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Análise Crítica do Estudo de Caso: ‘’Excelência não tem preço’’

Por:   •  15/4/2018  •  999 Palavras (4 Páginas)  •  250 Visualizações

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Percebemos o mercado dos malogros: a finalidade se torna a sobrevivência da empresa, para qual cada assalariado pode ser levado a sacrificar a sua. (GAULEJAC, 2007, p. 216)

Diante desse cenário organizacional há a ocorrência de diversas patologias, entre elas: a depressão, o burn out (esgotamento profissional), os work addicts (drogados do trabalho), hiperatividade, o estresse, o assédio moral e etc. Muitas dessas doenças são consideradas normais e totalmente benéficas, como por exemplo, o estresse que passa a ser visto como algo que o trabalhador tem que aprender a lidar através da adoção de mecanismos de defesa. Como bem salienta Gaulejac (2007, p.221):

Na empresa que cultiva o desempenho, o estresse não é considerado uma doença profissional, mas como um dado quase natural, ao qual é conveniente se adaptar. Ele se encontra de tal forma espalhado que a ‘’resistência ao estresse’’ é exigida como qualidade necessária para ter sucesso.

Uma patologia bastante presente neste contexto, porém muito bem dissimulada pelos que a tem é a hiperatividade. O autor Gaulejac (2007, p.219) afirma:

É uma sobrecarga de trabalho que se instala duravelmente porque é considerada como normal e aceita voluntariamente... Ela traduz um superinvestimento no trabalho que vem a preencher um sentimento de falta.

De tal forma que, na fala do gerente, é notório a evidência de alguns sintomas dessa doença, pois mesmo ele exausto do trabalho, com dores físicas e tudo mais, não para de trabalhar e o mesmo afirma também que isso não é maléfico para ele. Nesse sentido, nota-se claramente como a hiperatividade é disfarçada no contexto organizacional e percebida como ‘’normal’’.

Sendo assim, diante do que foi exposto, entendemos que quando há a ocorrências dessas e outras patologias o que deve haver é o questionamento do modo de funcionamento da empresa. É importante frisar que ‘’Quando o assédio, o estresse, a depressão ou, mais geralmente, o sofrimento psíquico, se desenvolvem, é a própria gestão da empresa que deve ser questionada.’’ (GAULEJAC, 2007, p. 225)

‘’Uma organização não é neurótica, nem paranoica, nem perversa. Em troca, seu modo de funcionamento pode suscitar nos empregados comportamentos neuróticos, perversos ou paranoicos.’’ (ENRIQUEZ, 1998, apud GAULEJAC, 2007, p.224).

REFERÊNCIAS

GAULEJAC, V. La Societé malade de la Gestion. Ed. Seuil, 2005, p. 210

GAULEJAC, Vincent de. Tradução: Ivo Storniolo. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2007. 338 p. ISBN: 978-85-98239-97-2.

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