O DESENVOLVIMENTO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA AMÉRICA LATINA

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A partir disso, foi criado um padrão mínimo educacional para as escolas de terapia ocupacional, que foi implantado no mundo todo.

2 A TERAPIA OCUPACIONAL E A AMÉRICA LATINA

A Terapia Ocupacional começou a desenvolver-se na América Latina a partir da década de 1950, com influência de países pioneiros, como os Estados Unidos e a Inglaterra, tomando assim seus fundamentos teóricos e filosóficos como base. A profissão foi introduzida com o contexto do tratamento moral no âmbito de saúde mental e a reabilitação física devido aos fatores de soldados feridos em guerra. Ao decorrer do tempo, com a aquisição de conhecimentos mais profundos, adaptação ao contexto social e uma maior maturidade profissional, os países latino-americanos foram adquirindo conhecimentos próprios e adequando suas práticas à sua realidade. Segundo Bianchi

A profissão chega à América Latina em resposta pelas demandas produzidas pela implementação das políticas de seguridade social, pela emergência em sanar os efeitos ocasionados com a epidemia de poliomielite e pelo tratamento e reabilitação dos acidentados no trabalho industriário, recém inaugurado no continente (BIANCHI, 2016).

As primeiras escolas de Terapia Ocupacional foram criadas na Argentina, no Brasil e na Venezuela no final da década de 1950, e no início da década de 1960, no Chile e na Colômbia. Previamente, reportavam-se cursos de Terapia Ocupacional na Guatemala, no México e no Peru, onde, a educação formal desses países foi atribuída posteriormente.

Os anos de 1980 foram considerados marcantes para a profissão, com a reconfiguração da maioria dos programas para nível superior e incorporação de pesquisas investigativas como requisito para a conclusão do curso. E, por conseguinte o mesmo período associando-se com o início da década de 1990 coincidindo com a democratização das nações latino-americanas. Bianchi afirma “no que diz respeito ao desenvolvimento da terapia ocupacional na América Latina quanto à educação, prática profissional, produção de conhecimento e organização de conferências.” (BIANCHI, 2016).

Diante de todas as perspectivas de vulnerabilidade social em diversos países latino-americanos, os fundamentos teóricos que dão base à Terapia Ocupacional prevaleceram. Pela implementação de todos os requisitos da WFOT, que estabeleceu um padrão mínimo educacional a ser seguido em todos os países do mundo.

2.1 ARGENTINA

Após um golpe no sistema político, nos anos de 1950, a Terapia Ocupacional surge na Argentina. Sua principal influência se dá por um grave surto de poliomielite ocorrida no país, deixando muitas pessoas com sequelas no sistema neuromotor, resultando em incapacidades físicas e problemas na inserção social nos âmbitos de vida cotidiana.

2.2 CHILE

O desenvolvimento da Terapia Ocupacional na Argentina influenciou a introdução da profissão em muitos países da região, dentre eles, o Chile. No país deu-se também um grave surto de poliomielite como uma das principais influências da implantação da profissão. Além desse contexto, a Terapia Ocupacional veio para abarcar diversas problemáticas culturais, políticas e econômicas do país.

2.3 COLÔMBIA

Em 1966, originou-se na Colômbia o programa de formação em Terapia Ocupacional, na Universidad Nacional de Colômbia. Porém há indícios da já existência de terapeutas ocupacionais antes do nascimento do curso. O início da profissão no país foi marcado pela reabilitação em ambientes institucionalizados, no enfoque na área de disfunções físicas e no tratamento de pacientes psiquiátricos. Ao decorrer dos anos, com todo o contexto social foi impulsionado o trabalho profissional também em outros âmbitos, ampliando assim a perspectiva da profissão no país.

2.4 CUBA

Devido à proximidade com os países do norte, o país já mostrava um desenvolvimento relativo com a Terapia Ocupacional, mas com a Revolução Cubana, em 1959, grande parte dos profissionais abandonou o país. Posteriormente, em 1972, terapeutas ocupacionais do México e da Colômbia trabalharam na formação técnico-profissional de novos profissionais, que assumiram a formação de novos grupos. A profissão no país se desenvolveu através dos programas de intervenção no Hospital Psiquiátrico de Havana.

2.5 MÉXICO

Não há informações para categorizar o surgimento da Terapia Ocupacional no México. Sabe-se apenas que a prestação de serviços da profissão naquele país se iniciou em 1955 com profissionais vindos de outros países para tratar os agravamentos causados pelo surto de poliomielite. No México, a Terapia Ocupacional foi regulamentada como profissão em 1975.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Terapia Ocupacional latino-americana tem como objetivo na atualidade de “repensar formas de promover inclusão social, justiça, cidadania, fortalecimento das redes sociais de suporte para a efetiva melhora na qualidade de vida e bem estar psico, físico e social dos sujeitos” (BIANCHI, 2016).

Diante de diversos fatores, podemos chegar a uma perspectiva sobre a fragilidade em que a Terapia Ocupacional vem abrandar com seus meios de habilitação e reabilitação. Sendo difundidas, aos poucos, suas práticas pelo mundo inteiro, criando raízes sólidas e possibilidades de enriquecimento dasua filosofia, teorização e posteriormente das habilidades profissionais. Foi implantada na América Latina diante de conceitos não apenas de saúde pública, mas também sócio-políticos e econômicos. Devemos considerar que, mesmo havendo uma linguagem a ser impressa, uma maneira de a Terapia Ocupacional ser efetivada em cada país citado – e, não obstante, nos também não citados – a profissão se adéqua a cada realidade e flui de acordo com o meio em que está situada.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIANCHI, P. C., (2016) A Terapia Ocupacional na América Latina. In: BIANCHI P. C Terapia Ocupacional e a Questão Social: Retratos da Formação Graduada a Partir de Um Recorte Latino-Americano.

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