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Resumo das Ideias de Karl Popper

Por:   •  18/12/2018  •  1.671 Palavras (7 Páginas)  •  260 Visualizações

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2.1. O PROBLEMA DA INDUÇÃO

A principal característica da ciência empirista era o fato de empregarem os chamados “métodos indutivos”, separados em indução repetitiva ou por enumeração, que consiste em conduzir enunciados particulares, elaborados por meio de observações frequentemente repetidas, para um enunciado universal, e indução por eliminação, que afirmava que eliminando todas as teorias falsas, poderia se chegar na verdadeira. Após tal análise, procurando a justificativa das inferências indutivas e suas condições, Popper apresenta o problema da indução, ao afirmar que ambas não possuem raciocínio válido para produzir conhecimento científico. Para ele, do ponto de vista lógico, não há nada que justifique inferir assertivas universais a partir de singulares, por mais numerosas essas sejam, ou seja, não é possível saber com certeza acerca de acontecimento algum no futuro com base nas repetições do passado. Sendo assim, Popper afirma que qualquer conclusão tirada desse modo pode revelar-se falsa, e comenta que a confiança em eventos empíricos deve-se a psicologia do conhecimento, e não a lógica do conhecimento.

Ele também atacava a questão da indução a partir de que tal princípio é uma proposição analítica (tautológica) ou uma assertiva sintética (empírica), afirmando que não existe algo como um princípio de indução puramente lógico, caso contrário, não existiria nenhum problema de indução, porque nesse caso todas as inferências indutivas deveriam ser consideradas como transformações puramente lógicas ou tautológicas.

3. A IDEIA DE TÁBULA PLENA E APRESENTAÇÃO DE PROBLEMAS

Além da questão do problema indutivo, Popper contestava a ideia de mente como “tábula rasa”, desenvolvida por John Locke, no século XVII, na tese epistemológica empirista, a qual considera que todos nascem sem conhecimento algum, desconsiderando a existência de ideia inatas, ou seja, ideias que antecedem a experiência. Logo, a mente seria como uma “folha em branco”, onde todo conhecimento advém da experiência. Popper afirma que não é possível existir uma mente desprovida de pressupostos, de hipóteses, problemas e suspeitas, considerando o observativismo um mito filosófico. Nesse contexto, traz a ideia de “tabula plena”, sendo esta a realidade de que a mente humana sempre será cheia de sinais que a tradição ou a evolução cultural deixam escritos. Assim, até mesmo as observações são orientadas por expectativas teóricas, pois todo experimento ou prova pressupõe sempre “algo” a experimentar ou a comprovar, sendo esse as hipóteses que são levantadas para resolver os problemas. Para Popper, sempre se opera com teorias, ainda mesmo que não se tenha consciência disso. Com isso, os problemas tornam-se o ponto de partida das pesquisas científicas, substituindo o principio de verificação, utilizado pelos neopositivistas. Sendo esse problema, para Popper, o choque de expectativas (hipóteses ou preconceitos) com outra expectativa ou com um pedaço de realidade (fatos).

4. CRITÉRIO DA FALSEABILIDADE PARA DEMARCAÇÃO DA CIÊNCIA

Iniciando de fato o desenvolvimento do seu método, levando em consideração a falha do método indutivo e sua concepção de problemas, Popper alega que, ao localizar tais problemas, deve-se buscar precisamente suas soluções. Um ponto essencial para tal resolução, é uma imaginação criadora de hipóteses, ou seja, criatividade dando ideias inovadoras para boas soluções dos problemas. Para dar prosseguimento e validar a pesquisa, as ideias, e estas, aptas de brotar de diversos lugares diferentes, seja metafísico ou até mesmo em sonhos, devem ser comprovações dos enunciados, executando assim uma teoria científica, passando por todas as etapas do método de Popper. Esse raciocínio consiste no critério da falseabilidade. Deste modo, esse critério é dado ao extrair consequências das hipóteses e ver se tais consequências se confirmam ou não. Se elas ocorrem, segundo Popper, elas se encontram temporariamente confirmadas, ou seja, resistir aos testes, por mais severos que esses sejam, não significa que a teoria foi provada, é verdadeira, e sim que ela foi bem corroborada. Se, ao contrário, pelo menos uma consequência não ocorre, essa hipótese é falsificada. Quando falsificada, deve-se buscar novas hipóteses (aplicando a questão da criatividade e inovação), que devem explicar o que a anterior explicava, só que de uma forma melhor, mais simples, e que mostrasse novos aspectos. Dessa forma, não se exclui a teoria dada anteriormente, e sim aproveita a mesma e a aperfeiçoa, caminhando para o progresso em relação a ideia anterior. Assim, Popper prova porque todo enunciado científico deve ser falsificável, pois, ao submeter os enunciados a esse critério, localizando as consequências, e confirmando-as, você vai o colocando em cheque e sempre o comprovando, provando que o mesmo é científico, destacando-se que, para ele, isso é temporário, e deve-se continuar a verificação, pois quanto mais verificável, menos refutável. E, afirma também que quanto maior a falha, maior o aperfeiçoamento de uma teoria. Deve-se destacar novamente que Popper não exclui o fato que uma hipótese metafisica de hoje possa se tornar científica amanhã, como já ocorreu anteriormente na história. É com base então nessa assimetria lógica que Popper fixa a ordem metodológica da falsificação, apresentando um novo posicionamento perante uma falha, ou um problema, mostrando que esses são na verdade objetos de progresso científico, e mudando o critério de demarcação do que é, ou não, ciência. Desse modo, a epistemologia de Popper reflete a força do erro.

4.1. REFLEXO DE SUAS IDEIAS NA DEFESA DO ESTADO ABERTO

Levando em conta a importância da aplicabilidade de sua ciência, tal visão, extremamente inovadora para época, fica clara na defesa de Popper ao Estado aberto, pregando a liberdade e a justiça como principais constituintes de ideais humanitários, vindo a liberdade antes da justiça, já que, mediante a crítica intensa e reformas sucessivas, também se poderá caminhar para a justiça. Logo, em um sociedade fechada, ou seja, um Estado totalitário, onde não é possível a crítica, a justiça não pode ser alcançada, mostrando o posicionamento de contrário de Karl Popper as teorias de pensadores como Platão, Hegel e Marx, pensadores influentes na elaboração de conceitos impossibilitavam a liberdade crítica, sendo assim, impossibilitando o progresso. Popper afirma que a maior parte das grandes revoluções científicas deveuse a teorias

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