BULLYING: VIOLÊNCIA SOCIAL
Por: Hugo.bassi • 19/4/2018 • 2.769 Palavras (12 Páginas) • 320 Visualizações
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impossível o Bullying acabar, a menos que, toda a população entenda que o Bullying é sim um problema social e que ninguém é superior ou melhor do que outra pessoa a ponto de poder inferiorizá-la, julgá-la, humilhá-la, mas por mais que existam ações e projetos que tentem fazer com que o Bullying seja visto como crime e um mal social, ainda existem muitas pessoas que sofrem diariamente intimidações e agressões pelo simples fato de serem diferentes do que é dito como “normal” pela sociedade preconceituosa que nos cerca.
2. DESENVOLVIMENTO
O bullying é visto hoje em dia como um problema social mundial, pois estudos e pesquisas demonstram que está presente em todos os países do mundo, dos mais ricos aos mais pobres, em todas as classes sociais e raças existentes. Este fenômeno não difere classe social, raça, religião, gênero e ultrapassa as barreiras da escola, como por exemplo, na prática do cyberbullying, uma novidade no mundo dos Bullyings e que vem aumentando cada dia mais. De acordo com as autoras Silva et al (2012), na contemporaneidade é muito comum nos casos de bullying, a violação de direitos humanos, que são os casos em que se ofende com violência, infringindo, transgredindo, de forma impetuosa e veemente, até mesmo fazendo uso da força bruta.
A primeira pessoa a perceber mais claramente o fenômeno bullying foi o professor norueguês Dan Olweus, com seus estudos realizados na Universidade de Bergan- Noruega (1978 a 1993), onde obteve grande repercussão com os resultados de seus casos estudados. Porém, o governo norueguês atentou seu olhar para essa violência institucional apenas após o suicídio de três crianças entre 10 e 14 anos, que provavelmente foi influenciado por atos de maus tratos dos colegas.
2.1 O que é o Bullying?
Bullying é a prática de atos violentos, intencionais e repetidos, contra uma pessoa indefesa, que causam danos físicos ou psicológicos. O termo vem do inglês (bully) que significa tirano, brutal. A violência é praticada por um ou mais indivíduos, com o objetivo de intimidar ou agredir a vítima. O bullying geralmente é feito contra alguém que muitas vezes não consegue se defender e não entende os motivos daquela agressão gratuita. A vítima geralmente teme os agressores, por serem violentos e opressores. O bullying é praticado em qualquer ambiente, ou seja, na rua, na escola, na igreja, no clube entre outros. Muitas vezes é praticado por pessoas dentro da própria casa da vítima. Para o cientista norueguês Dan Olweus, “o bullying se caracteriza por ser algo agressivo e negativo, executado repetidamente e que ocorre quando há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”. Desta forma, este comportamento pode ocorrer em vários ambientes, como escolas, universidades, no trabalho ou até mesmo entre vizinhos.
No Brasil o bullying é traduzido como o ato de bulir, tocar, bater, soquear, zombar, tripudiar, ridicularizar, colocar apelidos jocosos, colocar em dúvida a masculinidade ou feminilidade da vítima, são as práticas mais comuns.
O que caracteriza o bullying são os atos de agressividade que envolve o fenômeno bullying que podem ser manifestados por: agressões físicas como bater, empurrar, dar pontapés. Comportamentos verbais como caçoar, chamar por nomes ofensivos. Comportamentos de manipulação social ou indiretos como excluir, ignorar, espalhar rumores. Comportamentos de maus-tratos psicológicos como ameaçar, fazer gestos ou expressões faciais provocadores e/ou ameaçadores. E ataques à propriedade como furto, extorsão, destruição deliberada de materiais/objetos. (OLIVEIRA; BARBOSA, 2012, p.747).
2.2 Origem do Bullying
As pesquisas com relação às ações de bullying começaram a existir a cerca de dez anos atrás na Europa, quando se descobriu o motivo da maioria das tentativas de suicídio entre adolescentes. Sem receber a atenção da escola ou dos pais, que geralmente achavam as ofensas bobas demais para terem maiores consequências, o jovem recorria a uma medida desesperada. Atualmente, todas as escolas do Reino Unido já implantaram políticas anti-bullying.
Aqui no Brasil, os estudos da ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência) demonstram que não há diferenças significativas entre as escolas que foram avaliadas aqui e os dados internacionais. O que surpreendeu foi o fato de que aqui no Brasil os estudantes identificaram a sala de aula como o local de maior incidência desse tipo de violência, enquanto que em outros países, ele ocorre principalmente fora da sala de aula, no horário de recreio.
2.3 Classificação das pessoas envolvidas em Bullying
De modo geral as pessoas que praticam o Bullying, segundo a ABRAPIA, são crianças e jovens que vêm de famílias geralmente desestruturadas e em que há pouco relacionamento afetivo entre os membros. São indivíduos que têm pouca empatia e são jovens que têm grande probabilidade de se tornarem adultos com atitudes antissociais e/ou violentas, podendo virem a adotar, inclusive, atitudes delinquentes ou criminosas. Além disso, são mais fortes do que seus colegas de classe, o que lhes dá vantagem em determinadas brincadeiras, esportes e lutas. Pessoas que praticam Bullying são geralmente crianças e adolescentes que não têm limites, que os pais ou responsáveis não exercem sobre eles nenhuma autonomia, e que muitas vezes demonstram comportamentos violentos como modelo para solucionar conflitos, o que os leva a já apresentarem indícios de mau-caratismo e a adotarem condutas antissociais, como roubo, vandalismo e o uso de álcool e outras drogas.
Os alvos do Bullying são aqueles que arcam as consequências do comportamento violento dos colegas e não dispõem de recursos, ou habilidade para se defenderem. São em sua grande maioria, crianças e jovens pouco sociáveis movidos por grande sentimento de insegurança, falta de esperança; apresentam grande dificuldade em adequar-se e permanecer na escola, são fortes candidatos a desenvolverem traumas e doenças psíquicas. Não muito raro, essas pessoas que sofrem com ataques de Bullying entram em extrema depressão, e muitos jovens chegam até mesmo a cometer suicídio ou homicídios em decorrência da raiva e revolta que o bullying gera. A maioria dos ataques e massacres que acorrem em escolas são atribuídos a pessoas que foram vítimas de Bullying. Normalmente uma pessoa que passa por graves ataques de Bullying não
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