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Vivencia de Um Psicoterapeuta

Por:   •  19/4/2018  •  3.147 Palavras (13 Páginas)  •  351 Visualizações

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O paciente tem uma concepção que o terapeuta vai dar conta dos seus problemas. O ser humano sempre acha que o outro sempre vai dar conta dele. No decorrer da terapia isso vai mudando, o terapeuta tem que ir mostrando para o paciente que a relação não é isso. Ele vai trabalhando com o paciente, ensinando ele a caminhar sozinho. Mas para isso o terapeuta tem que estar seguro de si, tem que saber aonde ele quer ir com aquele paciente, qual o método que ele utilizará com ele. (CARDELLA, 2002)

A psicoterapia tem como finalidade ampliar a percepção e consciência do paciente, de tal modo que o mesmo reflita sobre as razões que coloca onde ele está. Segundo Ribeiro (2013) esse é um processo difícil de se alcançar pois o paciente muitas das vezes inconscientemente o paciente ignora o caminho a ser seguido mesmo sabendo qual direção deve tomar. Nesse sentido o psicoterapeuta pode utilizar da técnica de interpretação ou tradução das emoções, que faz com que o paciente tenha domínio de suas emoções clareando suas defesas (RIBEIRO, 2013).

As vezes o terapeuta pode se sentir angustiado nessa caminhada terapêutica, mostrando insegurança e frieza ao seu paciente na hora da acolhida, isso pode trazer ao paciente uma certa estranheza, quando o terapeuta tem dificuldade de se envolver com o outro profissionalmente.

Ribeiro (2013) nos traz que o psicoterapeuta deve se conhecer, saber lidar consigo mesmo, para então poder lidar com o outro, por isso, é indispensável que o psicoterapeuta passe por analise psicoterápico para poder entrar no mundo do outro. E também para que o psicoterapeuta possa colocar em pratica sua atitude analítica a fim de ajudar o paciente a fazer a tradução efetiva e emocional, de modo que o mesmo viva intensamente o presente. Por isso cabe ao terapeuta estar bem preparado para a acolhida, ele pode até sentir raiva e compaixão, vontade de sair da sala, mas tem que saber suportar aquilo, as identificações, para não se envolver demais com o problema do paciente, tem que tomar muito cuidado com isso, pois se ele não dá conta tem que procurar ajuda ou passar para outro profissional. Ficar angustiado na hora que o paciente sai da sala é natural, mas permanecer a muito tempo na angustia já é o momento de procurar ajuda, pois ele tem que ter saúde, ele é o seu próprio instrumento de trabalho.

O terapeuta tem que ser fidedigno, ser verdadeiro para com o paciente, permitir que ele também seja verdadeiro, pedir para que ele discuta a relação entre terapeuta e paciente, falar como está sendo essa relação, tem que pensar se será capaz de ter uma atitude positiva para com o outro, atitude de calor e afeição, interesse e respeito. Verificar se o outro ressoa nele o afeto que é a dinâmica de uma relação. Pois para haver uma relação tem que haver o afeto, é um dos pressupostos básicos. O terapeuta não prepara a psicoterapia a partir dele, mas a partir da demanda do outro.

O paciente chega perdido e o terapeuta tem que estar pronto para ouvir o outro, o paciente pode viajar contar casos, e o terapeuta tem que presenciar tudo isso, ele não pode se fechar, tem que estar inteiramente presente naquele momento, se abrir para esse outro, ser presença é essencial para o amadurecimento da relação. Fazer com que esse outro se aproprie da sua própria realidade, para se reconstruir, vai trazer ele para perto de si mesmo, como se o sujeito estivesse se olhando no espelho. (CARDELLA, 2002)

O terapeuta tem que entrar no íntimo do sujeito aceitá-lo em sua condição. Para isso o terapeuta deve fazer epoqué, elevar seus pensamentos críticos, seus julgamentos sobre esse ser humano e compreende-lo na sua complexidade. Não deve o terapeuta ficar preso no seu eu. Tem que acreditar naquela pessoa, na capacidade que ela tem. O que rege o processo psicoterápico é a emoção havendo grandes chances de transformação. Cabe ao terapeuta também impor condições na terapia para o paciente, como horário, pagamento, ensinar o paciente a ter limites. Não permitir que o paciente o chame a qualquer momento do dia ou a qual quer hora, seja por telefone ou por aplicativo de celulares, mas tudo isso tem que ser imposto com delicadeza. (CARDELLA, 2002)

O terapeuta tem que ganhar a confiança do paciente, tem que ter transferência e contratransferência, o paciente tem que ter liberdade de se abrir com o terapeuta. Para isso o terapeuta deve ter muita habilidade em acolher, em aprimorar essas habilidades e adquirir novas habilidades. Temos que ter uma boa formação humana, temos que ter um amadurecimento muito grande. Disponibilizar-se ao outro, ter interesse e atenção. Aprontar-se fisicamente. Como eu vou me vestir, qual maquiagem usar, sapatos. Que imagem eu estou passando para o outro. Não mostrar muita sexualidade ao se vestir, simplicidade demais pode ser confundida com desleixo. Preparar o ambiente para receber o seu paciente. Organizar a limpeza do ambiente, a conservação, decoração, isso também diz do terapeuta. O terapeuta deve acolher oferecer refúgio, proteção, conforto físico, abrigar o paciente e o sigilo é o essêncial para que o paciente possa se abrir.

Cordioli (2008) enfatiza que o terapeuta ajuda o paciente a se responsabilizar por seus sentimentos e por suas escolhas. Responsabilizar é ter consciência do que está acontecendo com sigo próprio e com o próximo, reconhecendo assim sua parcela no que está acontecendo e se posicionar diante disso.

Segundo Cordioli (2008) a forma com que o terapeuta responde ao paciente é muito importante, nem sempre a escuta vai lhe cobrar uma resposta, o psicoterapeuta pode responder ao paciente através do silencio e fazê-lo refletir sobre. O outro sinaliza a hora que irá responder e o profissional devem seleciona em sua fala o que realmente interessa para a sessão. Saber o momento de falar e de ficar em silencio é indispensável, dar espaço para o outro se manifesta é primordial. (CORDIOLI, 2008)

O psicoterapeuta deve se apoiar no Código de Ética profissional de Psicólogo no Art. 9°- “É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade , a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional” visando resguardar o paciente.

Beck (1997) nos traz a importância do terapeuta fazer uma entrevista com habilidade extraindo todas as informações essências. Na primeira sessão não seria possível um diagnóstico fechado. Isso envolveria todo um contexto do paciente, questões familiares, trabalho e etc. E no momento, o mais importante que o diagnóstico, é as questões existentes do paciente, suas angústias, emoções, sentimentos e tudo que envolve suas relações

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