O Corpo contemporâneo: da moral do belo, à segregação da alteridade
Por: YdecRupolo • 25/12/2018 • 8.698 Palavras (35 Páginas) • 432 Visualizações
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- Capitalismo, consumo e beleza............................................................................
CONCLUSÃO........................................................................................................
REFERÊNCIAS.....................................................................................................
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INTRODUÇÃO
Devido à cultura do século XXI em relação a padronização da beleza dos corpos e as diversas transformações do conceito de beleza, dessa forma surgem novos padrões do que é belo dentro da sociedade capitalista contemporânea, ou seja, os novos formatos de corpo no qual os indivíduos devem seguir através do consumo, dessa maneira surgiu a necessidade de um estudo sobre esse fenômeno social para melhor entendimento de tal dinâmica que acontece dentro da sociedade capitalista contemporânea.
Durante a história, alguns estudos científicos como de Freud e Bauman na área psicológica e social já comprovavam que os indivíduos buscavam incessantemente uma satisfação em buscar ao modelo implantado pela sociedade do capital que impõe ao povo ter um corpo bonito e os sujeitos que não possuem tal padronização sofrem com o preconceito e com a discriminação.
Entender a dinâmica da dominação do sistema capitalista da padronização do corpo é a centralidade deste trabalho, dessa forma conhecimentos já produzidos sobre o assunto e o cotidiano dos indivíduos são nossos apoios nesta construção de trabalho, dessa forma bibliografias e vivência da realidade são as metodologias utilizadas. Para isso serão estudados ao longo de 3 capítulos reflexões gerais sobre o corpo, a construção do sujeito e o Mal-estar na civilização em Freud x Mal-estar na civilização de Bauman.
No capítulo 1 veremos um breve histórico da construção do corpo, passando de tempos antigos ao mais moderno, além de estudar como funciona a dinâmica do corpo dentro da contemporaneidade e o culto a ele, além da questão desse culto a qualquer custo desencadear em doenças físicas e psicológicas para os sujeitos.
No capítulo 2 será tratado a construção do sujeito, o corpo como mercadoria dentro do sistema capitalista, identidades e subjetividade dos indivíduos dentro da sociedade pós- moderna.
Já no último capítulo que é o 3 será trabalhado conceitos de Freud e de Bauman para entendermos como é o mal- estar da civilização, também estudaremos a cultura que exige padrões para os corpos e a relação entre capitalismo, consumo e beleza.
1 REFLEXÕES SOBRE O CORPO
- Breve histórico da construção do corpo
Desde a Grécia antiga que o há o culto ao corpo, filósofos como Platão, Sócrates e Descartes procuravam compreender o corpo em sua generalidade, vejamos a seguir um trecho que nos ajuda a compreender o que foi dito, com citação de Ferreira (s/d):
O começo do culto a forma física perfeita surge na Grécia onde a preocupação com a forma física era de extrema importância para os gregos que buscavam ter uma capacidade intelectual e física tendo como lema “mens sana in corpore sano” (mente saudável em corpo são).
Apesar de termos nos afastado das questões do corpo pelo racionalismo cristão, ao longo da história suas projeções sempre nos atravessaram. O que não é novidade na atualidade: estamos cada vez mais preocupados com a forma corporal que nos habita. Há uma ênfase cada vez maior na exibição pública do que antes era camuflado. Na atualidade, o corpo passa então a ocupar um lugar de exibicionismo, seguindo a lógica mercadológica capitalista.
Revisitando, então, os momentos históricos da humanidade, na Idade Média relembramos as marcas de um corpo sacralizado, fortemente moldado como as formas dos corpos religiosos cristãos, cheios de culpa e repressão. Uma época em que a sociedade diretamente relacionava a figura corpórea ao pecado, prevalecendo a supremacia da alma, o corpo caracterizava-se como algo profano, sem valor - o bem da alma estava acima dos desejos e prazeres da carne – O que evidenciava a separação do corpo e da alma.
A igreja empenhava-se muito para a formulação de um imaginário social que entendia seu corpo como algo repleto de culpas, um corpo sujo, impuro que precisava, então, ser purificado. Não é à toa que o prazer na idade média era ver seres humanos sendo executados, muitas vezes esquartejados, em praça pública. Entretanto, paradoxalmente, esse corpo que exercia o lugar da culpa na essência humana, também poderia salvar-se por si mesmo. “É pelo corpo que salvamos a alma”, ou seja, o corpo, naquele momento da história, passou a ser, não só o responsável pelo pecado, como também o responsável pela redenção da humanidade.
Até o banho na Idade Média tornou- se pecado porque foi considerado uma exibição ao corpo, o que não era permitido pela igreja católica, dessa maneira o banho foi excomungado por conta da repressão ao corpo.
Mais adiante, no momento renascentista, muda (supostamente) a concepção de corpo, passamos a concebê-lo como algo belo, essencialmente no campo das artes, eternizado nas pinturas de Michelangelo ou Leonardo Da Vinci, o corpo nu e cru é evidenciado. E, a partir desse momento, passa-se a valorizar o corpo com o avanço do pensamento científico, sendo aos poucos, ocorrendo o seu afastamento da figura religiosa, buscando uma compreensão de corporeidade mais ampla, resultado do avanço do conhecimento da anatomia e fisiologia, passando-se para uma visão funcional que está centrada dentro do iluminismo[1] que procurava criticar valores morais e religiosos, tendo como um crítico da religiosidade Voltaire (1738) influenciado por Isaac Newton, dessa forma Voltaire defendia as liberdades dos indivíduos que é fundamental para o sujeito ser do jeito como ele quer.
O culto ao corpo foi fortificado dentro do sistema capitalista porque precisava de corpos fortes para a produtividade e com o passar do tempo a evolução da mídia tornou- se muito influenciável cuidar do corpo na sociedade ocidental.
O intuito de retornar ao passado histórico; ao que se refere ao corpo, numa perspectiva ocidental, é justamente contextualizar essa transformação na pós-modernidade[2]. Agora, por exemplo, não estamos preocupados em nos aceitarmos como somos, ou nos livrarmos da culpa por sermos quem somos com
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