O Psicodiagnóstico Interventivo
Por: Tatiana Fernandes • 9/5/2023 • Resenha • 1.566 Palavras (7 Páginas) • 601 Visualizações
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO – Evolução de uma prática
CAPÍTULO II – Psicodiagnóstico Interventivo Fenomenológico-Existencial
(Marizilda Fleury Donatelli)
O capítulo apresenta o psicodiagnóstico interventivo evidenciando a transformação que o processo, antes puramente investigativo, sofreu ao acrescentar o aspecto interventivo.
1. PSICODIAGNÓSTICO COMO PROCESSO DE INTERVENÇÃO
A princípio o psicodiagnóstico tinha o objetivo tão somente de, através do mapeamento dos dados do paciente e das orientações do solicitante, classificar a psicopatologia, se houvesse, e dar encaminhamento ao caso, sem criar vínculos com o paciente, e tão pouco atuar interventivamente, o que era exclusivo do processo terapêutico.
O psicodiagnóstico interventivo, introduzido no Brasil na década de 80, propôs remodelar o psicodiagnóstico, considerado longo e improdutivo, tornando-o mais ativo e cooperativo. Para isso se embasou nos pressupostos da fenomenologia-existencial, e indicou a mudança na condução clínica para além da análise dos dados e queixas do paciente. Concebeu que as questões trazidas deveriam ser pensadas e trabalhadas em conjunto, paciente-terapeuta, para construir novas possibilidades de compreensão.
Para tanto sugeriu o fornecimento, por parte do terapeuta, de devolutivas parciais ao longo processo. Inserções que objetivam assinalar e fazer refletir, ressignificando experiências e desvelando fatos acerca do mundo interno do cliente que ele desconhece.
No caso do psicodiagnóstico infantil sugere o envolvimento direto da família na queixa que conduz a criança à clínica. Entendendo que os pais são afetados, e ao mesmo tempo parte da problemática, assim como os viabilizadores da superação da queixa.
2. PSICODIAGNÓSTICO COMO PRÁTICA COLABORATIVA
O psicodiagnóstico é um processo que acontece pelo trabalho conjunto do psicólogo, dos pais e da criança. O psicólogo busca o entendimento do ponto de vista e das expectativas dos pais, para então trabalhar ao lado deles, e com eles, produzindo maneiras de compreender o que ocorre com a criança, e assim ajudá-la no alívio de seu sofrimento e na superação da queixa.
3. PSICODIAGNÓSTICO COMO PRÁTICA COMPARTILHADA
Ancona Lopez defende que o psicodiagnóstico interventivo na abordagem fenomenológico- existencial “é uma prática colaborativa, contextual e intervencionista”.
Colaborativa no sentido de que as impressões do psicólogo são compartilhadas com os clientes de forma que estes possam ou não dar legitimidade a essas impressões ou que então, transformem essas impressões. É através do compartilhamento das experiências e percepções que surge e possibilidade de novas compreensões que levem à diminuição ou eliminação do sofrimento psíquico dos atores envolvidos.
Contextual no sentido de que entende o sujeito em seu “estar no mundo” diante de diversas possibilidades podendo ainda fazer escolhas e responsabilizar-se por elas.
Intervencionista pois as intervenções realizadas pelo psicólogo permitem que o campo de consciência dos pais e da criança possam ser ampliados.
4. PSICODIAGNÓSTICO COMO PRÁTICA DE COMPREENSÃO DAS VIVÊNCIAS
O Psicodiagnóstico interventivo fenomenológico-existencial, é um modelo de intervenção usado pelo psicólogo que busca compreender esse Campo fenomenal, a existência e evita que as explicações teóricas se anteponham ao sentido dado pelo cliente.
A abordagem fenomenológica – existencial, tem como proposta não só o olhar separado de teoria, mas o acolhimento da experiência de vida do paciente, dando a possibilidade através da articulação (manejo clínico) para que o cliente possa ter uma visão clara de si mesmo, da percepção do que ocorre a sua volta e da perspectiva ante a problemática que vive. Dessa forma, dentro desta abordagem da psicologia o terapeuta estará ajudando-o a se perceber como responsável por suas escolhas e protagonista da sua própria história de vida. Dando-lhe a condição necessária para que ele atribua novo sentido a sua existência.
Para isso é necessário que o terapeuta embarque em uma profunda compreensão do seu paciente, e estabeleça relações que o façam repensar sobre as situações vividas como suas angústias e medos e as ressignifique-as, encontrando a si mesmo.
O Psicólogo pode se reconhecer no outro, para que haja a identificação da experiência, mas, ao mesmo tempo, é necessário manter uma distância suficiente para que permita que o terapeuta possa fazer de fato um atendimento clinico baseado nas teorias para melhor ajudar esse cliente que tem características únicas e particulares da sua história.
5. PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO COMO PRÁTICA DESCRITIVA
Trata-se de um modelo descritivo pois coloca foco em um determinado momento e espaço da vida do sujeito, buscando compreender o seu modo de estar no mudo e seus significados evitando classificações.
6. PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO E O PAPEL DO PSICÓLOGO E DOS CLIENTES
A autora tem por objetivo demonstrar, dentro do psicodiagnóstico interventivo, a importância da forma de condução dos papéis do psicólogo e postura do cliente, significando uma relação de valor e equilibro entre ambos.
Nessa questão de relação, o psicodiagnóstico, acentua a real importância da participação do cliente, de tudo o que ocorre com ele, formando o entendimento de suas questões apresentadas , junto ao psicólogo também colaborativo , acolhedor e tendencioso a valoriza todas experiências, impressões compartilhadas, passando ao cliente que, o trabalho conjunto, pode amenizar e simetrizar essa relação de troca.
O cliente tem um papel ativo como o psicólogo para juntos terem um entendimento nas
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