Necessidades, agroecologia e desenvolvimento sustentável

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Segundo Veiga (2006)[1] existem pelos menos duas grandes dimensões da globalização contemporânea que atuam de forma cruzada sobre os destinos das áreas rurais. A dimensão econômica, que envolve as cadeias produtivas, o comércio e os fluxos financeiros, e simultaneamente a ambiental, que envolve tanto as bases das civilidades naturais quanto várias fontes de energia e biodiversidade. A dimensão ambiental da globalização age para tornar as áreas rurais cada vez mais valiosas à qualidade de vida, pela ação da conservação do patrimônio natural, aproveitamento econômico das decorrentes amenidades, e exploração de novas fontes de energia.

O Informe Brudtland elaborado pela Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD, 1988), estabelece o desenvolvimento rural sustentável como método oficial para corrigir os efeitos da crise econômica, com o slogan “que satisfaz as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazer suas próprias necessidades”. Entretanto, aqui a questão de necessidades é vaga e ampla, e a critica também abrange a falta de rigor e ordenamento na analise das causas que estão provocando a atual crise ecológica.

O desenvolvimento rural sustentável, na opinião de Casado, Molina e Guzman (2000), a questão que invalida o conceito oficial é a ação da agricultura industrial, pois o manejo destas dos recursos naturais é incompatível com o conceito de sustentabilidade ecológica, pois transforma os ciclos naturais e processos biológicos. Para eles, somente o manjo dos recursos naturais com uso de tecnologias agroecológicas pode permitir uma sustentabilidade ecológica. O problema seria que a aceitação do uso da tecnologia gerada nos países industrializados como solução dos problemas sociais, ecológicos e ambientais do planeta, quando na realidade estes problemas seriam consequências do uso destas tecnologias. A questão central seria então, modificar o modelo produtivo vigente, com ênfase na redistribuição das riquezas existentes, diminuindo o enfoque no crescimento econômico.

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