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Análise do Filme Tão forte tão perto - Síndrome de Asperger - Psicanálise

Por:   •  26/3/2018  •  1.400 Palavras (6 Páginas)  •  1.218 Visualizações

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Quando ele fica sabendo sobre a morte do pai ele cria uma rotina de ouvir sempre na caixa de mensagem o último recado deixado pelo seu pai, e depois ele se mutila com beliscos na parte da barriga, onde se pode ver várias cicatrizes.

Apesar de apresentar sintomas muito parecidos com o autismo, a Síndrome de Asperger se diferencia por não apresentar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou de linguagem do indivíduo. O que fica evidente, como eu já disse o menino parece ser super inteligente.

Em suma o filme mostra muito bem um processo de luto, onde no final o menino aos poucos vai descobrindo a importância do caminho que percorreu e assim pode se dar conta de sua perda, o que ele evitava enfrentar até então.

O filme tem uma grande conotação psicológica de elaboração de luto com a sua busca. O provável avô ajuda em momentos de grande ansiedade com algumas técnicas de enfrentamento, como conseguir andar de metrô e passar pela ponte.

Vendo o psicólogo nesse processo, acredito que ele possa ajudar na dificuldade de elaboração do luto, na aceitação da perda da pessoa querida e todos seus sintomas. Além de um cuidado essencial com a fato de que o garoto possui muitos sintomas de Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, o que demanda do profissional um preparo.

Com esse filme também podemos entrar na discussão da medicalização, diversos diagnósticos psiquiátricos caíram na "boca do povo" e são feitos por mães, professores etc. É muito importante o questionamento sobre a veracidade dos diagnósticos, mesmo os que são feitos por médicos psiquiatras os psicólogos, pois a rotulação é um estigma que acompanhará a pessoa o resto de sua vida. Assim como no filme não podemos falar com certeza que o menino apresenta Síndrome de Asperger até porque o seu diagnóstico não foi concluído, podemos pensar sobre o porque desse não fechamento de diagnóstico. Acredito que quando não se tem certeza, assim sem meios de comprovação a medida a ser tomada é essa. Não fechar um diagnostico preciso.

Quando a intervenção medicamentosa é indicada, é necessário que o profissional de saúde mental explique detalhadamente as ações e possíveis reações, bem como os benefícios advindos de sua aplicação. O acompanhamento psicoterapêutico muitas vezes é feito em equipe, o psicólogo, psiquiatra, neuropediatra, neuropsicólogo visam, em alguns prognósticos, a retirada e/ou a diminuição progressiva das drogas. Em outras situações, quando a medicação é necessária para o resto da vida, o acompanhamento psicoterapêutico pode ajudar em uma melhor qualidade de vida, visto que prioriza o ser humano dentro de sua realidade particular, sua singularidade.

Seja qual for o profissional, seu estudo muito pode contribuir para o bem estar do ser humano. Entretanto, não podemos esquecer que a maior autoridade sobre a pessoa é a própria pessoa, que nunca pode deixar de ser ouvida, acolhida e considerada. A indicação da terapia, medicamentosa ou psicológica, para ter sucesso deve contar com a participação efetiva do cliente. O termômetro será sempre o ser em questão, muito contribuindo para a indicação adequada.

Referências

DUMAS, J. E. Psicopatologia da infância e da adolescência. Porto Alegre: Artmed, 2011.CORIAT, E. Os negros efeitos do DSM-IV. In: JERUSALINSKY, A. & FENDRIK, S. (ORGS.). O livro negro da psicopatologia contemporânea. São Paulo: Via Lettera, 2011. p.165-174.

Klin, Ami. (2006). Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Revista Brasileira de Psiquiatria, 28(Suppl. 1), s3-s11. Retrieved July 09, 2015, from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462006000500002&lng=en&tlng=pt. 10.1590/S1516-44462006000500002.

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