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O CASO HANS

Por:   •  23/12/2018  •  2.325 Palavras (10 Páginas)  •  361 Visualizações

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O fato é que a ameaça de castração feita a ele por sua mãe, cerca de quinze meses antes, estava agora tendo um efeito adiado sobre ele. Seria possível haver seres vivos que não tivessem pipis? Se assim fosse, não mais se poderia duvidar de que eles pudessem fazer desaparecer seu próprio pipi e, se assim fosse, transformá-lo em mulher.

Através da construção de fantasias é que Hans consegue dar conta da castração. De acordo com Hans veio um bombeiro e primeiro ele retirou o seu traseiro com um par de pinças, e depois deu outro a ele, e depois fez o mesmo com o seu pipi. Ele ganhou um pipi maior e um traseiro maior. Com esta fantasia de Hans, a ansiedade que foi provocada pelo seu complexo de castração foi superada, e suas dolorosas expectativas receberam uma transformação mais feliz.

Ele foi capaz de comunicar seus desejos em relação a sua mãe, por ter parcialmente dominado seu complexo de castração, por meio da fantasia das duas girafas. Havia uma girafa grande e uma amarrotada. A girafa grande representa o pai e a amarrotada a mãe. A grande gritou porque Hans levou a amarrotada para longe dela. Ela parou de gritar, então ele sentou-se em cima da amarrotada. O “sentar-se em cima” era provavelmente a imagem que Hans tinha de tomar posse. “Grite quanto quiser! Não adianta, porque a mamãe me leva para a cama, e a mamãe é minha!”. Portanto, conforme seu pai suspeitava, justifica-se o fato de adivinhar por trás da fantasia um medo de que sua mãe não gostasse dele, de uma vez que seu pipi não se comparava com o de seu pai.

3- LOCALIZAR NO CASO A FUNÇÃO PATERNA E AS CONSEQUÊNCIAS PARA HANS.

A função paterna não apresentava nenhuma ameaça de castração ao pequeno Hans, A mãe o cercava de carinhos, tudo lhe era permitido (inclusive ficar no leito dos pais) e o pai não tinha o controle da situação. Hans não é frustrado em nada, não é privado pelo pai de seus prazeres. Deste modo Hans não pode sair da posição Edípica (amor pela mãe e ódio pelo pai).A fobia de Hans surge por causa da carência da presença paterna e por causa da sua ineficácia como agente de castração.

A angústia de Hans possui dois lados: o medo de seu pai e medo por seu pai, assim, ele tinha tanto medo que o pai o castrasse, como que o pai morresse. A construção fóbica de Hans está relacionada com a função paterna, portanto, é essa função exercida pelo pai que encaminha a solução da fobia. A fobia é uma solução à deficiência paterna através da eleição de um objeto que alça o valor de significante e assim sustenta a função do pai real.

4- OBSERVAR AS ESCOLHAS DE OBJETO LOCALIZANDO-OS NO DESENVOLVIMENTO LIBIDINAL DE HANS.

Hans obteve prazer em suas zonas erógenas com a ajuda da pessoa que cuidava dele - sua mãe, na realidade, e assim o prazer já apontava o caminho para a escolha objetal. Mas é possível que numa data ainda mais remota ele tenha tido o hábito de proporcionar a si mesmo esse prazer auto eroticamente - que ele tenha sido dessas crianças que gostam de reter suas fezes até que possam tirar uma sensação voluptuosa da sua evacuação.

Na infância os meninos escolhem mulheres como seu objeto sexual, enquanto presumem que elas também possuem o que, a seus olhos, é uma parte indispensável do corpo, quando ele se convence de que as mulheres o decepcionaram nesse particular, elas deixam de ser aceitáveis para ele como objeto sexual. O que constitui um homossexual é uma peculiaridade não na sua vida instintual, mas na sua escolha de um objeto. Os homossexuais, então, são pessoas que, devido à importância erógena dos seus próprios genitais, não podem passar sem uma forma semelhante no seu objeto sexual.

Hans era um homossexual (como todas as crianças podem muito bem ser), devido ao fato, que precisa ser sempre mantido em mente, de que ele só estava informado quanto a um tipo de órgão genital - um órgão genital como o seu. No seu desenvolvimento, não foi para a homossexualidade que Hans prosseguiu, mas para uma masculinidade enérgica, com traços de poligamia, também soube como variar seu comportamento, com seus objetos femininos variados. Sua afeição passou de sua mãe para outros objetos de amor. O objetivo sexual que ele perseguia com suas companheiras meninas, o de dormir com elas, tinha-se originado com relação à sua mãe.

5- COMENTAR A RELAÇÃO DE HANS COM A MÃE TENDO O FALO COMO REFERÊNCIA. DEFINIR O QUE É O FALO PARA A PSICANÁLISE.

O falo não é o pênis, é o representante psíquico desse órgão. Tem a força de representar o poder, que é ligado a “ter”, a “presença ou ausência”. Nessa relação a criança é objeto de desejo da mãe, é o falo que falta a ela. Hans ocupava uma posição a partir da qual parecia ser possível preencher a falta do “falo” a mãe, a criança oferece à mãe o objeto imaginário do falo para proporcionar-lhe sua satisfação completa.

Hans criou duas fantasias: uma de forçar passagem para um espaço proibido em Schönbrunn, e outra de quebrar uma janela de uma carruagem de estrada de ferro no Stadtbahn. Em cada um dos casos a natureza punível da ação foi enfatizada, e em cada um deles seu pai aparecia como um cúmplice. Elas pertenciam ao complexo de Hans de tomar posse da sua mãe. Haviam fantasias simbólicas de relações sexuais, e não era um detalhe irrelevante o fato de que seu pai era representado como compartilhando das suas ações: “Eu gostaria”, ele parecia estar dizendo, “de estar fazendo algo com minha mãe, algo proibido, eu não sei o que é, mas sei que você está fazendo isso também”.

Hans teve outra fantasia, na qual um menino dava ao guarda 50.000 florins para deixá-lo andar na carreta, soa quase como um plano de comprar sua mãe do seu pai, parte de cujo poder, é claro, repousa na sua riqueza. Mais ou menos nessa mesma época também, ele confessou que desejava livrar-se do seu pai, e que a razão pela qual desejava isso era que seu pai interferia em sua própria intimidade com sua mãe. Teve outra fantasia, que confessava o desejo de ser casado com sua mãe e de ter muitos filhos com ela.

6- LOCALIZAR AS TEORIAS DE HANS SOBRE O PARTO, A FECUNDAÇÃO, EXEMPLIFICANDO COM AS FANTASIAS CORRESPONDENTES.

Com o nascimento de sua irmã, Hans deparou-se com o grande enigma do de onde é que os bebês vêm que é, talvez, o primeiro problema a ocupar os poderes mentais de uma criança. Ele rejeitou a solução oferecida, a de a cegonha ter trazido Hanna. Pois ele tinha notado que, meses antes do nascimento do bebê, o corpo

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