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Transcrição entrevista sobre TCC

Por:   •  4/5/2018  •  2.141 Palavras (9 Páginas)  •  571 Visualizações

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‘’Você costuma usar algum instrumento para tratar essas crenças disfuncionais?’’ Não, é que assim, a TCC tem muita técnica, muitos protocolos, mas a gente não fica só usando técnicas. A gente adapta a técnica ao paciente, e não o paciente a técnica. Então vamos imaginar: a pessoa, para ela compreender a crença, a gente vai explicando de onde começou, agora para ela re-significar essa crença, a gente pode fazer, então vamos imaginar, a pessoa fala ‘’tudo que eu faço, dá errado’’, então pode ser no questionamento: ‘’ah, todas as coisas que você faz não dá certo? Então você chegou na faculdade fazendo tudo errado?’’, ‘’Não, não foi bem assim’’. Então a pessoa começa a se questionar, e começar a re-elaborar outras coisas ali na sua vida. Com criança também a gente trabalha essa re-estruturação cognitiva, aí da forma mais lúdica. Um exemplo: o paciente que eu atendo ele estava assim muito nervoso de ir pra escola, de 8/9 anos, e porque a professora toda aula chamava alguém para ler na frente e eles tinham sido recém-alfabetizados, naquela leitura que ainda engasga. Imagina para a criança? Morre de vergonha né? Vão rir de mim, e desencadeia um monte de coisa. Aí ela não queria ir para a escola por causa disso, e a mãe falava que estava com dor de cabeça, até febre emocional, só para não ir. E aí eu fui e perguntei ‘’ Como chama o seu melhor amigo da escola?’’ Aí ela foi e falou o nome do fulaninho e perguntei ‘’ Quando ele tem que apresentar também, quando ele tem que ler lá na frente, porque a professora chama todo mundo da sala, o que você acha que passa na cabeça dele?’’ ‘’ Ah, eu acho que ele fica com vergonha, com medo de errar, todo mundo rir dele e achar que ele é burro, que ele ainda não sabe ler direito’’, ‘’Pois é, você é melhor amigo dele né? ‘’, ‘’Pois é ‘’, ‘’ O que você poderia falar pra ele nessa hora para ele ficar mais calmo?’’ , ‘’Ah cara, não fica nervoso não, tá todo mundo igual, a gente ainda não sabe ler direito, fica tranquilo, todo mundo aqui é amigo’’ Aí ele ‘’Olha, vou usar isso, também vou fazer isso comigo’’. Então, essas descobertas guiadas, então a gente estimula, a gente provoca, para a pessoa poder reagir.

‘’Essa parte do diagnóstico, para a pessoa saber porque ela tem essa atitude por determinado modo que ela vive. Assim, pelas coisas que ela viveu, pelas atitudes. Isso acontece tipo, em uma entrevista de uma sessão, duas ou é uma coisa rápida, demorada.’’ Não, pode ser até que a gente, com essa folha aqui fica mais fácil, esse aqui é um diagrama que a gente chama de ‘’Conceituação Cognitiva’’, isso aqui é o seguinte, isso aqui é usado no mundo inteiro, a gente começa a preencher ele daqui para baixo, que são oque? Isso aqui são situações que a pessoa trás, do dia a dia, ‘’Meu namorado viu/leu minha mensagem no whatsapp, demorou uma hora para me responder, tenho certeza que ele está com outra, ele vai terminar comigo.’’ Aí o cara liga, responde, ela já vai com agressividade, enfim, um exemplo. Situação: Namorado visualizou e não respondeu. Aí aqui tem ‘’Pensamento Automático’’, o que é que passou na sua cabeça na hora? ‘’Ah, que ele tá com outra, que ele não gosta de mim.’’. ‘’Significado do pensamento’’, o que é que esse pensamento significa, como é que você interpreta esse pensamento ‘’que eu vou ser abandonada, assim como todo namorado me dá um pé na bunda, ele também vai me dar’’. ‘’Emoção’’ – ‘’ansiedade, tristeza, de repente raiva.’’. ‘’Comportamento’’ ‘’ Ah, vou sair também hoje a noite e ficar com outro’’. Um exemplo, então, o que é que a gente faz, a gente pega várias situações que o paciente trás e faz esse mesmo processo, e no primeiro momento, a gente mostra para o paciente que não é o fato do cara visualizar que deixa ela com raiva e ansiosa, mas sim como ela interpreta aquilo, que é o significado do pensamento, então nesse conjunto de situações, não são só essas três, a gente faz isso um monte de vezes, com o paciente, então daqui o significado do pensamento, leva direto a crença central, então acaba que a pessoa tem um padrão de resposta, do que aquilo significa na sua vida. Porque a crença é o que? É como se a pessoa usasse uns óculos, pode ser cada um de um, os amores, os valores e amparo, a pessoa só consegue enxergar o mundo daquele jeito, ela não consegue ver de outro. Só que daquele jeito tá distorcido, e ela não consegue se dar conta, ela cresceu construindo esses óculos. Até na terapia, para mostrar isso para o paciente, eu até levo aqueles óculos coloridos de festa. ‘’Ah, você está vendo tudo azul, tá errado? Não, a lente é azul, como você vai ver de outra cor?’’. Então na terapia, a gente vai aprender formas mais funcionais de interpretar cada situação. E a gente coloca dessa para o paciente. E aqui a gente tem ‘’ Dados relevantes da infância’’, muita gente acha que na TCC a gente não considera o passado, o que é um erro muito grave, considera muito, o tempo inteiro, então o que aconteceu na infância desse paciente, para ele responder da forma que ele responde hoje. De repente um pai rígido, um pai que comparava o paciente com o irmão mais velho o tempo inteiro, ou uma família que não demonstrava tanto afeto, ou algum trauma que pode ter acontecido aqui, uma mudança de casa, morte de um familiar, enfim, várias coisas. Tem alguma coisa aqui que influenciou a crença ou o transtorno que essa pessoa apresenta, de repente a pessoa está com depressão, a família também tá com algum problema, ou alguma pessoa da família também está com depressão. Depois vem ‘’Crença Nuclear e Pressupostos e Regras’’ O que é que acontece, a pessoa tem essa crença, vamos imaginar, essa menina que acha que vai ser abandonada, para ela lidar com esse namorado, com essa crença, ela sofre. Que aquilo está disfuncional, mas pesado na vida dela, então acaba que a pessoa cria alguns pressupostos e regras, seria o que? ‘’Se meu namorado realmente gosta de mim, então ele deve, tem que responder

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