FORMULÁRIO DE PROJETO DE TRABALHO
Por: Sara • 18/6/2018 • 4.374 Palavras (18 Páginas) • 400 Visualizações
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5. PROBLEMAS DA PESQUISA:
Como e porque o racismo afro-brasileiro vem ocorrendo na internet, e quais suas implicações na sociedade.
6.1 OBJETIVO GERAL
Investigar casos do uso da internet e redes de comunicação utilizados de forma ilícita para ferir, injuriar racialmente e discriminar o individuo negro.
6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar e examinar o fenômeno das condutas delituosas realizadas pela internet.
Apresentar por meio de pesquisa bibliográfica o desenvolvimento do racismo para com negros desde a época escravocrata até os tempos contemporâneos, e sua repercussão na internet.
7. JUSTIFICATIVA
Com o crescimento demasiado da utilização da Internet e das redes sociais, a mesma ainda não está ao alcance de todos. A classe popular ainda apresenta muita dificuldade para aderir esse meio, o que é insatisfatório pois essa tecnologia é capaz de ampliar as relações e o contato da população com outros indivíduos e grupos.
Para tal, o estudo sobre o racismo se faz necessário buscando-se analisar a mídia por meio da Internet, para melhor compreensão desse fenômeno do racismo, pois milhares de pessoas ao redor do mundo vêm se expressando e compartilhando seus pensamentos e idéias; entretanto essa livre expressão vem forjada com comentários depreciativos e maliciosos, para tal, sites como Safernet vem constantemente recebendo denúncias de casos de racismo e ciberbullying, em 2015 já foram registrados diversos atendimentos, sendo 265 casos de ciberbullying, e 235 casos de crimes de ódio.
A Revista Folha já trazia em 1995 como matéria em sua coluna a situação atual da Internet por informar que: “o racismo vem cada vez mais se prosperando na Internet e gerando um reflexo da sociedade, também se defendendo na manta da liberdade de expressão e anarquia pois seus usuários comumente acreditam estar em um território sem leis e por fim sem regras” (FOLHA DE SÃO PAULO, 1995, p. 5). É notável que essa preocupação com o racismo virtual já estaria se alastrando desde a década de 90 até os tempos atuais.
Essa situação vem realmente se intensificando com o que se depara atualmente ao ver comentários injuriosos e discursos de ódio nas redes sociais; não é muito difícil acessar um site de notícias e verificar em seus comentários, diversas ofensas de usuários anônimos sobre a raça negra. Existem notícias de diversos casos que tomaram grande repercussão, vindo até mesmo ser identificados diversos autores de quadrilhas que se organizam com o propósito de reforçar e realizar o racismo.
Em outros países esse ato é reconhecido por grupos neonazistas que de maneira tenebrosa utilizam de ideologias e discursos que defendem o racismo com tom “naturalizante e racionalizável”, por meio de um discurso de supremacia de raças e orgulho branco.
Alguns autores trazem consigo aquilo que Michel Foucault revela em seu trabalho “A Microfísica do Poder”, esse retrata como uma estratégia de controle o pré-texto do extermínio e controle de raças com o objetivo de se formalizar a soberania do “biopoder”, essa que introduz o racismo como prática válida, não sendo primeiro uma ideologia política e, sim, primeiramente uma ideologia científica, que vem de noções antigas e higienistas, que desde os tempos da nobreza já consideravam o negro portador de um sangue não nobre (FOUCAULT, 1992).
Por conta desses esclarecimentos essas práticas que vem ocorrendo na mídia, devem ser investigados procurando entender como esses grupos usam essas práticas intolerantes e malfeitoras; como esses comportamentos podem influenciar e afetar as pessoas, que estigmas sociais essa prática vem perpetuando, e analisar dentro da literatura esse processo do preconceito racial tanto virtualmente como na vida real. O racismo é um comportamento que pode aparecer facilmente, e o primeiro passo para acabar com ele é reconhecer que ele existe.
8. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA/FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para melhor compreensão do racismo no presente projeto, é necessário resgatar algumas informações que o passado oferece. Para isso é necessário examinar algumas literaturas como “Casa-Grande e Senzala” e “Estigma” onde os autores Gilberto Freire e Erving Goffman apresentam informações necessárias e pertinentes para a concepção do entendimento preterido por este tema; em resumo, para entender o tema presente é necessário fazer um passeio pelo passado e aprender como eram os dias de nossos antepassados no Brasil Colonial, sejam eles portugueses, índios ou negros.
Segundo Gilberto Freire (1933) em seu clássico “Casa-Grande e Senzala”, onde diz que todo brasileiro mesmo o que tem cabelo louro, esse traz na alma e quando não até mesmo no próprio corpo, desde o Maranhão, Minas Gerais e Rio grande do Sul, esses habitantes de terras tropicais trazem a influência direta, vaga ou remota do Africano.
A questão do racismo está presente no cotidiano e é presente no Brasil e no mundo, mas especialmente no Brasil desde o tempo da colônia, ainda de acordo com Freire (1933) em “Casa-Grande e Senzala”, a questão do racismo acompanhou os dominadores europeus que em terras brasileiras se acomodaram.
O autor traz o relato que no Brasil colônia, era tão intenso o farto material humano (negro), que quando algum aristocrata se casava com mulher branca, esse não conseguia ter relações sexuais com a esposa nas primeiras semanas, para o homem ficar excitado era necessário trazer uma peça de roupa com cheiro das partes íntimas de uma negra para que esse homem branco pudesse aumentar sua libido e assim ter relações sexuais com sua esposa.
Esse acontecimento ocorria por conta que desde a adolescência esse jovem tinha iniciação sexual com uma negra escrava, e isso acontecia como um ciclo, sem começo e sem fim, o negro não era apenas propriedade do branco para o trabalho braçal, mas também era objeto sexual de seus “donos”, tendo esses negros que satisfazer não apenas os desejos sexuais dos patriarcas, mas também dos seus filhos.
Compreendendo sobre essa parte histórica fica mais fácil entender a questão racial na época da escravatura, também é necessário compreender que o negro foi retirado não somente de sua pátria ou de sua cultura, mas esse negro foi despojado de seus familiares, amigos, crença e foi lhe retirado tudo até mesmo a sua dignidade, talvez ainda algo
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