1996, foi escolhida a proposta feita pela equipe formada por três escritórios de engenharia (Sogelerg (hoje Thales E&G), Europe Études Gecti (hoje Arcadis), Serf) e pelo escritório do renomado arquiteto inglês Norman Foster. A partir daí equipes se associaram e começaram a trabalhar em cima do projeto desenvolvido por Foster.

2.1 Profissionais e Prêmios

Foram vencedores do júri, em 1996, três escritório de engenharia: Sogelerg (hoje Thales E&G), Europe Études Gecti (hoje Arcadis) e Serf; além do escritório do arquiteto Lord Norman Foster.

2.1.1 Norman Foster

O arquiteto responsável pelo projeto foi Norman Foster, renomado arquiteto inglês, conhecido pelo seu – mundialmente conhecido – estilo ousado de desenhar e pela sua preocupação com o meio ambiente.

Foster, nascido na região de Stockport – Inglaterra, sempre se destacou como um aluno aplicado e interessado pelas questões arquitetônicas da história, principalmente pelas obras de Frank Lloyd, Le Corbusier e Ludwing Mies van der Rohe. Formando pela Universidade de Manchester, graduou-se em 1961. Foster ganhou reconhecimento no início dos anos 1970, como arquiteto líder do movimento high-tech que exerce, até hoje, influencia na arquitetura.

Desde seus primeiros edifícios, seu escritório Foster + Patners, tem tido uma fértil produção, rendendo a Foster dois Prêmios Stirling, um RIBA Golden Medal, um AIA Golden Medal e um título de nobreza, além do aclamado Prêmio Pritzker. Projetos como o Banco de Hong Kong e Shanghai, o Pepino de Londres e a Cidade de Masdar asseguram a Foster um posto de um dos maiores arquitetos do Século XXI.

Figura 1 - Arquiteto Norman Foster

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Fonte: http://www.buzzquotes.com/sir-norman-foster-quotes

2.1.2 Michel Virlogeux

O inovador projeto de Foster apenas foi tirado do papel graças à, principalmente, os empenhos realizados pelo engenheiro, especialista em pontes, Michel Virlogeux.

Graduado em 1967, na Escola Politécnica da França, serviu de 1970 a 1973 na Tunísia, executando e criando projetos de pontes e estradas, ao mesmo tempo em que terminava seu doutorado em Engenharia na Universidade Pierre et Marie Curie.

É membro da Associação Internacional de Pontes e Engenharia Estrutural (IABSE) desde 1974. Premiado diversas vezes, entre os prêmios ganhos estão o “Award of Excellence da Engineering News Records” (1995), a medalha da instituição de Engenheiros Estruturais de Ouro (1979) entre outros.

Figura 2 – Engenheiro Michel Virlogeux

[pic 5]

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3 OBRA

Partidário de uma arquitetura integrada ao entorno, Foster conseguiu transpor para o projeto - apesar de fiel aos esboços dos engenheiros franceses - seus traços minimalistas. Assim, os encontros passaram a se fundir com as encostas, e os gigantescos pilares assumiram um perfil orgânico, como brotados do fundo do vale. O arquiteto introduziu ainda uma leve curva no traçado do tabuleiro, que permite ao motorista, de longe, captar a perspectiva do viaduto e visualizar a cidade de Millau.

O vencedor da concessão, o grupo Eiffage (mesmo da Torre Eiffel), tinha propostas para construir a ponte tanto com aço quanto com concreto. A opção

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