OS CUIDADOS PSICOLÓGICOS COM A FORMAÇÃO DE NOVOS TALENTOS
Por: eduardamaia17 • 25/12/2018 • 2.191 Palavras (9 Páginas) • 434 Visualizações
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Proporcionar à criança uma experiência esportiva mais positiva é de fundamental importância, pois a prática de uma atividade física ajuda no desenvolvimento de habilidades físicas e motoras, aumenta a autoconfiança e ainda contribui para uma vida mais saudável (Souza e Silva, 2002).
3 CUIDADOS PSICOLOGICOS COM A FORMAÇÃO DE NOVOS TALENTOS
A iniciação esportiva pode ser definida como o momento em que o jovem ou criança começa a prática sistemática de um ou mais esportes. O desempenho de atleta caracteriza-se pela combinação de muitos fatores, dos quais se destacam a preparação física, a preparação técnico/tática e a preparação psicológica.
A preparação psicológica é um instrumental eficiente para trabalhar o atleta, em nível psíquico, para o enfrentamento de situações estressantes do ambiente esportivo e utilizar dessa estrutura pessoal para a obtenção de seu potencial máximo na competição. Ela pode incluir modificação de processos e estados psíquicos como pensamento, motivação, emoção, percepção e estados de humor, componentes das bases psíquicas da regulação do movimento.
O tipo de treinamento psicológico que é utilizado no esporte varia muito e as habilidades mentais e atributos psicológicos que geralmente são trabalhados com atletas de alto rendimento são: aumento de autoconfiança, atenção e concentração, organização de objetivos, autocontrole da ativação e relaxamento, utilização de visualização e imagem, estratégias de rotinas e competitividade, elevação de motivação e comprometimento.
Os aspectos psicológicos são, sem dúvida, um dos principais componentes da preparação do atleta e eles abrangem uma série de fatores que, combinados, podem influenciar negativa ou positivamente no seu desempenho.
Para Francke (2009), os profissionais que trabalham na iniciação esportiva devem saber que estão lidando com jovens em constante desenvolvimento tanto físico como mental, e este crescimento não ocorre de forma homogênea no ser humano e, por tanto, o instrutor deve ter um conhecimento nesta área para que saibam as causas, as consequências e os resultados de trabalhos corretos ou incorretos podem gerar na formação destes jovens.
Por isso a necessidade de termos técnicos bem preparados, porque estes não devem ser aqueles que têm apenas o melhor conhecimento do esporte ou da modalidade esportiva, mas que têm, igualmente, um conhecimento mais profundo dos aspectos biológicos e psicossociais da criança, assim como a capacidade para integrar estes conhecimentos na preparação esportiva delas, podendo identificar assim o nível de prontidão para a prática esportiva.
Os riscos psicológicos na iniciação esportiva dos competidores iniciantes é aumento nos níveis de ansiedade, estresse e frustação, KUNZ (1994). Lembrando sempre que a criança não é um atleta em miniatura é sua inserção no âmbito esportivo deve ser feito apropriadamente, com reflexão e cuidado.
O fator da ansiedade tem o potencial de interferir bastante na iniciação esportiva. As experiências nesse ambiente são novas para os jovens atletas e podem até mesmo interferir no desempenho dos atributos ou mesmo no desempenho motor do atleta durante a competição. A expectativa diante desse enfrentamento inicial com outros pequenos atletas é a grande responsável por elevar o nível de ansiedade antes da performance.
Isso pode ser amenizado ou enfatizado, na medida em que as pessoas que rodeiam a criança são seu maior termômetro para reagir à situação. Devido à influência que exercem sobre o competidor, pode haver um aumento na autoimposição de expectativas do atleta.
Os principais fatores para o aumento da ansiedade na iniciação esportiva são:
- os pais do jovem atleta;
- o técnico;
- a importância da competição;
- a torcida.
Eles atuam de várias formas. A princípio, o estímulo dos pais para o ingresso da criança em um programa esportivo deve se dar conforme seus interesses pessoais. Outras atividades são tão capazes de desenvolver habilidades cognitivas ou motoras quanto o esporte. Isso vai da personalidade e dos interesses encontrados em cada caso.
Crianças estão sempre buscando aprovação dos adultos. Inevitavelmente, a figura do treinador atua de forma que um resultado ruim traria uma avaliação ruim, e a chance de desapontar o treinador aumenta a ansiedade.
Cabe ao treinador da iniciação esportiva equilibrar a relação com seu atleta de forma a orientá-lo sobre a competição como uma primeira extensão das suas atividades, injetando aos poucos o espírito competitivo caso a caso, perfil a perfil.
Outras situações em que a ansiedade pode ser controlada são nos níveis da transparência de informações sobre a competição — formato de disputa, adversários, preparação correta. O ideal é não causar incertezas e tampouco sobrecarregar o atleta com informações desnecessárias. Deixe-o ciente e pronto.
Numa competição, os anseios de um jovem atleta se manifestam a partir do que ele apresenta. Ou seja, fatores como sua paixão pelo jogo, desenvolvimento de habilidades, postura, aceitação social e saúde também estão em jogo.
Com tudo isso, a influência da torcida na iniciação esportiva é relevante. A troca de sensações se dá de forma natural, e um público favorável influi positivamente, podendo oferecer mais confiança. Do contrário, a insegurança pode afetar negativamente o desempenho.
Uma boa medida é afirmar o apoio dos verdadeiros torcedores: os pais e o treinador. Pouco a pouco, o jovem atleta será capaz de absorver e controlar as emoções da torcida de forma a energizar seu desempenho, seja qual for a influência do lado de fora.
O estresse, entre os vários aspectos psicológicos existentes na iniciação esportiva é, provavelmente, um dos mais marcantes e talvez a principal justificativa para críticas de cuidados psicológicos. Além disso, é um dos fatores citados como decisivos para o bom desempenho e consequente sucesso dos atletas. Talvez o fator crucial para determinar a qualidade do desempenho competitivo, independentemente da idade, seja a capacidade de lidar com o estresse.
A maioria dos atletas vivencia a participação esportiva como uma experiência muito positiva. No entanto, de acordo com Crawford (2000), quando a intensidade e competitividade aumentam, problemas podem desenvolver-se
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