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Resenha Crítica Filme Visconde Partido ao Meio

Por:   •  28/8/2018  •  1.095 Palavras (5 Páginas)  •  505 Visualizações

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Em certa ocasião quando o sobrinho de Medardo dormia ao pé de uma árvore, acorda assustado e vê seu tio com a mão por cima de seu rosto retirando-lhe uma aranha que estava pronta para mordê-lo. O sobrinho do Visconde, então, não entende o que está acontecendo, mas, nota que a mão que lhe salva não é a mesma que em outra ocasião tentava lhe matar, pois dessa vez a mão era a esquerda, assim como todo o restante do corpo. E assim começam a surgir diversos acontecimentos semelhantes, de uma boa natureza.

Numa noite quando uma tempestade caía sobre a cidade de Terralba, a camponesa procurava abrigo na floresta, quando avistou uma caverna onde estava Medardo que a chamou para se abrigar da chuva. Depois de muita insistência, o Visconde à convence. Admirada com a bondade repentina de Medardo, ela fica olhando para suas mãos e nota que a mão que segurava o manto era a mão esquerda, ou seja, aquele não era o mau Medardo, era a outra metade que havia se perdido e agora havia voltado. E após as explicações do bom Medardo, que disse ter sido encontrado e salvo e que havia peregrinado até ali fazendo o bem, os dois se apaixonaram.

E então, após se reencontrarem e disputarem a mesma mulher, as duas metades do Visconde resolvem duelar numa data marcada, possibilitados por um aparelho inventado que mantém os dois em pé e possibilita movimentos diversos para ambos. Podendo se perceber a luta de cada metade para superar a si mesmo, em uma distração, o bom é atingido pelo mau e cai. Mas, antes de cair desfere um golpe contra o mau que também cai, ficando assim os dois deitados no chão com seus mantos empapados de sangue. É quando o doutor Trelawney corre em direção à ambos e os recostura, amarrando-os com ataduras e levando-o para o castelo. Assim, o visconde foi juntado novamente, deixando de ser completamente bom ou completamente ruim, mas sim um homem repleto de características diversas, com seus sentimentos equilibrados pela natureza de ser novamente um só ser.

O autor, através da obra, possibilita uma vasta reflexão sobre os diversos “eu’’ presentes em nós, fragmentando a personalidade por inteira de um ser e personificando-as em duas metades independentes. Diante da leitura permite-se a reflexão do ser como um refém das suas escolhas e das suas vivências para a sua plenitude, e a divisão em metades se deve à representação de vivências opostas, com diferentes consequências para si mesmo. Pode-se perceber ainda a poesia existente no incompleto, com a ênfase na busca pelo seu constante e inacabável preenchimento. E aquele que se acha inteiro, e não permite se abrir para as diversidades que a vida lhe proporciona, não é capaz de encontrar o seu ponto de equilíbrio e plenitude.

Conclui-se, portanto, que por toda vida enfrentamos situações que nos colocam como promotores do nosso destino, através das escolhas que fazemos. E nesse momento é preciso estar ciente das consequências que teremos e, principalmente, aberto às diversidades proporcionadas pela vida. Por que deste modo seremos capazes de preenchermos vazios interiores inacabáveis e motivadores da nossa existência.

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