Plano de produção de milho de variedade Matuba
Por: Jose.Nascimento • 29/11/2017 • 3.568 Palavras (15 Páginas) • 3.576 Visualizações
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2.3. Área cultivada
No concernente ao uso da terra pode-se afirmar que o distrito de Chókwè é basicamente agrário, com uma área agrícola que ronda os 80 000 ha que são explorados por dois tipos de agricultura, nomeadamente a de irrigação e de sequeiro (FERRO, 2005, citado por CAMBAZA, 2007).
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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Descrição e origem do milho
O milho é uma cultura muito importante em Moçambique, é a primeira em termos de números de pequenos produtores, área cultivada e produção de energia para o trabalho. Junto com a mandioca e batata-doce, o milho é uma das três culturas básicas no nosso país, ocupando cerca de um terço da área total cultivada (SÁNCHEZ et al., 2011).
Segundo OLIVEIRA (1987), o milho (Zea mays L.) é uma planta anual, da família das gramíneas, com interesse agrícola na alimentação humana (grão) e na dos animais (parte aérea). É provavelmente originário da América, tendo sido primeiramente cultivado no México. A planta possui espiguetas masculinas com duas flores reunidas numa grande panícula terminal (bandeira) e espiguetas femininas com uma flor em espigas axilares de eixo carnudo (maçaroca), envolvidas por grandes brácteas (camisas). Possui um estilete único prolongado em estigma forma um conjunto muito alongado (barbas). O ciclo da cultura vária de 80 a 150 dias. Os tipos de híbridos cultivados são simples, duplo e trilíneo, podendo ter geralmente o grão branco a amarelo e serem dentados ou redondos.
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Classificação Taxionómica
Segundo RESENDE (1999), a classificação taxonómica de milho é:
Reino: plantae Filo: Angiospermica Classe: Monocotilodenea Ordem: Graminae, Família: Graminaceae Género: Zea Espécie: Zea mays L.
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Características da planta de milho
A planta de milho chega a atingir uma altura de 2.5 metros, embora haja variedades bem mais baixas, o caule tem aparência de bambú e as juntas estão geralmente a 50 centímetros de distância umas das outras; a fixação da raiz é relativamente fraca, a espiga é cilindra, e costuma nascer na metade da altura da planta (Purseglove, 1985).
Os grãos são do tamanho de ervilhas e estão dispostos em fileiras regulares presas no sabugo, que formam espigas. Eles tem dimensões, peso e textura variáveis; cada espiga contem de duzentos a quatrocentos grãos. Dependendo da espécie, os grãos tem cores variadas, podem ser amarelos, brancos, vermelhos, azuis ou marrons. O núcleo de semente tem um pericarpo que é utilizado como revestimento (Purseglove, 1985). O grão de milho denomina-se de cariopse ou cariópside, e é composto por duas partes essenciais: o embrião que da origem a fruta e o endosperma ou albúmen o qual constitui a reserva nutritiva do embrião (Dennis, 1983).
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Solos
Em termos de solos, as características físicas mais importantes que, isoladas ou em conjunto, servirão para orientar a escolha de um solo adequado para a cultura de milho são: textura, profundidade efetiva e relevo (EMBRAPA, 2009).
Solos de textura média, com teores de argila em torno de 30-35% ou mesmo argilosos com boa estrutura, como os latossolos, que possibilitam drenagem adequada, apresentam boa capacidade de retenção de água e de nutrientes disponíveis para as plantas, são os mais recomendados para a cultura do milho (EMBRAPA, 2009).
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Temperatura
A temperatura óptima para o desenvolvimento do milho oscila entre 24-30°C, desde a emergência até a floração e de espigamento a colheita não há muito efeito de temperatura, mas se for abaixo de 15°C ocorre retardamento da maturação, germinação é afectada por temperaturas abaixo de 10°C. O período de florescimento e maturação é acelerado em temperaturas médias diárias de 26°C e retardada abaixo de 15,5°C (MUNDSTOCK, 1995).
3.6. Pragas, doenças, infestantes e controlo
3.6.1. Pragas
3.6.1.1. Sintomas de cada praga da cultura de milho
Segundo SEGEREN et al., (1994), as pragas mais frequentes que atacam a cultura de milho em Moçambique, são:
Lagarta-invasora (Spodoptera exempta)
São encontrados no solo, na vizinhança das raízes das plantas. Comem a parte enterrada do caule e as vezes cortam-no logo depois da germinação. As plantas atacadas murcham.
Roscas (Agrotis spp.)
As plantas são cortadas pelo caule ao nível da terra e acamam. As raízes carnudas são roídas, provocando a morte das plantas.
Brocas (Chilo partellus e Sesamia calamistis)
As plantas atacadas apresentam furos pequenos nas folhas (janelinhas) e as lagartas pequenas podem ser vistas no funil da planta. As pequenas lagartas da primeira e segunda geração penetram no colmo. As plantas novas quando gravemente atacadas, mostram algumas semanas depois a parte central (funil) morta, e forma rebentos não-produtivos. As plantas infestadas pela broca-rosada-do-colmo mostram uma distorção das folhas e estas ficam curtas.
Térmites (Isoptera)
Estes insectos provocam acama das plantas crescidas, quase maduras. Os caules quebram pouco acima do nível do solo. Algumas espécies revestem o pé da planta com terra, outras não provocam sintomas exteriores.
Escaravelho preto (Heteronychus spp.)
São encontrados no solo, na vizinhança das raízes das plantas, comem a parte da planta enterrada do caule e as vezes cortam/no logo depois da germinação. As plantas atacadas murcham.
Rato-do-campo (Praomys natalensis)
O rato-do-campo ataca as sementes logo depois da sementeira, as plantinhas a seguir à emergência e na época da maturação ataca as maçarocas.
3.6.1.2. Controlo de cada praga da cultura de milho
Segundo
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