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ATPS de Intervenção Psicopedagógica

Por:   •  29/3/2018  •  2.279 Palavras (10 Páginas)  •  291 Visualizações

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A partir da leitura atenta do texto de Júlio Groppa Aquino e atenção ao enredo do filme Sociedade dos Poetas Mortos é possível tangenciar a realidade educacional brasileira que dê certo modo enfrenta uma inercia com características essencialmente próximas, contudo com forma diversa da encontrada no filme, no caso da educação no Brasil apresenta-se de forma velada e violenta enquanto que no filme é explicita ambas fundamentalmente defendem um sistema rígido e com dimensões bem definidas, onde os alunos têm suas ações controladas pelas regras da instituição escolar a disparidade esta que uma considera o fato como qualificador a outra o faz velada na figura do aluno problema. Ao “aluno problema” é despejada a gravame do fracasso da educação brasileira, contudo as premissas que são usadas para defender a posição dos educadores jazem repletas de lacunas logicas apoiadas em preceitos antiquados os quais definha a proposta da pedagogia. O “aluno problema” é culpabilizado pela incapacidade dos educadores sob o discurso da indisciplina que aponta os alunos como desrespeitadores, desinteressados e sem limites, no entanto Aquino nega a anterioridade da disciplina do educando como pré-requisito para a ação pedagógica, uma vez que essas características não são constantes, pois os mesmo alunos “indisciplinados” em uma aula não o são em outra o que indica que algo encontra-se desajustado na inter-relação uma vez que as relações são de mão dupla há nesta observação ao menos duas hipóteses a instituição versos educador ou educador versos educando, já que há evidencias que apontam problemas de interação educador-educando as quais podem ser reflexo das relação anteriormente citadas. Uma possível causa da “indisciplina” aponta para um baixo nível de comprometimento por parte dos educadores tal condição é reforçada pela desconsideração do aluno como corresponsável pelo processo de re-apropriação do conhecimento, o mesmo aluno que clama por desafio por participação, se contrapondo ao enquadramento proposto pela ação de educação “formal” de modo que se não houver espaço esse aluno “problema” tende a procura outras formas de desafio refletindo na sala de aula, contrariando o que se espera do aluno, pois a postura do professor pede obediência não questionamento, pois que historicamente há um ideário de “ordem” onde era fácil obter disciplina uma vês que a figura do professor impunha “medo e coação aos moldes militares” na atualidade o respeito deve ser conquistado, isso explicaria a “indisciplina” em aulas especificas, no caso, pode haver professores adaptados as novas demandas educacionais e outra que vivem nostalgicamente um professor de regime despótico exercendo um mínimo poder o que ocasiona visão distorcida da realidade acadêmica.

As situações apresentadas no filme são uma das causas que podem vir a desencadear desinteresse, indiferença e até mesmo indisciplina dos alunos, que não possuem sentido ou razões para estudarem as disciplinas, pois a escola não promove ações ou ferramentas para o estimulo e a descoberta de tais motivadores, conforme o texto: Psicologia Escolar e políticas públicas em Educação: desafios contemporâneos, que relata a necessidade de criar e implantar politicas públicas para que os conteúdos mínimos de aprendizagem sejam transformados e possam responder às necessidades elementares da vida contemporânea, sendo condizentes com a atualidade e através dessas diretrizes tornem o sistema educacional padronizado (SOUZA, 2010). Dentre os obstáculos na área escolar, ressalta-se a desmotivação do corpo docente diante de situações do dia-a-dia na escola, das quais estes profissionais sentem-se impotentes, por não possuírem ferramentas ou até mesmo conhecimento especifico para o enfrentamento destas questões, muitas vezes professores e coordenadores recebem uma formação que não os capacita para lidar com as adversidades de cada aluno, tornando-os inseguros para desenvolver seu trabalho de forma exitosa e até mesmo auxiliar estes alunos, que se encontram deslocados ou apresentam algum tipo de dificuldade na aprendizagem ou comportamental, o que na maioria das vezes é causado por conflitos familiares, existência de sofrimento, traumas ou pelas próprias características biológicas ou psíquicas de cada individuo, que são tratados de forma generalizada, conforme o texto abaixo, de 1949, mas que já fazia alusão das causas do fracasso escolar:

As crianças que afluem, em demanda da matrícula na 1ª série, mal começaram a viver; é triste imaginá-las a carregar num corpo, que deveria ser perfeito, qual máquina nova, as misérias que afligem e torturam a humanidade...bem conhecemos o ar dorido e ausente, a expressão vaga e estereotipada dos que não se podem interessar pelas atividades de classe; dão-nos a ideia de já terem vivido uma existência de sofrimentos. Ao cabo dos primeiros contatos, estamos seguros de que nada produzirão e, o que é mais doloroso, sentimo-nos impotente para enfrentar o problema, decifrando-o, porquanto a experiência, antes de qualquer exame, já nos advertiu de que aquilo é uma ruína humana, é uma construção minada; pintá-la externamente, não adianta; urge, não só remover os alicerces corroídos, substituindo-os por outros novos e fortes, como salvar os que ainda não foram atacados. É esta a tarefa do médico, o colaborador máximo na obra da educação. (Cardoso, 1949, p. 85)

Uma característica não considerada pelas instituições é que essas estejam inertes enquanto a sociedade promove mudanças significativas nas relações humanas de modo que a instituição educacional atua como se estivesse ainda em uma época em que, por exemplo, o silêncio era pré-requisito necessário para o início da aula onde a as atividades dos alunos mesmo a dúvida do aluno era encarada com “insubordinação”, onde o professor não pode ser interrompido. Enquanto o professor buscar a disciplina anteriormente à ação de pedagógica focando a ação onde é o papel que se deve aos pais ao ambiente familiar, uma vez que cabe a família a disciplinarização moral, contudo não há evidencias que havendo uma desvalorização moral essa venha a interferir na pratica pedagógica se esta estiver alinhado ao devido exercício pedagógico, novamente devemos lembrar, a indisciplina do aluno não se repete em todas as ocasiões e nem em todas as aulas denunciando uma questão de relação instituição-educador-educando. Há urgência de revisão dos conceitos e premissas dos educadores e instituições quanto ao manejo das ações pedagógicas, pois é possível fazer reflexão quanto aos métodos pedagógicos não atingirem os objetivos traçados e ainda há forte apelo ético sobre papel do profissional de educação

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