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Palma, Milho e Cana

Por:   •  20/11/2018  •  5.721 Palavras (23 Páginas)  •  262 Visualizações

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A palma apresenta uma boa digestibilidade pelos ruminantes, sendo uma alternativa de forragem durante as estiagens nas regiões sujeitas a esta situação climática, nos Estados Unidos da América, México, África do Sul, Austrália e Nordeste do Brasil. Embora adaptável a estes lugares, suas qualidades nutritivas são inferiores às de outras forrageiras, como sorgo, capim-elefante e milho, por exemplo.

Seus valores nutricionais são, em média: matéria seca 6,38%; proteína bruta (11,44%), com altos valores de extrato etéreo e carboidratos não-estruturais, observando-se ainda matéria mineral. As raquetes possuem, segundo pesquisas, valor nutricional similar à silagem de milho.

2.1 Plantio e Manejo

A palma responde positivamente à melhoria nas práticas de cultivo.Portanto, quanto mais adequado for o seu manejo, maior será a suaprodução.Para o preparo do solo, é recomendadoaração, subsolagem, gradagem e profundidade dos sulcos de aproximadamente 20 cm. Deste modo o espaçamento a ser usado é variável com a fertilidade do solo, a quantidade de chuva , o número de plantas que sedeseja por hectare e do uso isolado ou consorciado do campo. É importante enfatizar que a situação ideal de espaçamento é aquela em que a maior parte da luminosidade atinja asraquetes, sem haver sombreamento das mesmas

O plantio é realizado por meio de cladódios (raquetes) que são dispostosverticalmente. As raquetes para o plantio devem ser grandes esadias, sem qualquer mancha e que já tenham emitido ou devem esta próximas de emitirem seus brotos. As raquetes com dois a três anosde idade são as mais adequadas para o plantio.

O plantio deve ocorrer pelo menos um mês antes do início da estação chuvosa, para evitar o apodrecimento das raquetes pelo contato com o solo úmido (SANTOS et al., 2006). Outro cuidado para garantir a brotação das raquetes é o chamado período de cura. Antes do plantio, as raquetes deverão permanecer por 15 dias na sombra para perder o excesso de umidade, permitir a cicatrização das injúrias ocorridas no corte e, assim, diminuir as possibilidades de incidência de doenças. Depois desse período, poderão ser enterradas pela metade ou 2/3, favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular.

Diante disso, o controle de plantas daninhas será necessário porque a palma apresentabaixo índice de área de cladódios. Omanejo é feito por capina, sem profundidade para não danificar osistema radicular superficial da palma, ou com o uso de herbicida.

O manejo integrado de pragas deve ser adotado sempre que detectarpresença de insetos, principalmente as cochonilhas. Pode-se usarcontrole químico, biológico e mecânico, eliminando plantas infestadase evitando que a praga se alastre pelo palmal. As colchonilhas são asmaiores causadoras de danos, mas outros insetos como formigas,caramujos e roedores podem danificar as plantas.

As principais doenças encontradas nos palmais são causadas porfungos e bactérias oportunistas. Após ataque de insetos, as plantasapresentam orifícios por onde entram os micro-organismos causadoresde podridões. Outro momento crucial é oplantio, evitando épocas chuvosas, que são mais propícias ao apodrecimentodas raquetes.

Embora possa parecer inapropriada, a irrigação de uma cultura xerófilade reconhecida adaptação ao semiárido e inviáveis os altos custos deimplantação da tecnologia, os resultados preliminares obtidos podemser considerados revolucionários em termos de oportunidades emáreas super adensadas.

A colheita se inicia 1,5 a 2 anos após o plantio, dependendo doespaçamento e das condições de clima e solo. É realizada manualmente,como forma de preservar o palmal. Embora haja custo com mão deobra, essa é a forma recomendada de colheita,porque o pastejo direto danifica muito as plantas.

Entretanto, outra forma de aumentar a longevidade do palmal é efetuar colheitas bienais, deixando o artículo secundário. Isso, deve-se a um maior índice deárea de cladódio remanescente após a colheita, o que possibilita àsplantas maior eficiência fotossintética. Se deixar apenas os artículosprimários, a colheita deverá ocorrer de quatro em quatro anos.

Após colhida, a palma pode ser utilizada de imediato ou mantida àsombra até 16 dias, para ser fornecida aos animais, sem que hajaperda do valor nutritivo, representando uma redução dos custos comcolheita e transporte.

2.2 Utilização da Palma como Forragem

A palma forrageira é um recurso alimentar estratégico para as regiõesáridas e semiáridas do Nordeste brasileiro, já que é uma cultura queapresenta aspecto fisiológico especial, suportando prolongadosperíodos de estiagem. Tem maior expressão decultivo na área de pecuária leiteira do semiárido, sendo consideradoum excelente alimento energético. Sua composição química varia de acordo com a espécie, a idade do artículo, a época do ano, o espaçamento e a adubação. Comumente é usada para compor a dieta substituindo parcialmente forragens tradicionais. O melhor resultado é obtido na mistura a alimentos concentrado, considerando a importânciada sincronização de energia e proteína para um melhor aproveitamentodos nutrientes e, consequentemente, do desempenho animal.

Portanto, cabe ressaltar que o alto teor de água da palma é uma formaindireta de promover o maior consumo de água na dieta, fator importantepara a criação de animais em regiões áridas e semiáridas. Vale ressaltar que numa região onde a água é um elemento escasso e muitas vezes de péssima qualidade, tal característica deve ser enquadrada entreos aspectos positivos da forrageira.

A palma forrageira é rica em carboidratos não fibrosos (61,79%) enutrientes digestíveis totais (62%). Porém, apresenta baixos teores dematéria seca (11,7%), proteína bruta (4,8%), fibra em detergente neutro -FDN (26,87%), fibra em detergente ácido - FDA (18,9%) e teores consideráveisde matéria mineral (12,04%). Igualmente, recomenda-se sua associaçãoa fontes proteicas e outros volumosos.

A presença de palma na dieta, substituindo em parte capins e grãos,aumenta a palatabilidade e a ingestão, favorece o aproveitamento dosnutrientes,além de reduzir os custos da ração. Porém, não serecomenda a substituição total dos volumosos por palma.

O uso de plantas adaptadas, como a palma forrageira, para compor adieta animal é uma importante alternativa alimentar para criação deruminantes na região semiárida sem perda do desempenho animal.

Embora no Brasil a palma tenha uso quase exclusivo para forragem,vale mencionar que o gênero

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