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POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: RETRATOS DE UMA REALIDADE NA CIDADE DE UBERLÂNDIA

Por:   •  29/3/2018  •  2.273 Palavras (10 Páginas)  •  315 Visualizações

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Snow e Anderson (1998) tentam compreender e explicar a subcultura evolvendo esses indivíduos. Nesta realidade, é necessário inserir um olhar mais humanista, ressaltando ainda as experiências vividas por pessoas nas ruas, avançando profundamente nos problemas enfrentados, na sensação de desamparo (abandono e ruptura dos direitos básicos), e estratégias de sobrevivência.

Assim, o capitalismo traz como consequências diferenças entre aqueles que podem consumir muito e os marginalizados do sistema.

Portanto através da análise do perfil das pessoas em situação de rua, levantam-se três questões principais, empostas por Bezerra, Rosa, Vieira (1994):

- Configuram uma situação circunstancial – reflexo da precariedade da vida (desemprego, tratamentos de saúde, chegada em grandes centros).

- Configuram uma imagem não ameaçadora da rua – são as que não veem ameaça real na rua, em detrimento disso estabelecem grande ligação com ela ou pessoas dela (guardadores de carro, catadores, pedintes, descarregadores).

- Configuram debilitação – são as que se encontram em ”deficiência”, declínio físico ou mental (drogas ou álcool, violência, falta de alimento).

A partir desses tópicos descritos, surge também à necessidade da discussão de outros tópicos, como a desigualdade dessas questões do ponto de vista de gênero, citada por Tiene (2004), o peso dos conflitos familiares na permanência dos indivíduos nas ruas e o fator econômico que influência no dia a dia da sociedade. Desses, a questão econômica que está ligada ao desemprego e a falta de oportunidade no mercado de trabalho é um dos fatores que levam os indivíduos a viver a borda da sociedade.

Snow e Anderson (1998) afirmam que o mundo social dos moradores de rua constitui-se em uma subcultura, ainda que limitada ou incompleta. Tratando-se de um mundo social que não é criado ou escolhido pelas pessoas que vivem nesta situação, pelo menos inicialmente, mas para o qual foram empurradas por circunstâncias alheias ao seu controle. Parece que todos eles, contudo, vivem a mesma realidade, de sobreviverem nas ruas e becos das grandes cidades.

Segundo Bulla, Mendes, Prates e outros (2004) a perda de vínculos familiares decorrentes do desemprego, da violência, da perda de algum ente querido, perda de autoestima, alcoolismo, entre outros fatores é o principal motivo que leva as pessoas a morarem nas ruas.

A contingência em que está mergulhado o grupo é ainda mais acentuada devido à progressiva ausência de tolerância para com os LOSERS (mendigo) o que é alimentado pela distância social imposta num quadro de desigualdade em relação ao outro, como um comportamento moral, surge da condição de proximidade. As pessoas em situação de rua são como estranhas que não participam do espetáculo social. Estes fazem o papel da “ não – pessoa ”, o que implica uma relação de desrespeito e discrepância frente aos indivíduos atuantes.

3. Método

3-1. Sujeitos

Participaram deste estudo 19 sujeitos sendo 90% do sexo masculino e 10% do sexo feminino, com idades entre 23 a 65 anos de idade. Indivíduos que vieram de estados diferentes, como Maranhão, Piauí, Goiás, São Paulo, Paraná, Ribeirão Preto, Bahia e Rio Grande do Norte.

3-2. Instrumento

Foi utilizado um questionário contendo onze questões, sendo todas subjetivas, que procuram analisar alguns dos elementos sociais que explicam porque ainda há pessoas vivendo nas ruas nos dias de hoje, questões em relação aos familiares, o que levaram a morar e permanecer nas ruas, se sente saudades de casa; e a utilização de drogas e álcool.

3.3- Procedimentos

Após observação de trabalho junto a moradores de rua, e entrevistas informais, com o questionário já elaborado, os pesquisadores entraram em contato com o albergue, marcando um horário com a assistente social, para ser realizada a pesquisa.

Após aplicados os questionários com o consentimento destes sujeitos, os dados foram analisados mediante cálculo de frequências, ou análise do conteúdo da resposta.

Foram analisados o perfil dos moradores de rua, sexo, idade, escolaridade, tempo na rua. Levantando informações sobre o que levou o morador de rua estar nessa situação, avaliando as experiências vividas. A aplicação do questionário foi feita frente ao sujeito, fazendo as perguntas e transcrevendo as respostas.

4- Análise dos Dados e discussão

Em relação ao perfil dos entrevistados, têm-se:

Participaram do estudo 94,7% homens e 5,2% mulheres, com idades entre 23 a 65 anos, a escolaridade varia,13 moradores apresentaram ter frequentado o ensino fundamental incompleto, 3 o ensino médio e 3 o superior incompleto. Todos se disseram solteiros, pois quando resolveram morar na rua, deixaram sua vida de casamento. Foi notado que as permanências na rua são entre 1 mês a 27 anos.

Quando indagados sobre os motivos que os levaram a morar nas ruas, têm-se que para 58% o desemprego foi a principal causa, seguido 15,7 % questões familiares, 10,5% drogas/álcool; 5,2% procura de assistência médica, 5,2% em busca de aventuras e 5,2% fugiram da justiça.

CATEGORIA

F

F%

Desemprego

11

57,89474

Questões familiares

3

15,78947

Drogas/Álcool

2

10,52632

Procura de assistência médica

1

5,263158

Em busca de aventuras

1

5,263158

Fugiu da justiça

1

5,263158

TOTAL

19

Tabela

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