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Analise funcional

Por:   •  28/2/2018  •  1.310 Palavras (6 Páginas)  •  380 Visualizações

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O que cura um obsessivo é quando ele ama, pois quando ama se desloca de tudo que é seu em função do outro. E é ai que Melvin vai se curando, pois vai se deixando envolver por Carol com seu jeito franco e cuidadoso dela para com ele, aceitando como ele é (esse é o ponto chave aceitar como ele é). Isso fica bem claro quando ele diz a ela: “Você me faz querer ser um homem melhor”.

Quando começa a se envolver por Carol os sentimentos são ambíguos se por um lado ele a repele com sua ironia e sarcasmo que é típico dessa estrutura psíquica por outro ele se condena por se deixar entrar em contato com alguém (é como se ele perdesse o seu controle). Sem que ele perceba vai mudando gradativamente seu cotidiano e suas atitudes em nome desse amor. Por este amor por Carol e pelo cachorro que ele chegou e levar no veterinário e passear na rua também se afeiçoa e cuida de seu vizinho que era homossexual e havia perdido tudo.

O filme apresenta várias cenas de Melvin nos seus rituais diários próprios da sintomatologia de TOC, dentre eles:

- Trancar e destrancar a porta várias vezes, contando todas;

- Ligar e desligar as luzes, na mesma contagem das trancas da porta (4 vezes);

- Sempre estar calçado;

- Comer sempre com talheres de plástico quando sai de casa , os leva consigo;

- Sempre usa luvas;

- Lava as mãos com água quente, trocando várias vezes o sabonete, como se fosse descartável;

- Medo constante de ser contaminado, pelas pessoas na rua ou por qualquer outra coisa;

- Não pisa em listras, anda na calçada, olhando atentamente para o chão;

- Excesso de simetria e exatidão.

Melvin reconhece que suas obsessões são excessivas, inapropriadas e irracionais quando Carol o pergunta se ele sabe o quanto é inconveniente. Após se apaixonar por Carol, os sintomas de Melvin diminuem significativamente, ele diz que voltou a tomar os remédios e tenta ser uma pessoa melhor para estar com ela, Melvin passa a ser gentil, ainda com os comentários sarcásticos. A partir daí ele se esquece de trancar a porta, tira as luvas, pisa nas listras da calçada, por perceber que os seus comportamentos estavam interferindo em sua vida.

Para a Psicanálise, a neurose obsessiva compulsiva tem como origem um conflito psíquico infantil e uma fixação da libido no estágio anal de maturação, tal neurose manifesta-se através de ritos, podendo ser de tipo religioso, sintomas obsedantes e uma ruminação mental permanente, que dá origem a intermináveis dúvidas e escrúpulos que acabam por inibir o pensamento e a ação. Freud (1913) dizia que os pontos de fixação eram decisivos para a escolha da neurose e que obsessivo regride ao nível anal-sádico da libido, o que, diz ele anos depois, será ‘’decisivo a tudo que se segue’’ (Freud, 1926, p. 136).

Portanto os sintomas e as características da neurose obsessiva foram todos basicamente observados em Melvin Udall, alguns relacionados a origem na infância, o filme não conta a historia de vida do mesmo, mas seus sintomas e sinais, são descritos exatamente como na explicação psicanalítica.

Sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo

O TOC, se caracteriza por uma sintomatologia bastante evidente e clara, é um quadro em psicopatologia identificável na clinica pela importância de suas manifestações. Geralmente é o próprio paciente que perceberá os sintomas pela angustia quando a inadequação que suscitam. O Transtorno Obsessivo Compulsivo possui três apresentações da doença as quais são muito freqüentes:

- A primeira é quando predominam os pensamentos obsessivos. Estes pensamentos são intrusivos e invasivos, interrompendo as atividades a que a pessoa está se dedicando, ou interrompendo seu descanso. Não são poucas às vezes em que a pessoa sente um desejo incontrolável de pensar a mesma coisa dezenas, ou até centenas de vezes, até que os pensamentos obsessivos acalmem.

- A segunda situação diz respeito aos rituais de verificação, como lavar as mãos diversas vezes, limpar determinada parte do corpo muitas vezes, retornar dezenas de vezes para se certificar de que fechou a porta, ou desligou o gás, ou fechou as janelas, enfim, são rituais de verificação repetitivos e terrivelmente atormentadores. São também frequentes as arrumações sem fim. Arruma-se o armário diversas vezes, limpa-se a casa muitas vezes, recomeça-se a limpeza se "não ficou bom", reinicia-se tudo de novo, e assim lá se vai a qualidade de vida do paciente.

- A terceira forma de apresentação frequente deste transtorno é a forma mista, onde além dos pensamentos obsessivos e repetitivos também estão presentes os rituais de verificação. As causas do TOC podem ser várias, todavia temos verificado existirem dois fatores que estão quase sempre presentes nesses casos: Um componente hereditário (familiar) e conflitos internos. E sobre esses conflitos internos, não

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